Uma empresa privada,
bilionária, com licenças para explorar nossa terra, por irresponsabilidade de
quem quer multiplicar a riqueza a qualquer custo, causa a morte de vidas
humanas, animais e vegetais nas proximidades de sua instalação e, por meio dos
rios, quem sabe o quão longe a morte chegará.
O povo pobre, que vive
nos arredores dessa empresa bilionária, pagará o preço. Não é a primeira vez e
não sou inocente a ponto de achar que será a última. "Quanto menos estado,
melhor", dizem os iludidos com o sonho de um mundo em que todos os grandes
empresários são solidários. Não é necessário ser marxista para ver que o que
importa para a Vale é o lucro.
Quem socorre são os
braços do estado: bombeiros, defesa civil, policiais, SUS etc. Ao mesmo tempo,
populares se mobilizam para enviar doações. Os que não doam bens, doam tempo,
dedicam suas vidas para confortar os sobreviventes.
A Vale talvez pague
algumas multas, seus representantes chegarão a passar por um tempo frequentando
sessões em tribunais. Mas, logo voltarão a fazer o que sabem melhor: explorar a
natureza destruindo-a a fim de lucrar. Cumprirão seus deveres mínimos
transferindo migalhas aos funcionários "de chão de fábrica" que ficam
com suas vidas em risco nessas regiões condenadas há bastante tempo.
Enquanto o filho de um
grande empresário não passar um tempo fazendo as tarefas do faxineiro da firma,
aquela função dificilmente será valorizada -- talvez nem assim. O mesmo digo em
relação aos governantes que não precisando dos serviços do SUS, do ensino público
(fundamental e médio) e não se aposentando com o salário mínimo, pouco ou nada
fará para melhorar essas instâncias.
Falta algo mais do que
um sistema governamental, econômico, jurídico ou algo que o valha. É claro que
estas áreas precisam ser sempre revistas. Mas, não é só isso. Falta humanidade,
o sentido de que todos são tão importantes quanto nós. Falta o sentido de que o
meio ambiente não é apenas fonte de riqueza material ou de pesquisa, mas nossa
própria casa.
*Prof. Dr. Miguel
Angelo Caruzo
Filósofo. Escritor.
Filósofo Clínico. Livre Pensador.
Teresópolis/RJ
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