Na mitologia poética de Fernando Pessoa, o que caracteriza o discípulo _ me lembra George Steiner em um memorável ensaio, "Chuva de fogo" _ é "a capacidade de ser hipnotizado". Na linhagem de seus célebres heterônimos, tanto Ricardo Reis como Alvaro de Campos se definem como discípulos de Alberto Caeiro. Ao ouvir a primeira lição de Caeiro, lembra Steiner, Campos experimentou "um choque sísmico". A sentença proferida pelo mestre é, de fato, perturbadora: "Tudo difere de nós e é por isso que existe". Quando conversava com Caeiro, lembra ainda Steiner, Alvaro de Campos tinha a sensação física de "estar a discutir não com um outro homem, mas com um outro universo". O paganismo de Caeiro, sua maneira direta e sem filtros de observar o mundo, é, sim, muito particular. Mas, em vez de fugir, Campos _ relatava Pessoa _ dele se aproximava mais ainda. A partir do contato com Alberto Caeiro, o discípulo chegou a uma conclusão difícil e um
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