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O texto e a vida*

Em uma obra de essência inacabada, a pluralidade discursiva, nem sempre coerente e recheada com algum tipo de fundamentação, exibe capítulos de uma subjetividade em vias de acontecer.   Nessa arquitetura de palavras, a versão dos rascunhos se inicia na multidão improvável dos sentidos sem tradução. Por esse não-lugar se alternam pronuncias da voz na palavra escrita. Um apurado senso de irrealidade parece tomar conta da estrutura narrativa.  Ao (re)nascer de cada pessoa uma nova obra se inicia. As lógicas da incompletude ampliam as chances para descrever o infindável movimento da vida. Sua eficácia institui novos parágrafos existenciais e se oferece como possibilidade inadiável de reescritas.  A autoria, em sua singularidade, esboça um cotidiano de páginas inéditas. A letra parece querer anunciar, desvendar, transgredir cotidianos em roteiros de inconclusão. Uma estranha alquimia ressoa no desajuste das entrelinhas. Como uma literatura que se esboça aos sons do

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Ela é feita de ensaios-erros, marca, por excelência, da vitalidade, no que ela tem de aventureira. Indico no princípio deste livro: a verdadeira vida não tem projeto porque não tem objetivo definido. Daí o aspecto pulsante de suas manifestações" "Acrescentarei que o redobramento é a marca simbólica do plural. Por isso, cada um torna-se um outro. Comunga com o outro e com a alteridade em geral" "(,,,) nenhum problema é definitivamente resolvido, mas que encontramos, pontual e empiricamente, respostas aproximadas, pequenas verdades provisórias, postas em prática no cotidiano, sem que se acorde um estatuto universal, oralmente válido em todo lugar, em todo tempo e para cada um" "(...) o excesso sobrevém como uma vibração que legitima e dá sentido à monotonia cotidiana. A transgressão e a anomia necessitam de limites, ainda que seja somente para serem ultrapassadas" "Instantes encantados dos carnavais, dos festivais,

O que aprender, torne seu *

Uma coisa é você escrever sobre o que leu e assimilou expondo com fórmulas e conceitos decorados – coisa muito comum aos que estudam Heidegger, como eu. Outra, é colocar por escrito o que foi lido e confrontado com as próprias experiências para que, comprovada sua validade, possa expor como aquilo que foi devidamente incorporado à vivência. Neste caso, mais do que entender o que o autor escreveu, você tornou aquele conhecimento integrado à sua própria experiência. Desse modo, aprender o conteúdo de determinado autor não nos torna devedores do mesmo a ponto de, em toda afirmação, ser necessário mencioná-lo. Se desde a infância nosso conhecimento é construído a partir de inúmeras experiências e do estudo de diversos autores, toda nossa expressão é uma derivação ou assimilação do que culturalmente nos foi deixado. Nem por isso devemos escrever e falar dizendo a todo o momento de onde aprendemos. A menção deveria ser feita em eventos específicos como, por exemplo, em t

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Se possuem alguma fórmula ela certamente não é explicativa, e o prefiro não continua sendo uma fórmula cabalística, assim como a do Homem do subsolo, que não pode impedir que 2 e 2 sejam igual a 4, mas que não se resigna a isso (prefere não 2 e 2 sejam igual a 4). O que conta para um grande romancista, Melville, Dostoievski, Kafka ou Musil, é que as coisas permaneçam enigmáticas e, contudo, não-arbitrárias: em suma, uma nova lógica, plenamente uma lógica, mas que não nos reconduza à razão e que capte a intimidade da vida e da morte" "Vemos claramente por que o real e o imaginário tinham de ser superados, ou mesmo intercambiar-se: um devir não é imaginário, assim como uma viagem não é real. E o devir que faz, do mínimo trajeto ou mesmo de uma imobilidade no mesmo lugar, uma viagem; e é o trajeto que faz do imaginário um devir. Os dois mapas, dos trajetos e dos afetos, remetem um ao outro" "(...) explorar os meios, por trajetos d

A natureza das diferenças*

A SuperTerra se revela Mostra-nos nosso verdadeiro tamanho coloca-nos diante a real pequenez Será que aprenderemos? Libertar do poder Compartilhar com amor Aceitar as diferenças Aceitar nossa natureza Ainda há tempo!  Saturno faz a faxina Convoca-nos ao trabalho sério Não dá mais para tantas Vaidades, orgulho, prepotência Ou abrimos a flor de lótus no peito Ou seremos devorados pela sombra É hora da ação determinada Do diálogo, do dar as mãos... É possível... Não é utopia, é o acender a luz Consciência! *Dr. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Já Platão havia reconhecido que a palavra humana possui um caráter de discurso, isto é, expressa a unidade de um pensamento através da integração de uma multiplicidade de palavras, e tinha desenvolvido, em forma dialética, essa estrutura do logos " "A dialética, como arte de conduzir uma conversação, é ao mesmo tempo a arte de olhar juntos na unidade de uma perspectiva isto é, a arte da formação de conceitos como elaboração da intenção comum" "(...) Nesse sentido a pessoa a que chamamos experimentada não é somente alguém que se fez o que é através das experiências, mas também alguém que está aberto a experiências" "(...) o homem experimentado é sempre o mais radicalmente não dogmático, que, precisamente por ter feito tantas experiências e aprendido graças a tanta experiência, está particularmente capacitado para voltar a fazer experiências e delas aprender" "Elogia-se, portanto, a compreensão de alguém, quan

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