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Silêncio da letra*

           Cansei dos teus olhos, de tua voz, a duração deste momento, o movimento faz o tempo durar o sempre na imagem. O breviário do solitário é catar os dias, então, do previsível, da atitude dos versos, a métrica é o fluxo do pensamento: e o silêncio fascina. Morrerei em Paris como César Vallejo e Celan. O Sena que lava a textura do tecido, palavras entre as pernas abrem-se às manhãs da cidade. A poesia nasce da algaravia, da alma perdida, morrer em águas turvas. O silêncio abre-se coberto de tardes tristes, um beijo na beleza incessante dos olhos esquecidos dos os amantes  que não se cansam de partir. O silêncio fascina sobre o escrito. *Prof. Dr. Luis Antonio Paim Gomes Filósofo. Editor. Livre Pensador Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) a percepção é apenas um início de ciência ainda confusa. A relação da percepção com a ciência é a mesma da aparência com a realidade. Nossa dignidade é nos entregarmos à inteligência, que será o único elemento a nos revelar a verdade do mundo" "(...) a física da relatividade confirmar que a objetividade absoluta e definitiva é um sonho ao nos mostrar cada observação rigorosamente dependente da posição do observador, inseparável de sua situação, e ao rejeitar a ideia de um observador absoluto" "Isso em nada diminui a necessidade da pesquisa científica e combate apenas o dogmatismo de uma ciência que se considerasse o saber absoluto e total" "As coisas não são, portanto, simples objetos neutros que contemplaríamos diante de nós; cada uma delas simboliza e evoca para nós uma certa conduta, provoca de nossa parte reações favoráveis ou desfavoráveis, e é por isso que os gostos de um homem, seu caráter, a atitude que assumiu em relaç

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O conteúdo do espírito se revela tão somente na sua manifestação; a forma ideal é reconhecida somente na e pela totalidade dos signos sensoriais dos quais se serve para expressar-se" "(..) o processo da formação da linguagem mostra como, para nós, o caos das impressões imediatas somente passa a se aclarar e articular no momento em que lhe 'damos nome', permeando-o, assim, com a função do pensamento linguístico e da expressão linguística" "Porque cada 'reprodução' do conteúdo já encerra um novo estágio da 'reflexão'" "(...) cada particularidade faz parte de um determinado complexo e expressa em si mesma a regra deste complexo" "A concepção mítica da linguagem, que em toda parte precede a filosófica, caracteriza-se sempre por esta indiferença entre palavra e coisa. Para ela, a essência de cada coisa está contida no seu nome. Efeitos mágicos se vinculam de maneira mediata à palavra e à sua posse&quo

Não entendi. Sinto muito.*

Pessoas que terminam frases com a pergunta “não é?” me intrigam. Sempre quis saber como funciona a mente destas criaturas. Quando Pedro diz que segunda feira é o pior dia da semana, e,  em seguida, me interroga com o detestável “não é?”, na prática, efetivamente está esperando minha confirmação para avançar com a conversação.  Precisa de cumplicidade e aprovação para continuar o raciocínio. Por que a cada duas ou três frases estas pessoas precisam de um apoio, uma base para suas falas? Geralmente não nos dão tempo para responder, mas é assim mesmo que funciona o jogo. Ao falar o "não é", encaram-nos firmemente, constrangendo-nos e, meio que sem jeito, educadamente balançamos afirmativamente a cabeça, piscamos ou baixamos os olhos. Já é o bastante para que concluam que concordamos e prossigam seu falatório. Na verdade, não querem escutar nossa resposta, precisam apenas de um sinal verde para ir em frente com seu discurso.   Se para eles funciona como sinal ver

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O mundo é a minha representação (...) Possui então a inteira certeza de não conhecer nem um sol nem uma terra, mas apenas olhos que vêem este sol, mãos que tocam esta terra; em uma palavra, ele sabe que o mundo que o cerca existe apenas como representação, na sua relação com um ser que percebe, que é o próprio homem" "(...) esta realidade é, portanto, puramente relativa" "O mundo como representação, o único que nos ocupa aqui, apenas existe, falando com exatidão, a partir do dia em que se abrem os primeiros olhos; com efeito, ele só poderia sair do nada em que estava mergulhado por meio do conhecimento" "(...) Foi daí que saiu esse velho erro, de que não há nada de perfeitamente verdadeiro senão aquilo que é provado, e que toda verdade assenta incomprovada, que é o próprio fundamento da prova, ou das provas da prova" "A peculiaridade da filosofia é que ela não pressupõe nada de conhecido, mas que, pelo contrário, tudo l

Caminho do meio*

De um lado a montanha, morada dos deuses. Do outro lado o vale, lagos, riachos e animais. No caminho do meio o homem a trilhar peregrino no existir. Observador aprendiz, passo a passo, experimenta a sacralidade do viver. *Dra Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica. Juiz de Fora/MG

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