“Olha em redor: a poucos passos dele formou-se uma pequena multidão que está observando seus movimentos como as convulsões de um demente.” (Palomar contempla o céu – Italo Calvino) Nadar e ser um trem ao mesmo tempo, deslizar nas águas, cruzar o país como se fosse uma locomotiva, de braçada em braçada, deslizar águas, trilhos e o coração bater tão rápido enquanto o vento singra as águas do tempo, da vida. O Tempo para se viver mais do que tem para continuar a subir em trens do mundo, de poder nadar sem saber o tempo de parar, sem ter estação para descer, o tempo de morrer é não poder mais ter o som das águas, o sibilo da locomotiva humana, do sinal no céu da luz que brilha, da estrela que ilumina a dor dos olhos que envelhecem de tanto ver o fim que não termina e os braços a continuar, avançar o corpo para o outro lado do mundo, de fugir da miséria dos homens, de buscar o som inaudito dos trilhos, do apito de um trem, do barulho do mar, do rio que silencia enquanto se atrave
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