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Os Poemas*

Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem.  E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti… *Mário Quintana

Buscas*

Só vale pena construir projetos e tecer aspirações que façam sentido, sobretudo, para nós, para alguém ou para muitos, pois tudo que nos toca a ponto de transbordar e nos mover sinaliza que devemos saber escolher a direção. Só vale a pena mesmo persistir em causas as quais haja conexões de dentro para fora capazes de fazer com que nos encontremos através de descobertas e surpresas. É preciso ser ousado e assumir riscos para despertar e crescer. É assim que sinto tremenda falta de tudo que ainda não fiz porque é esse o limite de quem eu sou sob a jurisdição daquilo que desejo vir a ser. E mesmo quase insignificante, permito-me discordar de um grande e consagrado poeta. Afinal, havendo amor tudo vale a pena, mesmo caso a alma ainda seja pequena. Musa! *Prof. Dr. Pablo Mendes Filósofo. Educador. Livre Pensador. Filósofo Clínico Uberlândia/MG

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Saber ler, percebe-se, é portanto uma arte, e existe uma arte de ler" "(...) a leitura de um autor que é filósofo é uma discussão contínua com ele, uma discussão onde se encontram todos os encantos e também todos os perigos de uma discussão na vida privada" "Ao ler um romance que nos apaixona, nós não somos mais nós mesmos e vivemos nos personagens que nos são apresentados e nos lugares que nos são retratados pelo hipnotizador" "(...) há leituras muito diferentes, segundo as diferentes naturezas de espírito, e por conseguinte há, e é divertido, decepcionante também ou pouco seguro, e tal que não se pode confiar nele levianamente, mas bastante instrutivo em suma, um estudo dos espíritos e mesmo das almas, um estudo dos homens através do que demonstram ser como leitores" "O leitor de livros onde são retratados seres definitivamente excepcionais é, em geral, um homem a quem a vida não satisfaz" "(...) um dos

Trem das Águas*

“Olha em redor: a poucos passos dele formou-se uma pequena multidão que está observando seus movimentos como as convulsões de um demente.” (Palomar contempla o céu – Italo Calvino) Nadar e ser um trem ao mesmo tempo, deslizar nas águas, cruzar o país como se fosse uma locomotiva, de braçada em braçada, deslizar águas, trilhos e o coração bater tão rápido enquanto o vento singra as águas do tempo, da vida. O Tempo para se viver mais do que tem para continuar a subir em trens do mundo, de poder nadar sem saber o tempo de parar, sem ter estação para descer, o tempo de morrer é não poder mais ter o som das águas, o sibilo da locomotiva humana, do sinal no céu da luz que brilha, da estrela que ilumina a dor dos olhos que envelhecem de tanto ver o fim que não termina e os braços a continuar, avançar o corpo para o outro lado do mundo, de fugir da miséria dos homens, de buscar o som inaudito dos trilhos, do apito de um trem, do barulho do mar, do rio que silencia enquanto se atrave

Motivo*

Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: — mais nada. *Cecília Meireles

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