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O Poeta é Belo*

O poeta é belo como o Taj-Mahal feito de renda e mármore e serenidade O poeta é belo como o imprevisto perfil de uma árvore ao primeiro relâmpago da tempestade O poeta é belo porque os seus farrapos são do tecido da eternidade *Mario Quintana 

Cogitação Filosófica*

                Umas vezes sinto sono, mas quase nunca sonho. Outras vezes realidade, mas quase sempre engano. Umas vezes aspiro ao mito, outras vezes entendo o fato. Umas vezes rosa, outras machado.                                                                          Rogério de Almeida Nem pense em encontrar, no aqui exposto, a precisão cirúrgica dos deuses doentes da modernidade, que passavam os seus extensos dias ceifando sentidos, separando as línguas clássicas das bárbaras e situando as boas e más palavras. Primeiro, que qualquer tipo de conceito que possa traduzir o desconforto, não serve ao nosso propósito. Não é fácil encontrarmo-nos em um amontoado de conceitos que não se compreende e constatar que, sobre os mesmos, muito pouco se sabe. Inúmeras vezes, nossa desgraça se torna nossa redenção. Não sabemos exatamente, nem como nem por que. A inquietação que mobiliza, também conduz à construção filosófica e a expressão dos martírios que nos consomem, nes

São os rios*

Somos o tempo. Somos a famosa parábola de Heráclito o Obscuro. Somos a água, não o diamante duro, a que se perde, não a que repousa. Somos o rio e somos aquele grego que se olha no rio. Seu semblante muda na água do espelho mutante, no cristal que muda como o fogo. Somos o vão rio prefixado, rumo a seu mar. Pela sombra cercado. Tudo nos disse adeus, tudo nos deixa. A memória não cunha sua moeda. E no entanto há algo que se queda e no entanto há algo que se queixa. *Jorge Luis Borges

Noites, sonhos, fronteiras*

A noite embesta-se no emaranhado de meus cabelos sem vinho sem ninho corre esconde-se em meio as luas cheias e estrelas cadentes assombra as meninas assanha os meninos a noite desvia-se na contra mão e me instiga a deixar os olhos abertos esperar os vampiros passarem até o nascer do sol para me lambuzar de sonhos e me fartar de amores a noite... é noite obediente rebelo-me pois nada mais é além da fronteira do meu eu e teu tu. *Rosangela Rossi Psicoterapeuta, Escritora, Poeta, Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG

Momentos possíveis do imaginário*

“O esquecimento do esquecimento não dá oportunidade apenas às encenações realistas, ele é essencial a qualquer metafísica: ao esforçar-se por apresentar a própria coisa, fundamento último, Deus, ser, a metafísica esquece-se de que a presença é ausente. Ter tudo presente é a bulimia do pensamento ocidental.” Jean-François Lyotard (Moralidades pós-modernas, p. 155-156, Papirus, 1996.) A escritura é o fortalecimento e também poder ser o que se esquece durante o passar do tempo.  O tempo aqui como conceito diante do que é visto, do que tem diante dos olhos. Tanto faz olharmos por através da vidraça ou mesmo diante de um real supostamente dito, dentro do mesmo espaço, porque o imaginário criado nisso tudo é como o fogo que une o todo. O que estava separado, o que estava distante acaba se unindo nas chamas.  A escritura tem um pouco disso, mas se diferencia por sua unidade de ser, por sua fonte longe do imortalizado, é como Lyotard falou de Beckett que fez a “assinatura

A palavra indefinida*

Existe uma infinidade de expressividades alojadas nalgum ponto entre a percepção de uma quase ideia e sua adequada manifestação. Esse discurso persegue a ordem  de um caos. Nele os subterfúgios se destacam das evidências objetivadas pela definição. Sua tez de promessa extraordinária permanece em aberto.  É possível ser o convívio com as lógicas da desrazão, a fonte de onde jorra a matéria-prima em busca de descrever-se. Numa atitude de estado nascente, sua inexatidão aproxima a inteligibilidade do absurdo discursivo. Sua noção descortina-se nas páginas da originalidade por vir.   Um relato assim, longe de instituir fechamentos, refere uma atitude de não-propriedade em relação ao conhecimento. Seu discurso inacabado aguarda preenchimentos. As clausuras recém desconstruídas, acolhem as dúvidas, abrigam especulações irrefletidas. Num traço assim descrito, a ressonância dos deslocamentos pessoais permanece em aberto, parecem querer dizer sobre a presença de uma ausência.  Ne

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