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A involução formativa do medievo aos nossos dias*

No tempo das universidades medievais, um jovem iniciava sua vida de estudos aos quatorze anos e um título de doutor em teologia era obtido somente a partir dos trinta e cinco anos. A base inicial dos estudos era o “trivium” – gramática, retórica e dialética – e, em seguida, o “quadrivium” – aritmética, geometria, música e astronomia – e de lá saíram grandes pensadores como Tomás de Aquino, Duns Scot, Alberto Magno, Pedro Abelardo e tantos outros. Hoje se entra cada vez mais cedo nas escolas e universidades, se adquire cada vez mais precocemente os títulos de mestrado e doutorado e o resultado das pesquisas sobre esse “fantástico mundo regido pelo MEC” é o número crescente de analfabetos funcionais, até entre nós universitários. Outro aspecto a ser destacado é que na Idade Média, a formação era para a vida e não havia “pressa” de concluí-la. Mas, hoje, no “auge do desenvolvimento”, no “século XXI”, na era “pós-moderna” etc., ai daquele que não é enviado à escola com,

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Não é a crítica que me quero referir, porque ninguém pode esperar ser compreendido antes que os outros aprendam a língua em que fala. Repontar com isso seria, além de absurdo, indício de um grave desconhecimento da história literária, onde os gênios inovadores foram sempre, quando não tratados como doidos (como Verlaine e Mallarmé), tratados como parvos (como Wordsworth, Keats e Rossetti) ou como, além de parvos, inimigos da pátria, da religião e da moralidade, como aconteceu a Antero de Quental" "(...) Porque não é a teoria que faz o artista, mas o ter nascido artista" "Toda a arte é uma forma de literatura, porque toda a arte é dizer qualquer coisa. Há duas formas de dizer - falar e estar calado. As artes que não são a literatura são as projeções de um silêncio expressivo. Há que procurar em toda a arte que não é a literatura a frase silenciosa que ela contém, ou o poema, ou o romance, ou o drama" "O princípio

O abraço e a felicidade*

Pode ser, claro que sim Você me leu confuso Neste seu jeito de me ler. Seus olhos nublados Me viram no côncavo Ou no convexo me viram. E me leram invertido. Pode ser, claro que sim Este seu medo tremido De um grande amor. Pode ser este seu riso Que me fez de casa E feliz por um dia. Pode ser este desespero Caindo no copo vazio De uma saudade. Pode ser este seu cheiro De fruta madura Dos dias finais de outono. Pode ser a pele infantil De uma neblina suave Pedindo um abraço. *José Mayer Filósofo. Livreiro. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A terra é um paraíso, o único que jamais conheceremos. Temos de entender isso no momento em que abrimos os olhos. Não precisamos fazer dela um paraíso - ela é um paraíso. Só temos de nos capacitar para habitar nele" "O sonhador cujos sonhos não sejam utilitários não tem lugar neste mundo. Quem quer que não se preste a ser comprado e vendido, seja no campo das coisas, das ideias, dos princípios, sonhos ou esperanças, acaba excluído. Neste mundo, o poeta é anátema, o pensador, um tolo, o artista é um escapista, o homem de visão, um criminoso" "(...) Sabem coisas com que o cidadão mediano nem sonha. Poderiam nos contar mil jeitos melhores de lidar com a situação do que os que costumamos usar agora"  "Em certos indivíduos, o fato de estarem isolados do mundo tende a produzir um florescimento forçado; eles irradiam força e magnetismo, sua fala é cintilante e estimulante. Têm uma vida sossegada e rica, toda própria, em harmonia

Cabelos de Baudelaire*

Certas cores, cabelos que esvoaçam no tempo, mistura cheiros e sons, açafrão no tilintar do outono, Tinta que borda a pele, marca a alma, o frio se aproxima. Ilumina partes do corpo, o tom certo, é como a luz, Atravessa fendas, melodias espalham, clarão que dança, Como melodia na luz assombradas de pensamento.   Dedico meu tempo a teus cabelos, a poética imortal, Mesmo que não crês no Nada, a cabeleira brilha, O tempo não apaga os versos, o tempo esquece o presente. Como o barco de Debussy, eleva a dor diante da música, Em perdidas matemática antes do sol do meio-dia, Fios voam mar dentro de luz, fonte da vida, os cabelos em direção à margem, Morre no horizonte o que oculta.   *Prof. Dr.Luis Antonio Paim Gomes  Filósofo. Editor. Livre Pensador Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O que, portanto, deve manter-se impronunciado resguarda-se no não dito, abriga-se no velado como o que não se deixa mostrar, é mistério" "Uma compreensão de mundo assim orientada pode surgir de diferentes fontes porque a força expressiva do espírito é ativa de muitas maneiras" "Apreendida em sua verdadeira essência, a linguagem é algo consistente e, a cada instante, transitória. Mesmo a sua preservação na escrita é sempre uma preservação incompleta, mumificada, mas necessária quando se busca tornar perceptível a vida de seu pronunciamento" "A linguagem é, na verdade, o eterno trabalho do espírito de tornar a articulação sonora capaz de exprimir o pensamento. Rigorosa e imediatamente, esta é a definição da fala em cada situação; sem sentido verdadeiro e essencial, apenas a totalidade dessa fala pode ser considerada como linguagem" "(...) o poder suave da simplicidade de um saber escutar" &q

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