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O bem é sempre profundo e radical*

“toda a verdade é encurvada e o próprio tempo é um círculo?” Nietzsche   Em tempos de fraturas na história, na cultura e em tudo que surge, entre o olhar que faz e a mão que destrói, prefiro viver à margem das ideias construtoras de um mundo melhor.  Se o mundo começasse pelo desejo de ser um mundo melhor, se o mundo fosse a projeção daquilo que dos sonhos resultasse em algo, certamente não estaria aqui para pensar sobre o mundo. A perfeição existiria, nada de novo e assustador nos aconteceria, acontecimento seria o retorno do Todo, do Mesmo.  Então, prefiro mesmo que tenha que ter de errar, de pensar em tudo que não seja uniformizado, só assim eu posso me contradizer e refazer meu pensamento logo ali adiante. Isso não é um pecado. Mas os princípios universais, os existentes, não me encorajam a errar até à morte.  Prefiro viver com o bem ao meu lado, com as vicissitudes do engano mas prefiro, também, ver que meu pensamento está na direção do que sonhei e sonho tod

Mergulho ao vento*

Agora o silencio Voz engolida Na noite interna Beijos intensos Gozo da alma No olhar intenso Vou sem ir Fico sem ficar Desfaço nós Quebro o invisível Para que? Para quem? Recortes de muitos eus Vastidão indizível Rasgo o tempo Voo ao mar Mergulho ao vento Tomada pelos deuses Devoro Silencio sem medo Beijo os beijos De tanto amar *Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filósofa Clínica, Escritora, Poetisa Juiz de Fora/MG

Inclusão!*

Podemos começar a falar de inclusão, tentando entender o conceito de integração.  Integrar é agregar uma pessoa em uma estrutura já pronta, definida, com seus processos já acertados e rígidos. A pessoa integrada faz o esforço de se adaptar aos valores, hábitos, normas e estruturas apresentadas a ela.  A ação do integrador, do cicerone, é mínima no sentido de dar atenção às necessidades da pessoa a ser integrada. Apresenta e deixa à vontade para o integrado se adaptar. Incluir é adaptar as estruturas e processos às necessidades e capacidades da pessoa que chega. É fazer dos hábitos e valores uma forma de ressonância com aquilo que o outro pode e consegue dar dentro de suas capacidades. O currículo adaptado em algumas escolas é um exemplo de inclusão. O aluno tem que atingir não o que toda a turma precisa atingir, mas aquilo o qual sua capacidade suporta. Tão importante quanto exercer a atividade de incluir é como se faz isso. Incluir passa pelo enfrentamento da alterida

Viagem*

"É mais fácil pousar o ouvido nas nuvens e sentir passar as estrelas do que prendê-lo à terra e alcançar o rumor dos teus passos. É mais fácil, também, debruçar os olhos no oceano e assistir, lá no fundo, ao nascimento mudo das formas que desejar que apareças, criando com teu simples gesto o sinal de uma eterna esperança. Não me interessam mais nem as estrelas, nem as formas do mar, nem tu. Desenrolei de dentro do tempo a minha canção: não tenho inveja às cigarras: também vou morrer de cantar." *Cecília Meireles

A palavra reminiscência*

    Em uma recordação se pode reescrever fatos, reviver memórias esquecidas, alterar evidências, efetivar desconstruções, reconstruções, reinventar a própria estória. Sua matéria-prima, ao mesclar-se com a ótica atual, é capaz de apontar novas interseções, propor inéditos achados. Inicialmente por fragmentos sem conexão aparente, esses relatos apreciam multiplicar-se, emancipar periferias, descrever vontades marginais.  Ao rememorar eventos, esses já são outros eventos. As novas ideias, representações, vivências, ainda na perspectiva subjetiva, podem promover modificações de grande alcance no cotidiano de cada um. Esse movimento permite a contemplação das próprias ideias em deslocamento na malha intelectiva, alternância de endereços existenciais.    É comum as antigas referências de lugar, tempo e demais circunstâncias, expressarem, ao olhar atualizado, um território de verdades estranhas, as quais, ao transbordar num aqui_agora, já são outras. Assim, as relembranças, em sua

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