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A Lei da Verdade – Pincel Sobre Um Caso*

Cansados, desgastados e ávidos por verdades que eles nem sabem onde encontrar. Interessante essa habilidade do homem em acreditar na sua majestade diante de tão pouca certeza sobre ele mesmo. Me lembrei do pavão. Meu Deus, aquela cauda, aquelas penas reluzentes que de repente em um mínimo acidente, podem não existir mais. Que tristeza, o pavão destronado indo buscar alento no colo de sua pobre, sem cauda reluzente e boa galinácea. É sempre assim. Eles chegam ou voltam depenados, e tão logo se aprumam se esquecem das mãos que repuseram suas plumas no lugar. E a “simples e boa mulher”, crente no amor e esperançosa por uma vida plena em companheirismo, sincronismo, prazer, respeito e tudo o que deve cercar uma convivência conjugal bacana, ainda faz com que este homem se sinta único. A maioria das mulheres age assim e isso não é bom! Isso não é verdadeiro e não pode dar em boa coisa. É uma troca interesseira disfarçada de amor. Ao identificar que seu investimen

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"A alquimia também entrega-se frequentemente a essa simples perspectiva dialética do interior e do exterior. Ela se propõe muitas vezes a 'revirar' as substâncias, como se revira uma luva. Se sabes pôr para fora o que está dentro e para dentro o que está fora, diz um alquimista, é um mestre da obra." "E é aqui que se pode captar a diferença entre as dialéticas da razão que justapõe as contradições para abranger todo o campo do possível e as dialéticas da imaginação que quer apreender todo o real e encontra mais realidade naquilo que se oculta do que naquilo que se mostra." "A cor negra, diz também Michel Leiris, 'longe de ser a do vazio e do nada, é antes a tinta ativa que faz sobressair a substância profunda e, consequentemente, escura de todas as coisas. (...) O negro alimenta toda cor profunda, é a morada íntima das cores. Assim o sonham os obstinados sonhadores." "Temos aqui um bom exemplo da necessidade que tinham os a

Poema sobre o que sei*

"Continuo impetuosamente absorto Calado estou a me torturar Nada para meu ser é absoluto Ponho-me sempre a fragmentar Confundo-me! Estou ou devo ficar ? Minha alma possui um vazio Cheio demais para tentar Sou itinerante e meu amor é idílio O que intensamente sei é amar! *Dionéia Gaiardo Administradora de Empresas. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica. Porto Alegre/RS

Fragmentos filosóficos, científicos, delirantes*

"(...) Sou uma microcirurgiã da mente. Médica, psiquiatra e psicanalista por formação, uso palavras e símbolos para explorar e modificar o panorama neural das mentes e cérebros de meus pacientes, da mesma maneira como o cirurgião maneja o bisturi para expor e extirpar estruturas comprometidas do corpo."  "(...) a chamada "cura pela palavra", originalmente criada por Freud, altera literalmente a conexão dos neurônios cerebrais entre si." "Trabalhando com Alice em psicoterapia, tenho de visualizar o mapa em ziguezague de sua mente e explorar sua 'ilha da Terra do Nunca' na sua companhia." "Venho argumentando que a psicoterapia compreende a exploração e a transformação das conexões existentes entre os neurônios interligados do córtex superior que compõem nossas mentes." "(...) o cérebro humano, possui mecanismos biológicos que torna possível alterar as conexões entre os neurônios. Mostrarei por que acredito

Pobre rica menina*

Seu andar lento traía uma nostálgica tristeza. -É coisa minha.... - sempre dizia. Sabia, melhor do que ninguém, dos riscos da vida. Dos perigos do amor. Escolhia, contudo, amar e confiar. Entre a dúvida e a certeza, não vacilava. Mergulhava inteira e oferecia a cara e a alma. Havia traçado o seu destino. O que tiver que ser será. Estava escrito, e o que não estava escrevia. Mergulhava de cabeça em águas muito rasas. Ah, machucara-se tantas vezes. Quem não a conhecia comentava: pobre menina, insiste em se machucar. Ninguém entendia direito o porquê. Sempre que perguntada, ela respondia: -É coisa minha.... Sim, era coisa dela. Não desistia de acreditar no amor e nas pessoas. Vida arriscada a sua. Levava junto com ela as marcas dos amores. Onde chegava, amava Onde ficava, sonhava Onde passava, alegrava Onde caía, florescia Por vezes, quando caía Voava para mais longe E onde pousava, florescia de novo.... *José Mayer Filósofo. Livreiro.

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Operação capaz de mudar o mundo, a atividade poética é revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método de libertação interior." "Há máquinas de rimar, mas não de poetizar. Por outro lado, há poesia sem poemas; paisagens, pessoas e fatos muitas vezes são poéticos: são poesia sem ser poemas." "Cada poema é um objeto único, criado por uma "técnica" que morre no momento exato da criação. A chamada "técnica poética" não é transmissível porque não é composta de receitas, e sim de invenções que só servem a seu criador." "Ser um grande pintor significa ser um grande poeta: alguém que transcende os limites da sua linguagem." "A leitura do poema tem grande semelhança com a criação poética. O poeta cria imagens, poemas; e o poema faz do leitor imagem, poesia." "(...) as palavras são rebeldes à definição." "Cada palavra ou grupo de palavras é uma metáfora. E desse modo

O Olhar de Celan*

“por onde ela quer descer, a estrela: para embaixo nadar, embaixo, onde se vê cintilar...” Paul Celan Devir é transformar o Ser no que é, Ser é além do vir a ser, Nadar é olhar o rio, Celan em poética do sentir. Ver é o Ser que atira na vida, água, A expressão da contradição que molha, O manto, o corpo se move, sentido, A projeção da linguagem no absoluto, a morte. Devir é o velejar, o pensar no lago, O Nada é o descontínuo cruzar da diferença, O corpo é mais rápido que o olhar, Atravessa a margem, é o descobrir o lado seguro. A lógica da vida é o sentir, descreve o conceito, É o que está na essência, É o que trata do Ser, a expressão do “ondear das palavras errantes”, a diferença.   É tudo mais prazeroso, o que se lê com calma, a alma do absoluto desejo do leitor, o prazer de ler é quase Deus, retorna à compreensão ao texto, tudo faz sentido. Ao interpretar o texto, ao ler o poema, esse é o momento mais apropriado para se orgulhar

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"O animal humano precisa dizer-se. Mas é próprio dos 'discursos' (mitos, representações, histórias) serem impermanentes, saturarem-se." "São cada vez mais numerosos os que nada têm a dizer e o dizem em voz alta." "A intranquilidade do ser não tem o que fazer, de fato, com promessas moles e hipócritas. Agrada-lhe muito mais a inquietante inquietação que é toda vida. O enigma, mais que a solução." "Quando se institucionaliza, a ciência torna-se dogmática e precisa ser sacudida para recuperar o dinamismo original e de origem." "Já não se trata de ser um adulto sério e tensionado para a perfeição de um "estado" estável, mas, pelo contrário, uma eterna criança, sempre em devir e ávida pelo que se apresenta." "(...) as apresentações vitalistas se empenham em descrever os frêmitos, as efervescências, o fervilhar de uma cultura em perpétua gestação." "Donde a necessidade de cultivar

As gavetas e os poemas*

Guardei nas gavetas de mim poemas. Dali me salvo de angustias e anseios. Fecho-me por vezes, me abro desfaço-me. Pinto e bordo. Nem sempre há um por que nem para que transcendo e me basta! *Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Filósofa Clínica. Escritora. Juiz de Fora/MG

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