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Fragmentos poéticos, filosóficos, delirantes* “[o sentido da minha vida] é inventado a cada momento, mas é claro que eu necessito da poesia, eu necessito da arte, eu necessito de estar discutindo essas coisas, de estar pensando nessas coisas que dão transcendência à vida. Eu não tenho dúvida alguma de que a arte é necessária porque a vida não é suficiente, porque senão qual era a necessidade de inventar a arte? A necessidade é essa: as pessoas necessitam dela, por mais que aconteça coisa no mundo, a arte sobrevive, como uma forma de acordo com o momento, com a época, ela é uma coisa necessária, como a ciência é necessária, como a filosofia é necessária, como a religião é necessária, como a política é necessária. “ *Ferreira Gullar
Liberta_lua* E houve Sol na maior parte do mês que passou… em céus de brigadeiro. A sensação muitas vezes foi a de que se atravessava um deserto, sem água, sem gente, só com a gente mesmo. Foi uma Lua seca, com mais luz e calor. Houve claridade, com e sem dor, sendo possível somente enxergar. E, de tão claro, o desejo foi muitas vezes por não ver, aparecendo um tipo de escuro inédito. A Lua desse mês oferece alívio aos andarilhos, seja porque o Sol está aí junto de outros companheiros já, seja porque é uma Lua_Liberta que vem para aliviar de uma ou de muitas formas. O mês passado deixou algo nítido, expresso e forte. Simples, por isso também complexo. As chances agora são de passear por lugares mais refrescantes e fluentes, com mais leveza sim. Libertações já estão presentes como presentes. Há maturidade para isso, pois existem memórias significativas de vivências que somente puderam ser decodificadas através dessa condição. Senão, não o foram. E a principiância é desejad
Fragmentos filosóficos delirantes* "(...) De que serve acumular dinheiro! A morte tem uma segunda chave do vosso cofre. Os Deuses vendem todas as coisas a preço modico, diz um poeta antigo. Poderia acrescentar que vendem as melhores pelo mais baixo preço. Tudo o que nos é verdadeiramente necessário pode adquirir-se por pouco dinheiro; só o supérfluo é posto á venda por um preço elevado. Tudo o que é verdadeiramente belo não está á venda; é-nos oferecido como um dom pelos deuses imortais. É-nos permitido ver o nascer e o pôr do sol; as nuvens errantes no céu; as florestas e os campos; o mar maravilhoso, sem dispender nada. As aves cantam para nós de graça; temos o direito de colher as flores silvestres, pelos caminhos, quando passamos. Não ha preço de entrada sob a abobada iluminada de estrelas, de noite. O pobre dorme melhor que o rico. A alimentação simples tem melhor gosto que a do Ritz. Contentamento e paz interior prosperam melhor numa casita do campo que num pa
O ESTRANGEIRO* — A quem mais amas tu, responde homem enigmático: teu pai, tua mãe, tua irmã ou teu irmão? — Não tenho pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão. — Tens amigos? — Eis uma palavra cujo sentido, para mim, até hoje permanece obscuro. — Tua pátria? — Ignoro em que latitude está situada. — A beleza? — Gostaria de amá-la deusa e imortal. — O ouro? — Detesto-o como detestais a Deus. — Então a que é que tu amas, excêntrico estrangeiro? — Amo as nuvens... as nuvens que passam... longe... lá muito longe... as maravilhosas nuvens! *Charles Baudelaire
DESTINO* Podem acreditar, o destino vai mandar algumas cartas inesperadas. Boas e ruins. Não há como prever. Está além de nossas capacidades. Como lidar quando estas circunstâncias surgirem? Boas noticias não constituem problema e podem ser aproveitadas e curtidas na sua devida hora. Resta saber o que fazer com as más novas? A imprevisibilidade inerente não permite nenhum conselho, entretanto, podemos trabalhar nossos pensamentos para não ficarmos sem chão quando a hora ruim chegar. Ler muito ajuda. Perder-se nas páginas dos livros é um dos instrumentos libertários mais poderosos para a sobrevivência humana. Além da cultura e experiência de outras pessoas, teremos a chance de conhecer mais do mundo e de nós mesmos. Ao conseguir se projetar e levar para dentro de um texto sua vivência pessoal, emoções, buscas, preconceitos, o leitor mergulha e se confunde com o que lê. O único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor. Se este for suficientem

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