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NEM TUDO QUE SE ENXERGA É O QUE SE VÊ Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Muitas técnicas podem ser utilizadas para se tentar mexer com cabeça das pessoas. Psiquiatras, psicólogos, filósofos clínicos seguindo seus conhecimentos utilizam-nas com finalidades terapêuticas. Mas nem sempre a manipulação do pensamento é realizada com esta finalidade. Publicitários, por exemplo, lançam campanhas na mídia em que aparecem modelos belíssimas com carros de último tipo sempre cercadas de boas companhias e com aparência de extrema alegria e felicidade. Qual o objetivo final? Mostrar as características do automóvel? Provavelmente não. A idéia é alimentar a ansiedade do público a respeito de seus bens materiais insuficientes, sua aparência desgastada, seu desempenho sexual abaixo das expectativas, etc, porque um consumidor insatisfeito, teoricamente, é mais induzido a comprar. De maneira semelhante, a imprensa prende nossa atenção com histórias de crimes violentos, desas
Fragmentos filosóficos delirantes XI* "Ah! Toda a nossa vida anda a quimera/ Tecendo em frágeis dedos frágeis rendas.../ - Nunca se encontra Aquele que se espera!..." "E este amor que assim me vai fugindo/ é igual a outro amor que vai surgindo,/ Que há de partir também... nem eu sei quando..." "Amo as pedras, os astros e o luar/ Que beija as ervas do atalho escuro,/ Amo as águas de anil e o doce olhar/ Dos animais, divinamente puro" "A mocidade esplêndida, vibrante,/ Ardente, extraordinária, audaciosa,/ Que vê num cardo a folha duma rosa,/ Na gota de água o brilho dum diamante;" "Ama-me doida, estonteadoramente,/ Ó meu Amor! que o coração da gente/ É tão pequeno... e a vida, água a fugir..." "Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem/ Quem sou?! Um fogo-fátuo, uma miragem.../Sou um reflexo... um canto de paisagem/ Ou apenas cenário! Um vaivém..." "Minh'alma ardente é uma fogueira acessa,/ é um brasido enorme a crepi
Fragmentos filosóficos delirantes X* "Vem, pois, poeta amargo da descrença/ Meu Lara vagabundo/ E co'a taça na mão e o fel nos lábios/ Zombemos do mundo!" "Sonhou - Amou - Cantou: em loucos versos/ Evaporou a vida absorta em sonhos/ E debalde! ninguém chorou-lhe os prantos/ Que sobre as mortas ilusões já findas/ Pálido derramara." "Adeus!...é renunciar numa agonia/ A esperança que ainda nos palpita;/ Sentir que os olhos cegam-se, que esfria/ O coração na lágrima maldita!/ Que inteiriçam as mãos, e a alma aflita." "Em frente do meu leito, em negro quadro/ A minha amante dorme. É uma estampa/ De bela adormecida. A rósea face/ Parece em visos de um amor lascivo/ De fogos vagabundos acender-se..." "Se é verdade que os homens gozadores,/ Amigos de no vinho ter consolo,/ Foram com Satanás fazer colônia,/ Antes lá que no Céu sofrer os tolos!" "Amei! amei! no sonho, nas vigílias/ Esse nome gemi que eu adorava!/ Votei amor a
Espírito aprendiz* Na verdade, o inacabamento do Ser ou sua inconclusão é próprio Da experiência vital. Onde há Vida há inacabamento. Paulo Freire As palavras a seguir procuram traduzir as reflexões compartilhadas no ano de 2010 pelo grupo de estudos de filosofia clínica. Encontros semanais realizados no Instituto Packter em Porto Alegre/RS. As percepções consideradas pelos participantes seguem em direção a idéia de continuidade. A alma que almeja o saber busca constantemente descobrir e aperfeiçoar talentos. Diante de novos fenômenos há uma tendência natural de se remeter a conceitos já elaborados na tentativa de compreendê-los. No entanto o entendimento de um novo paradigma se faz pelo caminho dos estudos. A empolgação inicial desperta curiosidades levando a indagações críticas e reflexivas. O ambiente da sala de aula é um lugar estimulante. Professores e alunos compartilhando idéias, que variam desde curiosidades ingênuas a espantos mais elaborados. Valorizando a aut
O Maestro Resiliente Beto Colombo Filósofo Clínico Criciúma/SC Resiliência é a arte de transformar toda energia de um problema, toda energia de um fracasso e dar a volta por cima com uma solução criativa. A resiliência é a forma de como lidar com o fracasso e usar seus defeitos em benefício próprio, ou seja, usar um problema como trampolim para uma solução criativa. Segundo o Aurélio, resiliência é a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando acessa a tensão causadora de tal deformação elástica. Dias desse assisti em nossa cidade Criciúma, um concerto com o pianista e maestro brasileiro João Carlos Martins e nesse dia 8 de dezembro ele esteve de volta. Com seu exemplo, resumo tudo o que quero dizer sobre resiliência. Vejam só. Em 1970 ele foi jogar futebol e bateu a mão direita numa pedra, passou por cirurgia e por não poder mais usar a mão, resolveu encerrar a carreira. Logo encontrou um novo modo de usar a mão direita e voltou a c
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Jus! Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Justiça, santa ou diabólica ronda vida... resistente, forte, ingênua, cruel. Efetiva sonhos lateja carnes, movimenta corpos. Carnavalesca existência... dilaceramento, cansaço e volúpia... espírito permeado... novos prazeres magnéticos.
