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Coisas que eu não sei*

Anunciam-se relâmpagos e trovões. Vai chover.... Alegra-me esperar a chuva Que a chuva lave o mundo!!!! Que bom!!! Andarei na chuva O dia inteiro Contarei os pingos da chuva Farei coisas que eu não sei.... Não são os dedos que escrevem versos Não é o pensamento que constrói poesias É alguma coisa da alma Que eu não sei bem o que é.... José Mayer Filósofo, Livreiro, Poeta na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Síntese do Vagar*

 “Nada mais fácil do que dizer o eu é multiplicidade ou que é unidade ou que é a síntese de ambas.” Henri Bergson Nada mais fácil do que viver em meu espaço, nele consigo refazer a casa do pensar. Digo que é um espaço livre, absoluto, de todas as imposições de ordem moral... por que da moral, se não estou aqui me refazendo do mundo totalitário das coisas? Apenas aqui, é o espaço do pensar. Estou a dedilhar o acontecimento, o mundo dentro do mundo, o fora do mundo, o mito de viver bem, o mito da solidão etc. No meu espaço, convivo com os sonhos, as maquinações desse pensar, as tentativas de inventar o menor espaço possível para escapar com a palavra, atravessar a imaginação de mundos possíveis. É óbvio, a razão diria, isso é um monstro. Não quero meus sonhos em companhia da sensatez, prefiro a música, o pensamento, o livro que invade o tempo dos contrários.  A contramão das ideias pode tudo mas não corrompe as pontas do pensar nesse meu espaço que bifurca em ruas do

Era uma vez...*

“Às vezes, eu acredito em seis coisas impossíveis antes do café da manhã” (Alice no País das Maravilhas, Tim Burton, 2010) As singularidades adentram os espaços terapêuticos das mais improváveis formas. Alguns chegam indecisos sobre o porquê de estarem ali, afinal nem sempre existe obviedade; outros talvez não saibam que seja uma porta para descobertas tão incômodas quanto difíceis. Existe a probabilidade de que um turbilhão os perpasse, podendo arremessá-los até a mais insana possibilidade de ser. Na verdade, percorrer caminhos de encontros pode ser tão inusitado quanto permanecer inerte no estado catatônico em que a normalidade desavisada costuma nos mergulhar. Cada um tem sua estrada, suas histórias na bagagem, que muitas vezes arrastam melancólicos ou sem vontade, desgostosos do que mais desejam. Na verdade, as histórias se misturam em potes, cujo fundo nem sempre é visível. Falas entrecortadas de peculiaridades trazem à tona que um dia fui assim... há muito tempo

Cantiga de Malazarte*

Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo, ando debaixo da pele e sacudo os sonhos. Não desprezo nada que tenha visto, todas as coisas se gravam pra sempre na minha cachola.  Toco nas flores, nas almas, nos sons, nos movimentos, destelho as casas penduradas na terra, tiro os cheiros dos corpos das meninas sonhando.  Desloco as consciências, a rua estala com os meus passos, e ando nos quatro cantos da vida.  Consolo o herói vagabundo, glorifico o soldado vencido, não posso amar ninguém porque sou o amor, tenho me surpreendido a cumprimentar os gatos e a pedir desculpas ao mendigo.  Sou o espírito que assiste à Criação e que bole em todas as almas que encontra. Múltiplo, desarticulado, longe como o diabo. Nada me fixa nos caminhos do mundo. *Murilo Mendes

Tempo do sem fim*

Noite a dentro silêncio no entorno os deuses me povoam Hermes me possui entre Dioniso e Apolo poemas de Gullar e Pessoa suspiro estrelas navego pela escuridão guiada por pirilampos driblo o sono na vastidão de mim multidões plurais benzem meus devaneios ancoro-me nesta fresta a deleitar-me na relva imaginal porque sou não ser dissolvida no espaço no tempo do sem fim *Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filósofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG

Canção do dia de sempre*

Tão bom viver dia a dia... A vida assim, jamais cansa... Viver tão só de momentos Como estas nuvens no céu... E só ganhar, toda a vida, Inexperiência... esperança... E a rosa louca dos ventos Presa à copa do chapéu. Nunca dês um nome a um rio: Sempre é outro rio a passar. Nada jamais continua, Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança Das outras vezes perdidas, Atiro a rosa do sonho Nas tuas mãos distraídas... *Mario Quintana

A palavra número*

As possibilidades contidas na estrutura de pensamento, encontram, na palavra número, um viés especulativo sobre sua equação matriz. Um lugar para visualizar e descrever os diálogos, as fronteiras e transgressões da subjetividade.       Os referenciais indicativos de quantidade, ao multiplicar, subtrair, dividir ingredientes estruturais, numa ordem descabida, recoloca a leitura singular como imprescindível. Assim a contagem histórica, ao conceder o padrão, o dado atual, a literalidade dessas variáveis, ensina a dialética de uma intimidade, em que pese seu aspecto de refém das lógicas do improviso.     Ao tentar desvendar essas indicações, em cada página descrita, surgem novas questões, problemáticas. A partir daí, pela via da nova semiose: o número, menciona aquilo sem palavras para se dizer. As verdades surgem em conjecturas, cálculos, simbologias, tentam mensurar a natureza do transbordamento pessoal.  Talvez se encontre, nessa questão, um modelo para compreender a plur

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