Uma poética se anuncia num esboço de captura às múltiplas verdades. Nesse horizonte nem sempre coerente, a pessoa encontra um chão para integrar-se e experienciar suas possibilidades existenciais.
Ao
ser a visão de mundo inseparável da subjetividade que a oferece, as formas da
expressividade tentam obter o maior ângulo possível. Nela o teor dos termos
agendados denuncia até onde se pode chegar. Um pouco antes dos movimentos de
rebeldia, a linguagem, em vias de se ultrapassar, costuma emitir dissonâncias.
Uma dessas características é o excesso de equivocidades discursivas, as quais,
nem sempre se traduzem ao dicionário conhecido.
O
sentido de ser sem sentido surge como afronta, sedução ou promessa, um endereço
existencial para transgredir anterioridades. Ainda quando transcende na direção
de alguém, em busca de acolhimento e compreensão, o sujeito se apresenta num
contexto determinável.
A
palavra mundo exibe uma predisposição à vida, sua existência começa, se desenvolve
e se conclui com ela. Sua voz se confunde com o sujeito que a pronuncia. Assim,
ao reconhecer nesse dialeto um espaço de enigmas, desafios, zonas de conforto e
contradições, é possível, na cumplicidade do vocabulário, enunciar os contornos
dessa fonte. Nesse sentido, parece não haver amanhãs sem esse instante a
desalojar outros instantes.
É comum a associação nalgum endereço_refúgio,
onde o desenvolvimento do novo horizonte possa acontecer. Num diálogo da
estrutura de pensamento com seu entorno, a palavra mundo existe em tempo
próprio. Essa percepção descreve a natureza inteira num único representante. A
vastidão circunscrita a um só olhar aprecia multiplicar-se no imenso espelho
diante de si. Nesse cotidiano impregnado de originais pode se cogitar: o que se
refugia naquilo que se revela ?
*Hélio Strassburger
Filósofo Clínico
*Hélio Strassburger
Filósofo Clínico
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