Espanto é a palavra base de toda a atividade filosófica, não há como ser filósofo se não houver a capacidade de se espantar. Espantar-se é tomar algo como novidade, algo que chame a atenção a ponto de tirar o foco de qualquer outra coisa. Em outras palavras, espantar-se é ser surpreendido. Neste artigo conto duas situações que chamam a atenção pela simplicidade e banalidade como são normalmente vistas. A primeira situação ocorreu quando a mãe de um menino de cinco anos foi a uma reunião de professores na escola de seu filho. Ao longo da reunião a mãe ouviu o seguinte: “Nossa, como seu filho é ingênuo! Ele não tem maldade, os outros meninos já paqueram as meninas e ele não”. A mãe ficou espantada, pois de acordo com sua educação era justamente assim que deveria se comportar um menino de cinco anos, ou seja, brincar de carrinho, viver a inocência da infância e não pensar em namorar. A segunda situação aconteceu no dia em que a mãe foi buscar o filho na escola. Na saída d
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