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Manifesto*

Sim ao prazer sem custo. Acatar, beber, dividir o bom que venha feito o sol, gratuito. Quem sabe se o dom, o sem-razão e o sem-motivos possam mais do que exigimos. Nem se duvide do que é capaz a coincidência entre as coisas. Nesse mundo em que gênios são servos de si mesmos, pratique-se o descanso, para que o povo nunca esteja frio e o coração passeie seus cavalos. * Eucanaã Ferraz

Sou eu ou sou o outro?*

Há um trecho da música do Caetano Veloso que diz: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que se é”. Note que a frase afirma um conhecimento de si que não diz respeito ao outro. Podemos observar  que a ideia que a frase passa costuma estar presente num imaginário coletivo como um princípio de verdade. Mas, a filosofia clínica (FC) nos ensina que as coisas não são tão simples quanto parecem. Para melhor compreendermos esta questão, vamos nos remeter ao tópico da Estrutura de Pensamento (EP) denominado espacialidade intelectiva. A espacialidade intelectiva compreende nossos movimentos existenciais. Podemos apresentá-la em quatro possibilidades: inversão, recíproca de inversão, deslocamento curto e deslocamento longo. Inversão é quando a pessoa está intelectivamente voltada para si. A recíproca de inversão refere-se a quando nos deixamos envolver pelo que o outro está nos apresentando e nos colocamos a vivenciar, em alguma medida, seus relatos, suas experiências. O deslocamento curto

Agradecimento pelo acesso 90.000*

Queridos alunos, colegas, leitores, amigos, Esse breve rascunho tem o objetivo de agradecer os 90.000 acessos em nossos escassos três anos de vida. As leituras, releituras, partilhas em nosso blog. A ideia inicial desse espaço foi oferecer qualidade de textos, poemas, artigos, um complemento aos estudos em Filosofia Clínica. Para nossa surpresa e alegria, os acessos nacionais e internacionais (esses últimos já superam os nacionais, inclusive!) transgrediram os limites de qualquer expectativa. Aqui, as pessoas de vários pontos do planeta, tem qualificado nosso espaço artesanal. Um lugar de interseção sem discriminação de credo, raça, língua, essa casa é de todos nós! Aqui você será sempre muito bem vindo! Talvez essa característica tenha sido um diferencial, um aprendizado à todos que desejam trilhar os caminhos dos estudos, pesquisas, a formação em nossa área de trabalho. Uma gratidão imensa pela companhia imprescindível, a qual nos anima a continuar e qualifica

Fragmentos filosóficos, delirantes, poéticos*

“O poema filosófico canta, dança aos gritos orgiásticos de Dionísio... a filosofia poética encanta nas páginas livres da cadência literária... a música transborda o som da alquimia vivenciada... e na tríade simbólica da vida, correndo aos gritos insanos, perambulam a filosofia, a música e a poesia...” *Eduardo Silveira Filósofo, estudante de Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Atenção ao Sábado*

Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço; sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar cheio de abelhas. No sábado é que as formigas subiam pela pedra. Foi num sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca e pirão; nós já tínhamos tomado banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado era a rosa de nossa semana. Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não é? No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com grande esforço metálico a semana se abre em rosa: o carro freia de súbito e, antes do vento espantado poder recomeçar, vejo que é sábado de tarde. Tem sido sábado, mas já

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Apesar de todos os medos, escolho a ousadia.Apesar dos ferros, construo a dura liberdade. Prefiro a loucura à realidade, e um par de asas tortas aos limites da comprovação e da segurança. Eu, (..........), sou assim. Pelo menos assim quero fazer: a que explode o ponto e arqueia a linha, e traça o contorno que ela mesma há de romper. A máscara do Arlequim não serve apenas para o proteger quando espreita a vida, mas concede-lhe o espaço de a reinventar. Desculpem, mas preciso lhes dizer: EU quero o delírio." *Lya Luft

Felicidade como semiose*

Há um tipo de mitificação que para se escrever belas palavras precisamos estar tristes, em crise ou deprimidos. Venho por meio de meus escritos quebrar esse "termo universal"! Destruir mesmo, detonar!!! Sinto o hoje tão mais belo porque estou feliz, contentada com minhas conquistas e realizações! Acredito cada vez mais no ser humano com ser pensante para o bem maior! Sinto o cheiro da noite invadindo meu quarto, percebo o conforto da minha cama e me sinto privilegiada! A vida está cada vez mais colorida na minha representação de mundo. No quesito, o que acho de mim mesma, sinto-me forte,  macia e segura.  Será que estou fora da linha da realidade da vida? Será que teimo em acreditar que a felicidade também pode ser produtiva e poética? Será que tudo que digo, por estar muito bem, se torna "lugar comum"? Será que eu deveria estar lendo Nietzsche, Sartre ou Wittgenstien para ser mais culta, e, portanto mais feliz? Qual o valor real da beleza das palavras?

A tartaruga que nos habita*

Quando comecei a correr, fazia por esporte. Mais tarde, descobri que além do benefício saúde física, a corrida me deixava tranqüilo, bem humorado e inspirado para a vida. Não sei explicar como funciona, mas a sensação que tenho é que à medida que me desloco para frente, as preocupações vão ficando para trás. Funciona como uma terapia alternativa. Se alguma ansiedade começa a incomodar, coloco o tênis, calção, boné e saio trotando. Troco percursos, inverto o sentido das ruas, acelero o passo, desço ladeiras. Preciso estar em movimento. Quase sempre, depois de uns 30 minutos de corrida, já me sinto bem melhor, sem apreensão alguma. Aproveitando esta experiência do bem estar promovido pela corrida, decidi fazer um movimento diferente. Uma viagem sem destino fixo, sem horários e sem data para voltar, com todas as estradas que o mundo oferece abertas. Meus únicos compromissos seriam deixar a vida me levar e dar espaço para as emoções escolherem o melhor camin

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