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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Temos tanta necessidade das lições de uma vida que começa, de uma alma que desabrocha, de um espírito que se abre" "Ver e mostrar estão fenomenologicamente em violenta antítese" "Não é também no devaneio que o homem se mostra mais fiel a si mesmo ?" "(...) o psicanalista pensa demais. E não sonha o bastante. Ao pretender explicar o fundo do nosso ser por resíduos que a vida diurna deposita na superfície, ele oblitera em nós o sentido do abismo. Em nossas cavernas, quem nos ajudará a descer ? Quem nos ajudará a reencontrar, a reconhecer, a conhecer o nosso ser duplo, que, de uma noite para outra, nos guarda na existência, esse sonâmbulo que não caminha nas estradas da vida, mas que desce, sempre e sempre, em busca de jazidas imemoriais ?"  "(...) Os grandes sonhadores são mestres da consciência cintilante. Uma espécie de cogito múltiplo se renova no mundo fechado de um poema. Por certo serão necessários outros poderes co

O outono e a harmonia*

Outono chegou trazendo seus ventos e derrubando as lindas folhas de múltiplos matizes coloridos. Convidando a transformação. Fazendo nossa pele arrepiar e nossa alma se aquietar. Outono chegou no tempo do relógio cósmico da harmonia. No tomar o chá e ouvir Beethoven. No pegar os pincéis e pintar os caminhos. Sinto-me aconchegada por esta estação das rugas e cabelos brancos encaracolados. Estação do "não ter que". Da sabedoria das coisas simples. Do olho no olho e das amizades eternas. Entro junto com o outono e convido você a caminhar comigo neste tempo sagrado a recitar o poema do existir e ser em sintonia. E saborear um chá de consciência e beleza observando o por do sol e a lua cheia chegando de mansinho. Pois, apesar de tudo, de tanto descompasso neste mundo insano, há a possibilidade de um instante de felicidade, quando nos damos tempo de respirar os ventos a tocar nosso rosto sussurrando: -viva o agora, porque o paraíso é também aqui! *Dra Rosângela

Mundo pequeno*

I O mundo meu é pequeno, Senhor. Tem um rio e um pouco de árvores. Nossa casa foi feita de costas para o rio. Formigas recortam roseiras da avó. Nos fundos do quintal há um menino e suas latas maravilhosas. Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas com aves. Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os besouros pensam que estão no incêndio. Quando o rio está começando um peixe, Ele me coisa Ele me rã Ele me árvore. De tarde um velho tocará sua flauta para inverter os ocasos. II Conheço de palma os dementes de rio. Fui amigo do Bugre Felisdônio, de Ignácio Rayzama e de Rogaciano. Todos catavam pregos na beira do rio para enfiar no horizonte. Um dia encontrei Felisdônio comendo papel nas ruas de Corumbá. Me disse que as coisas que não existem são mais bonitas. IV Caçador, nos barrancos, de rãs entardecidas, Sombra-Boa entardece. Caminha sobre estratos de um mar extinto. Caminha sobre as conchas dos caracóis da

Silêncio da letra*

Cansei dos teus olhos, de tua voz, a duração deste momento, o movimento faz o tempo durar o sempre na imagem. O breviário do solitário é catar os dias, então, do previsível, da atitude dos versos, a métrica é o fluxo do pensamento: e o silêncio fascina. Morrerei em Paris como César Vallejo e Celan. O Sena que lava a textura do tecido, palavras entre as pernas abrem-se às manhãs da cidade. A poesia nasce da algaravia, da alma perdida, morrer em águas turvas. O silêncio abre-se coberto de tardes tristes, um beijo na beleza incessante dos olhos esquecidos dos os amantes  que não se cansam de partir. O silêncio fascina sobre o escrito. *Prof. Dr. Luis Antonio Paim Gomes Filósofo. Editor. Escritor. Livre Pensador. Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O que significa, aqui, dizer que a existência precede a essência ? Significa que, em primeira instância, o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define. O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não é nada; só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo"  "(...) o primeiro passo do existencialismo é o de pôr todo homem na posse do que ele é, de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência" "O existencialista não pensará nunca, também, que o homem pode conseguir o auxílio de um sinal qualquer que o oriente no mundo, pois considera que é o próprio homem quem decifra o sinal como bem entende. Pensa, portanto, que o homem, sem apoio e sem ajuda, está condenado a inventar o homem a cada instante" "(...) se vocês procurarem um padre, por exemplo, para que ele os aconselhe, vocês estarão escolhendo esse padre,

Singularidades*

Gosto de observar, de pensar ... algumas vezes escrevo expressando semioticamente minhas emoções através de uma analítica de linguagem. Não intenciono disputar saberes mas uma tentativa de compreender a essência da minha existência como significado e paixão. Aprecio discursos organizados e " limpos", bem estruturados que me ajudem nas buscas e no cuidado com meus pré-juizos assim como um instrumento de mediação que conduz a se sentir melhor. Sou ação. Aprecio termos , palavras leves e descontraídas através das quais posso ter uma interseção agradável e segura para expressar fenomenológicamente, como o mundo me parece. Não domino conhecimentos; minha intencionalidade é única e exclusiva para a tentativa de uma compreensão do Todo que habita em mim. Utopia ?!? Não creio. Porém, ter a liberdade de agir, pensar e sentir sem os limites dos agendamentos e padronizações Sociais me são por demais agradáveis. *Marize Ouriques Filósofa Clínica Florianópolis/SC

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O que desejo enfatizar aqui, logo de início, é que a afirmação de que algumas pessoas têm uma doença chamada esquizofrenia (e de que algumas, presumivelmente, não a têm) baseia-se unicamente na autoridade médica e não em qualquer descoberta da Medicina; de que isso foi, em outras palavras, o resultado de uma tomada de decisão ética e política, e não de um trabalho científico empírico"  "Como Bleuler tampouco descobriu qualquer doença nova nem desenvolveu qualquer novo tratamento, sua fama assenta, em minha opinião, no fato de ter inventado uma nova doença - e, através dela, uma nova justificativa para se considerar o psiquiatra um médico, o esquizofrênico um paciente e a prisão em que aquele confina este, um hospital" "(...) ao descrever um paciente esquizofrênico, está descrevendo meramente alguém que fala de modo bizarro ou diferente dele, ou com quem ele, Bleuler, está em desacordo" "Através dessa transformação pseudocientífica do

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