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Te convido*

À ouvir as ondas, Ouvir seu coração, ouvir o meu, ouvir o que o vento nos diz. Te convido: Aquietar os pensamentos, perceber o aqui e agora, respirar profundamente, depois suavemente. Te convido: sentir-se vivo, perceber-se como integrante desta cena, como natureza que és. Apenas, te convido... *Adriana Miranda Filósofa. Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG

Seiscentos e Sessenta e Seis*

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são 6 horas: há tempo… Quando se vê, já é 6ª-feira… Quando se vê, passaram 60 anos… Agora, é tarde demais para ser reprovado… E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio seguia sempre, sempre em frente… E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas. *Mário Quintana

A palavra inesperada*

                                                      Uma suspeita de imensidão aprecia os deslizes da palavra refugiada na palavra. Ponto de fuga em subterfúgios de especulação, ao exibir renúncias de ser previsível, amplia o mundo das possibilidades.      A admissão compreensiva desses desvãos se oferece no acolhimento de um talvez. Uma de suas características é o descompromisso em sustentar verdades a qualquer preço. Seu estado de espírito sobressaltado qualifica deslocamentos pela arquitetura subjetiva de um mundo fatiado. Aqui o vislumbre repentino das pequenas coisas permite o acesso às zonas de exclusão.    Por esses episódios a perder de vista, um teor extemporâneo pode desconstruir as fronteiras conhecidas. Seu saber ameaça os fundamentos conhecidos daquilo que se tinha definitivo. Nesse viés de aparência deslocada anuncia novos horizontes, esparrama indícios de originalidade para se fazer ciência.  O discurso imprevisível onde ela se esboça, procura inseri-la

Philip Roth no cartório*

          Algumas palavras, difíceis palavras, do escritor americano Philip Roth, que li em  um post de Guilherme Freitas no "Prosa On Line", não cessam de me incomodar. Elas foram transcritas de uma entrevista que o escritor concedeu à revista francesa "Les  Inrockuptibles", em outubro passado, quando anunciou o fim de sua carreira literária. Diz Roth, de 79 anos: "Escrever é estar sempre errado. Todos os nossos rabiscos contam a  história de nossos fracassos".           Sábias, preciosas palavras para um mundo em que não apenas muitos escritores, mas intelectuais, políticos, gurus, doutores, cientistas, especialistas de todas as  áreas, agitam enfaticamente suas verdades. Não é qualquer um que consegue, como Roth, admitir (aceitar) a insuficiência dos próprios pensamentos. Não é qualquer um que sustenta, com coragem, os próprios (e estreitos) limites. No entanto, as duras palavras de Roth, ao delimitarem a potência humana, tornam a vida mais ace

Papéis Existenciais*

Perguntaram-me:- Você é assim mesmo? Ri e respondi: - Sou em processo! Imperfeita! Mulher, mãe... Amante dos livros, do cuidar da casa, do Ser Terapeuta, dos múltiplos lugares do mundo, da quietude da noite, do aconchego amigo. Cada dia um milagre, por isto sou gratidão. Faxineira, cozinheira, costureira, escritora... Múltipla na vastidão de ser eu mesma, singular. Angustiadamente feliz. Triste com o caos do mundo. Feliz em ser como sou, parte deste universo infinito. - O que me falta? - Ainda desapegar de muitas coisas! "Difícil é ser simples!" Vou Zen...do! E basta! *Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Filósofa Clínica. Escritora. Juiz de Fora/MG

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"(...) o conteúdo que designamos como o 'agora' nada mais é do que a fronteira eternamente fluida que separa o passado do futuro." "A concepção mítica da linguagem, que em toda parte precede a filosófica, caracteriza-se sempre por esta diferença entre a palavra e coisa. Para ela, a essência de cada coisa está contida no seu nome. Efeitos mágicos se vinculam de maneira imediata à palavra e à sua posse." "(...) mesmo a ambiguidade inerente à palavra não constitui uma mera deficiência da linguagem, e sim um momento essencial e positivo da força expressiva que nela reside. Porque nesta ambiguidade se evidencia que os limites da palavra, tais como os do próprio ser, não são rígidos, e sim fluidos." "Toda realidade - tanto a espiritual quanto a física - é, de acordo com a sua essência, uma realidade concreta, individualmente determinada. Por isso, a fim de apreendê-la, é preciso que nos libertemos da universalidade falsa, enganosa e &

Imagens do Pensar*

“O imaginário e o real tornam-se indiscerníveis” Gilles Deleuze “Quando tudo foi dito, quando a cena maior parece terminada, há o que vem depois.” Michelangelo Antonioni Minha, a letra que vem do pensamento, A roupa, visto – a música, sinto na pele. Transfiguro em tua boca, triste é viver neste buraco, A solidão é o começo da liberdade, me faz cantarolar, Acordar noturno é o começo do tempo que se despede. A narrativa em filigranas discorre no tempo, Folhas perdem a força, sequência do pensar disperso, O presente está depois da imagem, em signos, na nuvem. O movimento é de Antonioni, reúne os tempos, O vazio mescla com o tempo morto. O que está aí, feito está. O que foi dito está aqui. Presa do tempo, o homem, inventa o que vem depois, O Imaginário e o Real é o café da manhã à linguagem da vida. O mundo é feito não mais de heróis,  os excessos perderam  para os subjetivos obsedantes das Redes. * Luis Antônio Paim Gomes Professor. E

Fragmentos filosóficos, poéticos, delirantes*

"Assim, como disse, tenho apenas minhas perplexidades a lhes oferecer. Estou perto dos setenta. Dediquei a maior parte de minha vida à literatura, e só posso lhes oferecer dúvidas." "E a vida, tenho certeza, é feita de poesia. A poesia não é alheia - a poesia, como vemos, está logo ali, à espreita. Pode saltar sobre nós a qualquer instante."  "Creio que Emerson escreveu em algum lugar que uma biblioteca é um tipo de caverna mágica cheia de mortos. E aqueles mortos podem ser ressuscitados, podem ser trazidos de volta à vida quando se abrem as suas páginas." "(...) Berkeley escreveu que o gosto da maçã não estava nem na própria maçã - a maçã não pode ter gosto por si mesma - nem na boca de quem come. É preciso um contato entre elas." "(...) gostaria de dizer que cometemos um erro bastante comum ao pensar que ignoramos algo por sermos incapazes de defini-lo." "Os homens buscaram parentesco com os derrotados tr

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