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O amor e a saudade*

Conduza-me pela mão Por um campo de centeio Para saciar a fome De todas as belezas. Me enxague as mãos Neste cristalino córrego De qualquer sentimento Que possa machucar. Escrever sobre a vida É amar duas vezes, Várias vezes. Outras tantas vezes É chamar a saudade Para bem junto de si. *José Mayer Filósofo. Poeta. Livreiro. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Para Platão o mito também encerra em si um determinado teor conceitual; pois ele é aquela única linguagem conceitual na qual se pode exprimir o mundo do vir-a-ser. Também não pode haver outra apresentação que não seja mítica daquilo que nunca é, mas sempre 'vem a ser', daquilo que não perdura identicamente determinado, como os produtos do conhecimento lógico e matemático, mas que de momento a momento aparece como outro" "O processo mitológico não tem a ver com objetos da natureza, mas com as puras potências criadoras, cujo produto originário é a própria consciência" "Todo começo do mito, especialmente toda concepção mágica de mundo, está impregnado dessa crença na essência objetiva e na força objetiva do signo. A magia da palavra, a magia da imagem e a magia da escrita formam o acervo fundamental da atividade mágica e da visão mágica de mundo" "(...) Mas a autêntica força mítico-mágica da linguagem só ve

Cabelos de Baudelaire*

Certas cores, cabelos que esvoaçam no tempo, mistura cheiros e sons, açafrão no tilintar do outono, Tinta que borda a pele, marca a alma, o frio se aproxima. Ilumina partes do corpo, o tom certo, é como a luz, Atravessa fendas, melodias espalham, clarão que dança, Como melodia na luz assombradas de pensamento. Dedico meu tempo a teus cabelos, a poética imortal, Mesmo que não crês no Nada, a cabeleira brilha, O tempo não apaga os versos, o tempo esquece o presente. Como o barco de Debussy, eleva a dor diante da música, Em perdidas matemática antes do sol do meio-dia, Fios voam mar dentro de luz, fonte da vida, os cabelos em direção à margem, Morre no horizonte o que oculta.   *Prof. Dr. Luis Antonio Paim Gomes Filósofo. Editor. Livre Pensador. Porto Alegre/RS

A palavra dialética*

A rigidez do raciocínio bem estruturado, nos relatos da palavra definida, abriga um dizer de natureza inconformada. Antítese da comunicação inicial, esse teor descompassado, ao ser contradição, prescreve novos rituais para comunicar. As propostas por desmerecê-lo reafirmam sua natureza de transgressão. Seu rumor de não palavra, ao ser dizível, aponta uma estética da desrazão.  Esses relatos interditos na expressividade buscam emancipar as fronteiras discursivas. Sua desconformidade inaugura espaços, oferece ambientes para novos experimentos narrativos. Ao quebrar protocolos emancipa aquilo por vir. A palavra dialética contém em si mesma: afirmação e negação. Um território com cheiro de terra nova se apresenta em cada página.  Na ruptura com aquilo que já foi novidade, se empenha em querer mais. Acolhe as dinâmicas da crise como um anúncio. Sua referência de inspiração são as autogenias precursoras. Ao dizer não a rigidez do discurso completo, bem acabado, sua alte

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) essa estrutura da consciência é muito frequente nos filósofos, ou seja, nos homens que têm um grande hábito de 'pensar sobre o pensamento', como diz Goethe, isto é, que estão profundamente penetrados pelo caráter imaterial do pensamento, que sabem de longa data que ele escapa a todo esforço para representá-lo, defini-lo, cristalizá-lo, e que, por conseguinte, só de modo sóbrio e com alguma repugnância usam comparações e metáforas quando falam dele" "A compreensão é um movimento que nunca se conclui, é a reação do espírito a uma imagem através de outra imagem, e a essa através de outra imagem, e assim por diante, em linha contínua, até o infinito" "Na atitude imaginante, com efeito, encontramo-nos na presença de um objeto que se dá como análogo aos que podem aparecer-nos na percepção" "(...) compreender por que percebemos de maneira diferente daquela com que vemos" "O ato de imaginação, como acabamos de ver

Buscas ou escolhas ?*

O passado é um lugar, nunca uma prisão. Confundir essa condição pode ser doloroso e degradante demais. E a nossa morada deve ser sempre agora, pois no passado não devemos permanecer, mas sim, visitar quantas vezes for preciso, sobretudo, para aprender a perdoar ou superar os desafios propostos na nossa jornada da vida como produto das nossas próprias escolhas. Afinal, podemos e até devemos sempre buscar sermos senhores das nossas escolhas; porquanto das consequências sempre seremos reféns. Musa! *Prof. Dr. Pablo Eugenio mendes Filósofo. Educador. Filósofo Clínico Uberlândia/MG – Porto Alegre/RS

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