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A simplicidade da vida*

Há tantos modismos e "tem quê" ...e a vida passa, e nos amarramos em ilusões e frustrações. Para que? Daqui a pouco seremos cinzas e perderemos a vida com tantas regras inúteis. Julgamos, criticamos e deixamos de compreender e aceitar as pessoas em suas singularidades. Amor e compaixão ficam de lado, logo que a pessoa faz diferente do que pensamos ser certo. Tantos sofrimentos inúteis por apegos e desejos... Vivemos deprimidos apegados ao ontem que já passou... Ansiosos e cheios de medo por um amanhã incerto. O agora que é o único instante de viver se perde e assim a felicidade, que é nossa natureza, se esvai. ... e tudo passa, passarinho... Deixando apegos, modismos, poder, vaidade, orgulho, raiva de lado... A vida acontece. São tantas teorias inúteis a nos escravizar. A vida é simples... As flores nos dão bom dia, o sol nos aquece e as pessoas nos encantam sendo como são. Descomplicando o viver agora se torna a poética encantada

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Quando a mãe do poeta se perguntava onde o poeta fora concebido, apenas três possibilidades eram levadas em consideração: uma noite sobre um banco de praça, uma tarde no apartamento de um pai do poeta, ou uma manhã num lugar romântico dos arredores de Praga" "(...) foi exatamente na primavera, quando os lilases estavam em flor, que ela foi levada para a maternidade; lá, após algumas horas de sofrimento, o jovem poeta deixou-se escorregar de sua carne sobre o lençol manchado do mundo"  "Jaromil sabia muito bem (...) que a originalidade do seu universo interior não era resultado de um esforço laborioso mas sim que se exprimia através de tudo o que passava fortuita e maquinalmente pela sua cabeça; que lhe fora dada, como um dom" "Desde então, acompanhou com muito mais atenção os seus próprios pensamentos e começou a admirá-los. (...) ocorreu-lhe a ideia de que, com a sua morte, o mundo onde vivia deixaria de existir" "(...

Retrato do artista quando coisa*

A maior riqueza do homem é sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas. *Manoel de Barros

Sobre o começo de tudo*

Ah, se nós soubéssemos Daquele lugar comum De onde todos viemos Anterior ao Jardim do Éden Antes da explosão inicial Aquela poeira cósmica Útero fecundo da humanidade. Ah, se nós soubéssemos De onde todos viemos Tão singulares e únicos Tão semelhantes entre nós E que o que nos une É bem maior Daquilo que nos pode separar. Deve haver um lugar Uma rachadura na armadura da palavra Um furo quase mudo no silêncio Uma brecha na flecha do tempo. Um tempo, uma linguagem, um silêncio... Bem antes... Ou bem depois... *José Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Milagres*

Ora, quem acha que um milagre é alguma coisa de especial? Por mim, de nada sei que não sejam milagres: ou ande eu pelas ruas de Manhattan, ou erga a vista sobre os telhados na direcção do céu, ou pise com os pés descalços bem na franja das águas pela praia, ou fale durante o dia com uma pessoa a quem amo, ou vá de noite para a cama com uma pessoa a quem                                                                                      /amo, ou à mesa tome assento para jantar com os outros, ou olhe os desconhecidos na carruagem de frente para mim, ou siga as abelhas atarefadas junto à colmeia antes do meio-dia de verão ou animais pastando na campina ou passarinhos ou a maravilha dos insectos no ar, ou a maravilha de um pôr-de-sol ou das estrelas cintilando tão quietas e brilhantes, ou o estranho contorno delicado e leve da lua nova na primavera, essas e outras coisas, uma e todas — para mim são milagres, umas ligadas às outras ainda

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