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O inverno da alma...*

Percebo a cada dia, um frio que sai de dentro do meu coração, sequioso por sol. O calor aquece a alma dolorida e recupera a caminhada cansativa de cada dia. Estive hibernada em mim durante muito tempo. Precisei entender processos escondidos dentro de um compartimento secreto que só foi possível acessar depois de muita dor e sofrimento. Não gosto do inverno e confesso que quando sinto que ele está indo para longe trazendo a primavera, meu coração se enche de flores perfumadas de plenitude. Moro na serra de Petrópolis, onde há dias cinza e de nevoeiro. As tardes são úmidas e frias nessa estação temida por quem se encolhe e se esconde debaixo de várias peles para aquecer o corpo e o coração. Olho pela janela do meu quarto e vejo o céu. Isso me anima. Como o céu de inverno é bonito!!! Quase romântico. A lua sempre exuberante me lembra vida ainda existente em algum lugar perto ou distante de meus pensamentos que caminham em direção ao nada e à melancolia. Volto para dentro do m

Tu tens um medo*

Tu tens um medo: Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo o dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno. *Cecília Meireles

Sobre Dar e Receber*

Dizem que ninguém nunca pode receber Senão o que ele mesmo pode dar O bem maior que podemos fazer aos outros É fazer com que descubram , eles mesmos, sua riqueza maior Toda dádiva recebida é a descoberta Dentro de si de algo que já se possuía sem suspeitar Compreende-se que o único A ter consciência do bem é quem o recebe E não quem o dá Pois quem o dá age conforme o que já é E quem o recebe enriquece, deveras, sua vida Com um poder que trazia dentro de si Mas que não exercia enquanto sozinho É estéril uma dádiva não recebida Por certo é quem recebe a dádiva Que possibilita a sua eficácia... *José Mayer Filósofo. Livreiro. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Se eu fosse um Padre*

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões, não falaria em Deus nem no Pecado muito menos no Anjo Rebelado e os encantos das suas seduções, não citaria santos e profetas: nada das suas celestiais promessas ou das suas terríveis maldições... Se eu fosse um padre eu citaria os poetas, Rezaria seus versos, os mais belos, desses que desde a infância me embalaram e quem me dera que alguns fossem meus! Porque a poesia purifica a alma ... a um belo poema ainda que de Deus se aparte um belo poema sempre leva a Deus! *Mário Quintana

Fragmentos Filosóficos Delirantes*

"Ao desenhar refúgios entrelinhas de saber excessivo, um velho conhecido se faz estrangeiro à natureza que muda para se manter. Na interrogação das incertezas o silêncio oferece novas versões na transgressão da palavra." "O vocabulário da singularidade pode referir temas com significado próprio, mesmo quando se utiliza de expressões contidas no dicionário comum. Nesse sentido, pode ser importante superar os limites do mundo atual. As releituras costumam viabilizar essa decifração." "O autor, como investigador de raridades, busca afinar seu estilo de acordo com as fontes por onde transita. A ele se oferece o desafio de encontrar o melhor ângulo, para realizar a magia da interseção aprendiz." "Como um artesão a esculpir sua obra de arte, o Filósofo Clínico trata de aprender com os signos imprevistos. Elabora escutas, olhares e diálogos, no lugar onde a estrutura das profecias se manifesta." "A natureza também insinua seus or

Fragmentos Filosóficos Delirantes*

"Território escorregadio de questionamento e de reinvenções do novo, tela de fundo dos avanços ou retrocessos da sociedade, a modernidade cristaliza os processos sistematicamente feitos aos níveis social, político e estético. Com seus espelhos convexos, e côncavos, a modernidade é uma espiral de contradições, de esperanças, de decepções e de reinícios." "Pensada como fábrica de transgressões, a literatura é uma construção, ao mesmo tempo histórica e imediatamente contemporânea." "O que o deus Cronos não perdoa às vanguardas é o frescor e a espontaneidade de suas extravagâncias." "O gesto vanguardista por excelência é a provocação verbal ou visual. Os criadores vanguardistas que se batizam de futuristas, surrealistas, dadaístas, criacionistas, minimalistas, maximalistas, proclamam sua diferença e operam a ruptura." "Nesse polimorfismo literário, as vanguardas se destacam por marcarem, cada vez, o advento de uma linguagem no

Fragmentos Filosóficos, Criativos, Delirantes*

“Também sabemos que de início praticamente todas as obras-primas foram rejeitadas e vilipendiadas. É quase uma regra. Toda obra realmente forte tem que incomodar. Na verdade, isso é um sinal da sua força.” “O fenômeno da identificação – a joia do cinema, a transferência mágica, a passagem secreta de um coração a outro – provavelmente está além da explicação racional. Ele mexe em demasia com parâmetros parcamente conhecidos.” “Somos tocados apenas por uma realidade secundária, uma realidade de outra ordem, fácil de sentir, difícil de descrever.” “Coincidências, eventos improváveis – a verdade não é sempre convincente. Sempre soubemos disso. O cinema, que tão frequentemente se aventura pelo irreal, constantemente renuncia a uma realidade que considera difícil demais de ser engolida.” “O indefinível era melhor do que o específico, ainda que exótico. Buñuel, além disso, sonhava em introduzir sorrateiramente algumas informações falsas em todos os seus filmes, como que p

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