O diagnóstico de uma doença é como uma tarefa sherlockiana. Cada paciente fornece uma série de sinais e sintomas exclusivos, que precisam ser interpretados para se chegar a um diagnóstico. O paciente vai contando uma história, mostrando algumas pistas, deixando alguns sinais, para que sejam investigados. Cada caso é um caso. O médico vai sendo desafiado todo instante a entrar no mundo do paciente e conhecê-lo. Pode perceber, por exemplo, que a dor referida não coincide com o local da lesão, que não existe ferida alguma que justifique aquele pranto ou dor, que a chaga se apossou do paciente, mas a causa está na família, que os sinais e sintomas direcionam para o lado oposto da história relatada, que não é a morte o maior medo do paciente, que não é a doença o motivo do sofrimento. Como decifrar estes enigmas? Ao entrar realmente no mundo do outro, identificando-se com seu modo singular de viver, não se volta o mesmo. Volta-se com todas as experiências adquiridas. Alguns
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