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Alerta!!***

“(...) Faça o homem sentir-se pequeno. Faça-o sentir culpa. Mate suas aspirações e sua integridade. Mate a integridade pela corrupção interna. Use-a contra ele mesmo. Pregue a abnegação. Diga a este homem que ele deve viver para os outros. Diga aos homens que o altruísmo é o ideal. Nenhum deles conseguiu chegar até lá e ninguém vai conseguir. Todos seus instintos clamam contra isso. Mas não vê o que se consegue? O homem compreende que ele é incapaz daquilo que ele aceitou como a mais nobre das virtudes...e isso lhe dá um senso de culpa, de pecado, de sua própria e fundamental inutilidade. Uma vez que o supremo ideal está além de seu alcance, ele vai acabar desistindo de todos os seus ideias, de qualquer aspiração, de qualquer noção de seu valor pessoal. Sente-se obrigado a pregar o que não pode praticar. Preservar a integridade é uma batalha dura. Sua alma desiste do amor-próprio. Aí então, ele é seu. Morto-vivo. Vai obedecê-lo. Vai ficar feliz em obedecer...porque ele não pod

O alimento do espírito vem de fora*

"(...) O espírito é uma máquina estranha que pode realizar as combinações mais extraordinárias com os materiais que lhe são oferecidos, mas sem esses materiais do mundo exterior é impotente; ao contrário da máquina de salsichas, é ele que os tem de colher, pois os acontecimentos só se tornam experiências graças ao interesse que por eles tomamos: se não nos interessam, não nos dão nada deles. Por isso o homem cuja atenção se desvia para dentro de si nada encontra digno de observação, ao passo que o homem atento a tudo o que o rodeia pode encontrar em si próprio, nos raros momentos em que contempla a sua alma, um conjunto de elementos, os mais variados e interessantes, para serem examinados e reunidos em motivos belos ou instrutivos. *Bertrand Russell, in "A Conquista da Felicidade"

Do fim da memória*

No filme: "O brilho eterno de uma mente sem lembranças", mergulhamos em uma historia sobre um amor, que se fundamenta pela manutenção da memoria. Um personagem decide apagar a memoria do namorado e isso provoca um interessante movimento no outro, que não suporta a realidade de não ser reconhecido.  O filme mergulha no significado da lembrança ,mostra como ela é importante para manutenção e fortalecimento de alguns sentimentos, também revela que o que fez você amar uma vez tende a retornar ,mesmo que parta do zero. Muitas perguntas surgem dai,a primeira que me ocorre, diz respeito ao significado e valência das memorias indesejáveis ou traumáticas,como seria se fossemos capazes de apaga-las? Algumas certamente teriam menos poder sobre as dores do ser, mas  por exemplo se alguém  tem um familiar que o machuca, fere, e o  caminho que encontrou  para não mais ser agredido foi por afastamento, a exclusão da memoria apagaria o sentido deste aprendizado. Cons

Nenhum Ser nos foi concedido*

Nenhum ser nos foi concedido. Correnteza apenas Somos, fluindo de forma em forma docilmente: Movidos pela sede do ser atravessamos O dia, a noite, a gruta e a catedral Assim sem descanso as enchemos uma a uma E nenhuma nos é o lar, a ventura, a tormenta, Ora caminhamos sempre, ora somos sempre o visitante, A nós não chama o campo, o arado, a nós não cresce o pão Não sabemos o que de nós quer Deus Que, barro em suas mãos, connosco brinca, Barro mudo e moldável que não ri nem chora, Barro amassado que nunca coze Ser enfim como a pedra sólido! Durar uma vez! Eternamente vivo é este o nosso anseio Que medroso arrepio permanece apesar de eterno E nunca será o repouso no caminho Hermann Hesse, in 'O Jogo das Contas de Vidro'

Sobre Singularidades*

Com licença, amigos. Eu enxergo "coisas". "Coisas" , assim meio malucas. E que os outros não enxergam. Mas, você diria: - Ah, mas todos nós enxergamos "coisas", que os outros não enxergam. Sim. sim. assim realmente é. Gosto de pensar "coisas" complexas e complicadas. Para depois simplificá-las. Sou um privilegiado: é que eu convivi dia e noite, com uma pessoa querida, e que pela medicina tradicional apresentava sintomas de esquizofrenia. Creiam-me: como aprendi com a minha amada!!! Desde momentos de desespero, no início, quando não sabia o que fazer. Até momentos que conseguíamos compartilhar nossas fantasias. As dela e as minhas.Umas mais significativas que as outras. E conversávamos e ríamos sobre nossos mundos encantados. Aprendemos, eu e ela, a visitar o mundinho um do outro.... Creiam-me, uma vez mais: Como aprendi "coisas" com a minha amada!!! Agora compreendo um pouquinho melhor. Acompanho aulas de Filosofia

Felicidade Neurótica*

(...) - Não te assustes, continuo a ser a mesma velha Madeline.  Ouve o que encontrei hoje na biblioteca, quando estava a ler os jornais.  Escuta. - Tirou um pedaço de papel da algibeira do jeans. - Copiei de um jornal. Palavra por palavra. Journal of Medical Ethics. «Propõe-se que a felicidade » - levantou os olhos do papel e esclareceu: - o itálico na felicidade é deles - «Propõe-se que a felicidade seja classificada como perturbação psiquiátrica e incluída em futuras edições dos manuais de diagnóstico especializados sob a nova designação de importante perturbação afetiva, do tipo agradável.  Numa resenha da literatura relevante está demonstrado que a felicidade é estatisticamente anormal, consiste num discreto aglomerado de sintomas. Está associada a uma ordem de anomalias cognitivas e provavelmente reflete o funcionamento anormal do sistema nervoso central. Persiste uma possível objeção a esta proposta: a de que a felicidade não é avaliada negativamente. No entanto,

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