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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim, a média abstrata e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu nada também" "Um homem pode, se tiver a verdadeira sabedoria, gozar o espetáculo inteiro do mundo numa cadeira, sem saber ler, sem falar com alguém, só com o uso dos sentidos e a alma não saber ser triste" "(...) Mas felizmente para a humanidade, cada homem é só quem é, sendo dado ao gênio, apenas, o ser mais alguns outros" "Posso imaginar-me tudo, porque não sou nada. Se fosse alguma coisa, não poderia imaginar. O ajudante de guarda-livros pode sonhar-se imperador romano; o Rei de Inglaterra não o pode fazer, porque o Rei de Inglaterra está privado de ser, em sonhos, outro rei que não o rei que é. A sua realidade não o deixa sentir" "Se considero com atenção a vida que os homens vivem, nada encontro nela que a diferencie da vida que vivem os animais. Uns e outro

Colorindo estradas tristes***

Meu primeiro amor tinha gosto de estrada e som de montanha Jeito de botina de couro no caminho de chão e cheirinho de mato molhado... Tinha um ninho quente e pequenino, tão imenso quanto o abraço mais seguro! Meu primeiro amor ensinava o passo a passo da vida com melodia e papo madrugueiro... Pensava mais profundo que os pensadores e brincava rasinho, lindo como uma criança levada. Meu primeiro amor mostrou verdades abafadas, historias, dramas, causos, souvenires mas acima de tudo o amor em si matizado de toda sorte de dor e delícia cheio de som e lareira, ladeira subida e descida... Meu primeiro amor era inventor de jeitos e coisas: Paredes de pendurar utilidades, banhos de leito pra quem tem sono, acendedor de fogueira hiperinstantaneo, métodos de ensino duros, rápidos e aventureiros... Meu primeiro amor dava presentes com o olhar e podia fazer que qualquer um fizesse qualquer coisa, só de ver seu semblante iluminado por aquele sopro de criança exc

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Cada época tem a sua irrealidade: seus mitos, seus fantasmas, suas quimeras, seus sonhos e uma visão ideal do ser humano que a ficção expressa com mais fidelidade que qualquer outro gênero"  "(...) O que conserva o seu frescor e o seu encanto é tudo aquilo que Victor Hugo estilizou, embelezando ou enegrecendo, ao compasso da sua fantasia, e que, mesmo irreal, exprime uma verdade profunda: a de certos sonhos, medos ou anseios nossos que coincidem com os que ele materializou nessa soberba invenção" "Basta um fantasma numa reunião para que todos os presentes adquiram um ar fantasmal, basta um milagre para que a realidade se torne milagrosa" "(...) as ficções fazem o leitor viver o 'impossível', tirando-o do seu eu particular, ultrapassando os limites da sua condição, e fazendo-o compartilhar, identificado com os personagens da ilusão, uma vida mais rica, mais intensa, ou mais abjeta e violenta, ou simplesmente diferente daquela

Deus poesia*

O TaoDeus criou... O cosmos, o mar e eu! Você, a natureza e o amor. Ou na sua infinitude, No tudo e nada ser, Poetizou a alegria e a dor. Sentir me basta. Admiro o que vejo. Agradeço esta vastidão. Apenas observo sem pensar. E gozo meu existir... Oro em gratidão! Em conexão vislumbro Deus! *Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica. Livre Pensadora. Juiz de Fora/MG

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Philippe Pons traça um sugestivo quadro de todos esses saltimbancos: monges, mendigos, músicos, sacerdotisas praticantes do xamanismo, dançarinas e artistas de todos os gêneros, que infringem as regras da aldeia, e com isso provocam uma importante mexida social" "A nostalgia do outro lugar engendra a errância que, por sua vez, favorece um ato fundador. A anomia e a efervescência são fundações sólidas de qualquer nova estruturação" "Essa errância nos manda de volta a uma realidade móvel e fervilhante, a da troca que, no próprio seio das sociedades mais sedentárias, está sempre à espreita, pronta para aparecer e balançar as certezas estabelecidas e os diversos conformismos do pensamento" "É uma boa metáfora do aspecto fundador do nomadismo que, por saber escapar da esclerose da instituição, pode ser eminentemente construtor" "O próprio da mudança, como o indiquei acima, é ser dolorosa e essencialmente traumática. Socialme

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