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Varal de Poesias*

De uma forma ou de outra Somos todos escritores De sonhos, de utopias, de palavras Costuramos poesias. Melodias Escrevendo nossas vidas. Falamos ao ritmo de poemas Escrevemos em forma de poesias Cantamos ao ritmos de versos Dançamos ao som de músicas Vivemos poeticamente nossa vidas. Eu amo, amando Amo escrevendo o que amo Amo falando o que amo. Conto baixinho... Fiz minhas melhores viagens Sem sair do lugar.... Fiz -me nuvem de chuva Para despertá-la do sono É que ela andava adormecida Até pedi-lhe de vez em vez: "Volta a escrever Pequena e serena" Por ti... E também por mim.... Devo esperar Ainda não é o tempo dela. Enquanto isto Pendurarei minhas poesia Tristes e incompletas Num varal sobre a estrada Que cruza rumos no horizonte Para balançarem ao vento.... *José Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Formação na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Procura-se um amigo*

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não pud

A plenitude do agora*

Pode não haver sol, porém, sempre há beleza. A natureza, em sua sabedoria, contrabalança luz e sombra. Pode não haver sorrisos, porém, sempre há silêncios. A natureza, em sua dialética, promove a pausa harmónica. Pode não haver antes e depois, porém, sempre há agora. A natureza, em sua plenitude, nos presenteia com o existir. Isto nos basta! *Rosângela Rossi Psicoterapeuta Analítica. Filósofa Clínica. Escritora. Juiz de Fora/MG

Poética*

Estou farto do lirismo comedido. Do lirismo bem comportado. Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente, protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor. Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas. Todas as palavras, sobretudo os barbarismos universais. Todas as construções sobre tudo as sintaxes de exceção. Todos os ritmos, sobretudo os inumeráveis.  Estou farto do lirismo namorador. Político, Raquítico, Sifilítico. De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo. De resto não é lirismo. Será contabilidade tabela de co-senos, secretário  do amante exemplar, com cem modelos de cartas  e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.  Quero antes o lirismo dos loucos. O lirismo dos bêbados. O lirismo difícil e pungente dos bêbedos. O lirismo dos clowns de Shakespeare - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. *Manuel Bandeira

O sentido do sentimento*

“Mas só sabemos que sentimos uma emoção quando percebemos que essa emoção é sentida como algo que está acontecendo em nosso organismo.” António R. Damásio “For I never dreamt that you'd be loving…” Duke Ellington (Ler ouvindo "In a sentimental mood" com Duke Ellington and John Coltrane) Já escrevi esse texto antes alguns anos atrás, acho que lá por 2002. Deve estar em algum lugar da memória, guardado na nuvem, está dentro de um romance que comecei, parei, no “Editor de romances”.  Acordei no meio da noite, zonzo, como se tivesse sido atropelado por algo, pelo sonho, pela música que tocava distante... Olhei para os lados, me certifiquei que estava na minha casa, não reconheci a cama, mas o velho teto mofo estava bem acima de mim. Acendi a luz. Fui até a peça que tinha o som, onde costumava tocar meus discos, era John Coltrane e Duke Ellington ao fundo. Não tinha nada ligado, voltei ao quarto, a velha TV ligada, um filme na madrugada que estava toca

Sou um evadido*

Sou um evadido. Logo que nasci Fecharam-me em mim, Ah, mas eu fugi. Se a gente se cansa Do mesmo lugar, Do mesmo ser Por que não se cansar? Minha alma procura-me Mas eu ando a monte, Oxalá que ela Nunca me encontre. Ser um é cadeia, Ser eu é não ser. Viverei fugindo Mas vivo a valer. *Fernando Pessoa

Paixão*

Sim! É muito possível um casal se manter apaixonado até o ultimo dia de suas vidas juntos e, consta da lista de fatores que contribuem para esta proeza, o nosso antigo amigo respeito que gera admiração, autoestima, segurança e, enfim, tesão em viver junto, em cuidar do bem-estar do outro em querer proporcionar prazer. Uma relação apaixonada não precisa ser somente aquela coroada de sexo a qualquer custo. É certo que sexo com a pessoa que a gente ama é bom de qualquer jeito e a qualquer hora, contudo um casal que presta atenção no que é importante para cada um, consegue manter viva a luz do encantamento em todos os momentos da vida que dividem. A química do amor é mantida com doses permanentes de cuidados. É bom lembrar que um casal é constituído de duas pessoas e que a vontade de manter para sempre o ar de namoro, depende dos dois. Buscar encantar um ao outro com paciência, silêncio quando necessário, carinhos inesperados e cuidados com a aparência, ajuda muito. Encantar

Permanência*

Não peçam aos poetas um caminho. O poeta não sabe nada de geografia celestial. Anda aos encontrões da realidade sem acertar o tempo com o espaço. Os relógios e as fronteiras não tem tradução na sua língua. Falta-lhe o amor da convenção em que nas outras as palavras fingem de certezas. O poeta lê apenas os sinais da terra. Seus passos cobrem apenas distâncias de amor e de presença. Sabe apenas inúteis palavras de consolo e mágoa pelo inútil. Conhece apenas do tempo o já perdido; do amor a câmara escura sem revelações; do espaço o silêncio de um vôo pairando em toda a parte. Cego entre as veredas obscuras é ninguém e nada sabe - morto redivivo. Tudo é simples para quem adia sempre o momento de olhar de frente a ameaça de quanto não tem resposta. Tudo é nada para quem descreu de si e do mundo e de olhos cegos vai dizendo: Não há o que não entendo. *Adolfo Casais Monteiro

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