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A mão e a poesia*

Eu era tão somente A mão que escrevia Se há alguém culpado Este é o meu coração. O que me traz alegrias Não é o mesmo Que te deixa alegre Aquilo que dói em mim Não é o mesmo Que dói em ti. E que a poesia Nos traga alegria E nos alivie No ano de 2017, *Jose Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A obra de Thomas Mann situa-se na categoria muito rara (...). Tais obras comovem-nos à quinta leitura, por motivos diferentes daqueles que nos fizeram amá-las à primeira, ou até opostos a eles" "(...) busca de uma sabedoria mágica cujos segredos cochichados ou subentendidos flutuam entre as linhas, destinados, ao que parece, a permanecer voluntariamente o mais despercebidos possível" "A Montanha Mágica é a descrição bastante precisa de um sanatório na Suíça alemã, por volta de 1912" "(...) para esse analista das mutações e da passagem, o presente não tem um lugar privilegiado na sequência dos séculos; todos os tempos, inclusive aquele em que estamos, flutuam igualmente à superfície do tempo" "Parece que Mann nunca conseguiu eliminar totalmente de sua consciência, e ainda menos do inconsciente, um vestígio de timidez burguesa ou de reprovação puritana perante essa aventura do espírito a caminho de si mesmo" &quo

Quando nosso corpo virou uma máquina*

Na última coluna vimos que algumas pessoas encontram-se caminhando por lindos lugares da nossa cidade, tais como o Ecoparque, mas que não estão lá de fato, pelo menos não do ponto de vista do seu pensamento, das suas emoções, das suas ideias. Vimos que uma das consequências de ter isto como um padrão é a dissociação entre corpo e mente, entre o ambiente em que estamos e o que se passa dentro de nós. A pessoa fica com o seu pensamento pulando de quadro em quadro, de ideia em ideia, de coisas boas do nada para coisas horríveis. Entre as consequências usuais destes padrões de espacialidade encontram-se queixas como o fato de a pessoa não ver mais graça de estar em lugar algum, não importa o quanto belo ele seja, e assim acaba se fechando em casa, em uma sala muitas vezes escura, de janelas fechadas, como se o mundo lhe fizesse mal. Outras vezes a pessoa reclama que nada mais lhe agrada, que não consegue saborear uma boa comida, que não consegue sentir atrações físicas pela es

Soneto da Manhã Primeira*

Quero a manhã exata, a manhã viva, pois estas luzes e estes vôos na aurora, são só ensaios de manhãs.   E agora  o que eu quero é a manhã definitiva, a autêntica manhã pura, exclusiva, manhã nascida de si mesma e fora desta jubilação falsa e sonora que só por um momento nos cativa. Ah, a manhã da última promessa, manhã de um novo mundo que começa, mais acessível, mais humano e bom. Meu Deus, seria como chegasse a manhã do primeiro sol que nasce, a cor primeira e do primeiro som. *José Chagas         

Geometria dos ventos***

Eis que temos aqui a Poesia, a grande Poesia. Que não oferece signos nem linguagem específica, não respeita sequer os limites do idioma. Ela flui, como um rio. como o sangue nas artérias, tão espontânea que nem se sabe como foi escrita. E ao mesmo tempo tão elaborada - feito uma flor na sua perfeição minuciosa, um cristal que se arranca da terra já dentro da geometria impecável da sua lapidação. Onde se conta uma história, onde se vive um delírio; onde a condição humana exacerba, até à fronteira da loucura, junto com Vincent e os seus girassóis de fogo, à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao                                        mesmo tempo fácil e insolúvel da sua tragédia. Sim, é o encontro com a Poesia. *Rachel de Queiroz **(Poesia feita em homenagem ao poema "Geometrida dos Ventos" de Álvaro Pacheco)

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