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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Croce entendia originariamente que a representação de um drama ou a declamação de um poema eram obras novas e diferentes da obra original; tal como na tradução, também neste caso, após um 'primeiro momento' em que o ator ou o declamador evocava a obra originária, com base neste 'antecedente' ou 'ponto de referência', desencadeava o 'segundo momento', a tradução propriamente dita, expressão da personalidade do intérprete e, portanto, obra nova e 'novo canto'"  "O estilo é o 'modo de formar', pessoal, irrepetível, característico; a marca reconhecível que a pessoa deixa de si na obra; e coincide com o modo como a obra é formada. A pessoa forma-se, portanto, na obra: compreender a obra é possuir a pessoa do criador feita objeto físico" "A pessoa forma na obra a sua experiência concreta, a sua vida interior, a sua irrepetível espiritualidade, a sua reação pessoal ao ambiente histórico em que vive, o

As palavras e eu*

Ah, as palavras que eu falava E aquelas que não falava Só eram um convite para a dança Um convite para o canto Ah, minhas palavras Queriam só ser palavras outras De um mundo outro Cansei das palavras cansadas Cansadas de tão reais Ah, minhas vãs palavras Caíram no vazio de um vão De um chão frio. Ah, as minhas palavras Apontavam um mundo que não existe Mas que poderia existir Afinal, quantos mundos existem Além deste único, meio cansado Que fazemos acontecer? Ah, minhas palavras vãs Beijavam os olhinhos dela Última tentativa de tirar as vendas Dos nossos olhos Mas éramos cegos Eu e ela. *José Mayer Filósofo. Livreiro. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"No escritor o pensamento não dirige de fora a linguagem: o escritor é ele mesmo um novo idioma que se constrói, que inventa meios de expressão e se diversifica segundo seu próprio sentido. O que chamamos de poesia talvez seja apenas a parte da literatura onde essa autonomia se afirma com ostentação. Toda grande prosa é também uma recriação do instrumento significante, doravante manejado segundo uma sintaxe nova" "Nossa língua reencontra no fundo das coisas a fala que as fez" "(...) jamais encontramos na fala dos outros senão o que nós mesmos pusemos, a comunicação é uma aparência, ela nada nos ensina de verdadeiramente novo. Como seria ela capaz de nos arrastar para além de nossos próprio poder de pensar, já que os signos que ela nos apresenta nada nos diriam se já não tivéssemos em nosso íntimo sua significação?" "(...) o olhar de minha memória a envolve, bastará que me reinstale no acontecimento para que tudo, os gestos do interloc

Poética do existir*

A gente não precisa dizer o que fez e faz. Cada vez mais viver é o que im-porta de verdade. Im-porta ser sempre aprendiz. Im-porta o carinho amigo. Im-porta o doar amor. Im-porta as coisas simples. Im-porta o agora pleno de histórias. Im-porta abrir a porta da existência E viver as Autogenias transformadoras. Im-portar com o outro que precisa de nossa escuta e presença. Im-portar as estrelas do céu e Pintar os fios de ouro nas estradas do viver. No portar-se como gente In-teira. In-teirando-se com o fogo, o ar a terra e água. Inteirando-se com múltiplas pessoas. Dissolvendo-se na poética do existir. *Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Na era moderna, uma das mais ativas metáforas para o projeto espiritual é a Arte. As atividades do pintor, do músico, do poeta, do bailarino, uma vez reunidas sob essa designação genérica (um gesto relativamente recente), mostraram-se um lugar particularmente propício à representação dos dramas formais que assediam a consciência, tornando-se cada obra de arte individual um paradigma mais ou menos perspicaz para a regulamentação ou a reconciliação de tais contradições" "Embora não seja mais uma confissão, a arte é mais do que nunca uma libertação, um exercício de ascetismo" "A história da arte é uma sucessão de transgressões bem-sucedidas" "O silêncio também existe como uma punição - na loucura exemplar de artistas (Holderlin, Artaud) que demonstram que a própria sanidade pode ser o preço da violação das fronteiras aceitas da consciência e, com certeza, nas penalidades (que vão da censura e da destruição física das obras de arte às mu

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