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A vida intelectual requer tempo*



Quando Martin Heidegger (1889-1976) publicou sua famosa obra “Ser e tempo”, em 1927, tornou-se conhecido amplamente no cenário filosófico de sua época. Mas, é necessário atentar-nos para o fato de que sua obra magna não nasceu do dia para a noite.

Em 1927, Heidegger havia concluído seu doutoramento há cerca de dez anos e lecionou em duas grandes universidades. Em uma delas, como professor assistente de Edmund Husserl.

Além disso, suas aulas superavam a exposição do pensamento dos filósofos. Ele desenvolvia sua própria filosofia durante as aulas. Hoje podemos comprovar isso acessando as publicações póstumas dos manuscritos dessas aulas, contidas em suas obras completas.

O pensamento passa por um período de maturação que varia de acordo com cada pessoa. Mas, na maioria dos casos, o resultado aparece depois de um considerável tempo repleto de leituras, anotações, reflexões, exposições etc.

Os estudiosos de Heidegger tinham ciência disso. Por isso mesmo, o pensamento do “jovem” Heidegger – como ficou conhecida a primeira fase de seu desenvolvimento filosófico – foi alvo de grandes investigações antes mesmo das supramencionadas obras serem publicadas.

Exímios pesquisadores como Thomas Sheehan, Otto Pöggeler, Theodore Kisiel e Jesús Adrián Escudero apresentam preciosas obras sobre esse tema.

*Prof. Dr. Miguel Angelo Caruzo
Filósofo. Escritor. Filósofo Clínico. Livre Pensador.
Teresópolis/RJ

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