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Leitor incomum*

          “(...) Suas palavras chegavam aonde outros não conseguiam.”                                             Virginia Woolf                Um dizer protagonista aprecia surgir na vida do texto. Sua mensagem parece se divertir em passar despercebida a primeira vista. A textura inaudita ressoa poesia, musicalidade, convida ao sonho e a fantasia da vida real. Sua eficácia parece estar associada à multiplicação dos significados, reinvenção dos sentidos, descrição de travessias, num discurso que incita deslizes de autoria própria. Com ele a pluralidade de eventos, personagens se desdobra nas páginas da obra, inicialmente um palco recheado de possibilidades.    O essencial na essência da leitura parece ser a qualidade da interseção entre autor e leitor. As revisitas ao teor discursivo inicial, recheado de nuanças, brechas, incompletudes, dão boas vindas ao estranhamento dos seus originais. Os momentos de magia restariam perdidos não fosse a palavra duração.     Uma d

Lua semente*

Eis uma lua semente uma lua inicial e, com ela, a abertura de um tempo inaugural. As sementes estão aí em muitas mãos e mentes e, com sincera reverência, vêm e nos deixam mais conscientes. Mas mesmo se mentes mentes ainda existirão porém, diante das muitas dúvidas, elas assim resistirão. Portanto, sê pura mente e ore por sua florida, pois nela há variadas chances iguais e também sortidas. Tudo isso para dizer que há semente na mente pois mesmo com o se, há nela ainda mente. E nesta conotação de uma mente iniciada em sua própria compleição esta mesma deve ser regada. Isso para lembrar no presente que as sementes tudo geram e perfazem e nesse ciclo sem fim há momentos que em si nos comprazem. Ó Lua, quase sempre poente, em sua atmosfera tão clara venha nos dar cadência de uma beleza fecunda e rara. *Renata Bastos Filosofa, astróloga, mestre em filosofia, filosofa clínica São Paulo/SP

Ler ou Copiar um Texto*

  O efeito de uma estrada campestre não é o mesmo quando se caminha por ela ou quando a sobrevoamos de avião.  De igual modo, o efeito de um texto não é o mesmo quando ele é lido ou copiado. O passageiro do avião vê apenas como a estrada abre caminho pela paisagem, como ela se desenrola de acordo com o padrão do terreno adjacente.  Somente aquele que percorre a estrada a pé se dá conta dos efeitos que ela produz e de como daquela mesma paisagem, que aos olhos de quem a sobrevoa não passa de um terreno indiferenciado, afloram distâncias, belvederes, clareiras, perspectivas a cada nova curva [...].  Apenas o texto copiado produz esse poderoso efeito na alma daquele que dele se ocupa, ao passo que o mero leitor jamais descobre os novos aspectos do seu ser profundo que são abertos pelo texto como uma estrada talhada na sua floresta interior, sempre a fechar-se atrás de si.  Pois o leitor segue os movimentos de sua mente no vôo livre do devaneio, ao passo que o copiador

Significados*

Queridos leitores, que vocês estejam em paz.  Edmund Husserl, filósofo alemão e fundador da fenomenologia, por intermédio da observação tentou explicar os mitos, os símbolos e os rituais religiosos. Com seus estudos denominados Fenomenologia da Religião, ele conseguiu, em minha opinião, captar, mais do que qualquer outro filósofo, o lado único das experiências religiosas. Husserl procurou compreender as religiões do ponto de vista do crente e, principalmente, o valor dessas crenças na vida dos religiosos. O que mais gosto de Edmund Husserl é que ele conseguiu escrever sem juízo de valor.  Dito isso, vou tentar trazer alguns exemplos dessa fenomenologia religiosa para o nosso cotidiano. Precisamente na montanha do Caravaggio, município de Nova Veneza, onde me criei, há uma bica d’água. Antigamente os agricultores usavam essa água para lavar suas ferramentas e se banhar depois de um dia de trabalho forçado. Anos atrás, uma estrada serpenteou aquele morro e descobriram

