"O poema, ser de palavras, vai além das palavras e a história não esgota o sentido do poema; mas o poema não teria sentido - e nem sequer existência - sem a historia, sem a comunidade que o alimenta e à qual alimenta"
"A palavra poética jamais e completamente deste mundo: sempre nos leva mais além, a outras terras, a outros céus, a outras verdades"
"Condenado a viver no subsolo da história, a solidão define o poeta moderno. Embora nenhum decreto o obrigue a deixar sua terra, é um desterrado"
"O programa surrealista - transformar a vida em poesia e operar assim uma revolução decisiva nos espíritos, nos costumes e na vida social"
"(...) a experiência poética é um estado de exceção (...)"
"A contradição do diálogo consiste em que cada um fala consigo mesmo ao falar com os outros; a do monólogo em que nunca sou eu, mas outro, o que escuta o que digo a mim mesmo"
"O homem é o inacabado, ainda que seja cabal em sua própria in-conclusão; e por isso faz poemas, imagens nas quais se realiza e se acaba, sem acabar-se nunca de todo. Ele mesmo é um poema: é o ser sempre em perpétua possibilidade de ser completamente e cumprindo-se assim em seu não acabamento"
"(...) cada coisa está submersa em sua própria realidade. Se Caeiro fala é porque o homem é um animal de palavras, como o pássaro é um animal alado. O homem fala como o rio corre ou a chuva cai. O poeta inocente não precisa nomear as coisas; suas palavras são árvores, nuvens, aranhas, lagartixas. Não essas aranhas que vejo, mas essas que digo. Caeiro espanta-se com a ideia de que a realidade é inacessível: aí está ela, frente a nós, basta tocá-la. Basta falar."
*Octavio Paz in "Signos em rotação". Ed. Perspectiva. SP. 2009.
**No retrato: Octavio Paz e Jorge Luis Borges.
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