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Poeira no Vento*

Querido leitor, aceite o meu caloroso e fraternal abraço. Kansas é uma banda de rock estadunidense dos anos de 1970 especializada no estilo progressivo. Em 1977 eles lançaram o álbum Point of Know Return e justamente neste trabalho a música "Dust in the Wind" ou poeira no vento. “Eu fecho meus olhos, apenas por um momento, e o momento se foi. Todos os meus sonhos, passam diante dos olhos uma curiosidade. Poeira no vento, tudo que eles são é poeira no vento”... Bárbaro. Lindo! Mas esta obra-prima não para por aí. Continua a letra da música de três minutos e vinte segundos, com três estrofes: “A mesma velha música, apenas uma gota de água. Em um mar infinito, tudo o que fazemos, desmorona sobre a terra. Embora nós nos recusamos a ver, poeira no vento. Tudo o que somos é poeira no vento”... A última estrofe, não menos importante por finalizar a música, o grupo Kansas não se cansa de repetir que somos poeira ao vento. “Agora, não fique esperando, nada dura

Precisa-se*

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente, pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes ace

Sobre o primeiro colóquio FC e Lógicas Delirantes - Porto Alegre, 2012*

Pra longe eu fui, de novo, sem imaginar o carinho da acolhida e o compartilhamento dos amigos de Porto Alegre quanto a seus lugares e objetos, haja vista o chimarrão, como exemplo mais próprio da interligação sulina. Pessoas que se mostram e aceitam trocas; o faço por palavras. A vocês do entorno do Guaíba, também de Ctba, Fpolis, RJ, JFora, Campinas e arredores, minha reverência. Tento reapresentar o passado mas as roupas são pequenas, cresci. De cabelos curtos, depois de longos, como a adolescente que deixou a menina pra trás, conforme Cecília Meireles em “Olhinhos de gato”. Vi uns cachinhos de ouro dia desses no banco; não me pareceu uma infância tão feliz assim. Segundo Strassburger, há carinho nas manifestações dos internos do Hospital Psiquiátrico ao gritar e chutar portas na hora da crise. Sutileza de percepção de quem observa a fragilidade do ato necessário ao momento e o respeita. Ao lidar com a singularidade presente em cada qual, por mais chocante qu

Entre partir e ficar*

Entre partir e ficar hesita o dia, enamorado de sua transparência. A tarde circular é uma baía: em seu quieto vai e vem se move o mundo. Tudo é visível e tudo é ilusório, tudo está perto e tudo é intocável. Os papéis, o livro, o vaso, o lápis repousam à sombra de seus nomes. Pulsar do tempo que em minha têmpora repete a mesma e insistente sílaba de sangue. A luz faz do muro indiferente Um espectral teatro de reflexos. No centro de um olho me descubro; Não me vê, não me vejo em seu olhar. Dissipa-se o instante. Sem mover-me, eu permaneço e parto: sou uma pausa *Octavio Paz

Palavras e poesia*

“sabe...a poesia nasce sem querer nada de mim... as palavras vem vindo... caminhando ao meu lado... surgindo e eu vou recebendo cada uma delas...acariciando-as.. e colocando nas frases.. nas sentenças.. e elas sendo moldadas.. como um poema... é assim a poesia para mim... olha o que acabo de escrever... um poema...sem querer..” *Eduardo Silveira Poeta, Estudante de Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

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