Este é o prólogo*

Deixaria neste livro toda a minha alma. este livro que viu as paisagens comigo e viveu horas santas. Que pena dos livros que nos enchem as mãos de rosas e de estrelas e lentamente passam ! Que tristeza tão funda é olhar os retábulos de dores e de penas que um coração levanta ! Ver passar os espectros de vida que se apagam, ver o homem desnudo em Pégaso sem asas, ver a vida e a morte, a síntese do mundo, que em espaços profundos se olham e se abraçam. Um livro de poesias é o outono morto: os versos são as folhas negras em terras brancas, e a voz que os lê é o sopro do vento que lhes incute nos peitos - entranháveis distâncias. O poeta é uma árvore com frutos de tristeza e com folhas murchas de chorar o que ama. O poeta é o médium da Natureza que explica sua grandeza por meio de palavras. O poeta compreende todo o incompreensível e as coisas que se odeiam, ele, amiga

Uma questão de escolha*

Você pode escolher entre uma relação estável morna e convencional, ou uma relação estável quente e fora do normal. Você pode até se orgulhar de ser de alguém. Pode escolher passar a vida toda frustrado sexualmente com o seu parceiro, procurando aventuras fora do casamento ou ser alguém sorridente, seguro e fora do padrão chulo de comportamento que norteia a vida dos casais pela história de todos os tempos. Conhecer uma pessoa, saber sobre seu caráter, transar com ele quase que de primeira, adorar fazer isto com ele e depois ir descobrindo motivos que te façam permanecer ou não na relação, propõe entendimento e felicidade a dois. Ou conhecer alguém, negar a atração física, dificultar o momento da transa se fazendo de difícil, passar meses descobrindo sobre os benefícios que terá a partir de uma relação estável, pensar que se apaixonou e se envolver apresentando ele para todo o seu circulo social e familiar e quando for para cama com ele – meu Deus – pensar como vai pass

O Universo é o Sonho de um Sonhador Infinito*

1. Não conhecemos senão as nossas sensações. O universo é pois um simples conceito nosso. 2. O universo porém — ao contrário de e em contraste com, as nossas fantasias e os nossos sonhos — revela, ao ser examinado, que tem uma ordem, que é regido por regras sem excepção a que chamamos leis. 3. À parte isso, o universo, ou grande parte dele, é um «conceito» comum a todos os que são constituídos como nós: isto é, é um conceito do espírito humano. 4. O universo é considerado objectivo, real — por isso e pela própria constituição dos nossos sentidos. 5. Como objectivo, o universo é pois o conceito de um espírito infinito, único que pode sonhar de modo a criar. O universo é o sonho de um sonhador infinito e omnipotente. 6. Como cada um de nós, ao vê-lo, ouvi-lo, etc., cria o universo, esse espírito infinito existe em todos nós. 7. Como cada um de nós é parte do universo, esse espírito infinito, ao mesmo tempo que existe em nós, cria-nos a nós. Somos distintos e

Aberto a Sugestões*

Cada um é um em sua individualidade e singularidade! Essa máxima tem que nos nortear para que possamos entender o outro e aprendermos a lidar com a individualidade! Imagine você se é fácil conseguir isso? Eu digo que não é. Porém, é urgente!  A humanidade padece de uma doença cada vez mais contagiosa que é o velamento do próprio ser humano! Reclusos em nossos casulos, cada um de nós temos nossos próprios pontos de vista, porém não aceitamos compartilhá-lo com as alteridades. As alteridades são extremamente importantes na construção de nossa representação da realidade! Nunca vemos coisas iguais! E são as diferenças que nos fazem conhecer as coisas. Não sei se estou viajando, mas acredito que enquanto não soubermos compartilhar nossas experiências, a humanidade não irá muito longe... Triste fim esse! Pobre de nós... Mas não adianta reclamar! Mãos à obra homens! Vamos construir um mundo melhor para nossos filhos e netos! Respeitando as diferenças e as individuali

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