Meu coração não quer viver batendo devagar Jussara Hadadd Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Meu coração não quer saber de viver batendo devagar. Meu corpo não quer viver em estado de letargia e não suporta o abandono e a secura dos dias que vão passando, áridos e sem vida na distância de um ser amado ou no mínimo compatível com a necessidade humana de compartilhar. O preço é alto, o tombo é maior ainda, mas eu arriscaria o meu sorriso eterno por gargalhadas descontroladas, por um estado de euforia, por saltos no meu peito e apertos no meu ventre que me fizessem sentir a vida em seu ápice e êxtase, em seus altos e baixos e em profundos apertos e largas expansões do meu plexo solar. Custaria talvez dias longos de tristeza, de saudade ou de profunda decepção, mas eu ultrapassaria estes dias com gotas de lembrança da loucura que me permiti em nome da mais alta emoção, em nome do meu direito de nutrir minha alma de um colorido fluorescente que só o amor dos loucos pode fazer aconte
Assim é para mim! Miguel Ângelo Caruso Filósofo Clínico Teresópolis – RJ Quando é lida essa afirmação, talvez a primeira ideia é de que o texto não deve ter crédito, pois não se valeu de nenhuma autoridade nem de nenhum peso argumentativo que buscasse a universalização do discurso. No entanto, essa é uma afirmação tão filosófica quanto qualquer outra. A diferença é que na literatura da Filosofia Clínica ela se torna mais explícita pela sua proposta. Os filósofos ao longo de toda história do pensamento refletiram a partir de sua história pessoal, seu contexto e suas influências. Todas as ideias apresentadas foram originadas de uma subjetividade. Sabiamente a filósofa Márcia Tiburi, em uma palestra no programa Sempre Um Papo, disse que não sabe se realmente entendeu os filósofos que leu. Não se trata de ironia socrática, mas da sinceridade filosófica. As obras filosóficas são compreendidas por quem as lê a partir de seu contexto atual. Nunca será possível saber se todas as
Fragmentos filosóficos delirantes IX* "Eu sou uma alma da 'belle époque', quando as mulheres tinham ataque. Tão bonito mulher ter ataque, desmaiar." "Eu freqüentava a escola pública e, sem nenhum exagero ou dado pitoresco, me apaixonava por todas as professoras." "Não existe mais a mulher séria. Nem tem sentido. Acho a mulher séria formidável, mas definir uma mulher como séria é até ofensa. Onde se encontra hoje uma mulher fiel ?" "Se alguém examinar bem o assoalho das minhas peças, vai encontrar todas as respostas, os meus vestígios, a minha visão do mundo, do ser humano, do pecado." "Acho que o amor não precisa ser realizado. Na nossa vida vale muito o apenas sonhado. O valor está no sonho. Eu diria que esse "apenas sonhado"é mais importante do que o realizado. O sonho não aceita nem respeita os limites. A única maneira de um sujeito ter o sentimento do universo é sonhando, se não só se vê a esquina." *Ne
Fragmentos filosóficos delirantes VIII* "Mesmo que não se compartilhem totalmente as afirmações de um sujeito delirante genial, não se pode colonizar o delírio, sobrepondo-lhe uma racionalidade estranha. É necessário deixá-lo falar o mais possível em sua própria língua." "No decorrer da existência, cada indivíduo experimenta, então, diferentes versões de si mesmo, que incluem trechos não traduzidos na linguagem das camadas seguintes." "O sujeito delirante é incoerente e absurdo somente em relação ao mundo compartilhado, porque é muito coerente e razoável na ótica do mundo 'substituto'." "(...) mais do que um defeito ou uma ausência, encontra-se no delírio uma plenitude excessiva, um transbordmaento. Erra-se ou, nesse caso, fica-se 'extravagante' (saindo-se da leira, do sulco), porque não foi devidamente reconhecida uma verdade que, à sua maneira, consegue afirmar-se." "O delírio é tão perturbador e temido precisamen
SER FELIZ APENAS JÁ NÃO ME BASTA. Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Há dois anos escrevi o “Parabéns a Você”, um livro sobre a busca da felicidade. Na época foi classificado e distribuído nas livrarias como auto-ajuda, fato que de inicio me deixou incomodado, já que este tipo de literatura sofre com o preconceito de ser redigido por e para pessoas menos intelectualizadas. Deveria isto abalar minha felicidade? Justo eu que tinha escrito um livro sobre o assunto iria me perturbar e deixar que uma classificação teórica atrapalhasse minha felicidade? Confesso que preferiria estar incluído na seleta categoria dos filósofos, intelectuais e pensadores. Best-seller também serviria, porém isto não foi razão suficientemente forte para diminuir o prazer e a felicidade que pegam carona quando finalmente se conclui um livro e se passa a curtir o lançamento. Além do mais, naquelas alturas, depois de tanto estudar, pesquisar e refletir é claro que o livro foi de

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