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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O mundo só é miserável para aqueles que nele projetam sua própria miséria" "É preciso saber resistir ao que é superficialmente claro, imediatamente compreensível porque totalmente racional" "(...) a sociedade, no que tem de estabelecida, não gosta que se lhe lembre que ao lado da via regia da razão, existe o mundo obscuro da paixão" "(...) cada coisa sempre é, mais ou menos, outra coisa em relação àquilo que parece ser, ou aquilo que se quer que ela seja" "(...) Porque estar inquieto ou em desequilíbrio não é, afinal de contas, o próprio de todo elã vital ?" "O paradoxo é a marca essencial desses momentos cruciais, nos quais o que está em estado nascente tem muita dificuldade para se afirmar diante dos valores estabelecidos" "(...) o não-pertencimento a um lugar é a própria condição de uma possível realização de si na plenitude do todo" "O andarilho, como o nome indica, serve de

A palavra mágica*

“Vive a tua hora como se gravasses o teu nome na epiderme de um tronco novo. Mas não voltes mais tarde para junto dessa árvore, porque podes não reconhecer o teu nome nas cicatrizes das velhas letras.”                                 Felippe D’Oliveira Sua tez de singularidade maldita refere uma simbologia em viés de encantamento. Na veemência discursiva compartilha uma fatia generosa de paraíso. O sagrado_profano esboça uma íntima convivência com a reciprocidade. Os significados apreciam aliar-se aos papéis existenciais de travessia. Assim o feitiço da palavra como medicamento aprecia as estruturas mutantes envolvidas na interseção.   Ao sugerir a cidade das maravilhas, é possível um novo entendimento e relação com o universo interior. Sua fonte de inspiração, muitas vezes, se faz menção em dialetos de esquiva. A magia, um pouco antes de ser representação traduzível, aprecia transbordar nalguma forma de excesso. Uma fenomenologia em aromas de dama da noite aponta o

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) a relação entre as coisas e meu corpo é decididamente singular: é ela a responsável de que, às vezes, eu permaneça na aparência, e outras, atinja as próprias coisas; ela produz o zumbir das aparências, é ainda ela quem o emudece e me lança em pleno mundo" "A Filosofia não é ciência, porque a ciência acredita poder sobrevoar seu objeto, tendo por adquirida a correlação do saber e do ser, ao passo que a Filosofia é o conjunto das questões onde aquele que questiona é, ele próprio, posto em causa pela questão" "(...) este mundo que não sou eu, e ao qual me apego tão intensamente como a mim mesmo, não passa, em certo sentido, do prolongamento de meu corpo; tenho razões para dizer que eu sou o mundo" "Aparentemente, essa maneira de introduzir o outro como incógnita é a única que considera sua alteridade e a explica" "A filosofia não propõe questões e não traz as respostas que preencheriam paulatinamente as lacunas. As q

O coração e a poesia*

Claro Poesia vadia Você saiu ilesa Não caiu na cilada Nem na tocaia Que o amor Preparava... Ah, claro Poesia vadia Você apenas brincava Com as letrinhas Com as palavrinhas Tardia, poesia vadia Da letra tão fria Que em mim ardia Mas você sabia E a tudo permitia. Claro Companheira amada Poesia vadia Minh'alma gêmea Sem alma Você sabia Muito bem Que o coração É que era meu.... *José Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Filósofo Clínico. Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Tudo o que possamos ter aprendido com a leitura dos clássicos agora nos é necessário para julgar a obra de nossos contemporâneos, pois, enquanto houver vida neles, estarão lançando suas redes em algum abismo desconhecido para capturar novas formas, e teremos de lançar nossa imaginação em seu encalço, se quisermos aceitar e entender os singulares presentes que nos trazem de volta (...)" "É, de fato, uma atmosfera não só fina e suave, mas também rica, com mais do que conseguimos captar numa só leitura (...) se por fim fecho o livro, é apenas porque minha mente estava saciada, e não o tesouro esgotado" "A escuridão não só tem o poder de extinguir a luz, mas também sepulta em si uma grande parte do espírito humano" "(...) quanto a saber do que tratava - talvez os grandes escritores nunca saibam. Talvez seja por isso que as épocas posteriores encontram o que procuram" "Quem vem depois aprimora o trabalho dos pioneiros"

O que é a filosofia clínica*

A Filosofia Clínica, em uma nova abordagem terapêutica, é a filosofia acadêmica adaptada à prática clínica, à terapia. Não trabalha com critérios médicos, com remédios ou com tipologias na construção de uma proposta terapêutica cujo objeto é buscar o bem-estar do ser humano. O instrumental da Filosofia Clínica divide-se em três partes: os Exames Categoriais, a Estrutura de Pensamento e os Submodos. Nos Exames Categoriais, primeiro momento da clínica, através da historicidade, o filósofo clínico situa existencialmente a pessoa colhendo todas as informações de sua vida, desde as suas recordações mais remotas, até as informações de suas vivências mais atuais. O material colhido, na história da pessoa atendida – que em Filosofia Clínica é chamada de partilhante, justamente pela condição de ser alguém com quem o filósofo compartilha momentos da existência -, é a base para o desenvolvimento do processo terapêutico. A partir desses dados, num segundo momento, são verificados o

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Não é também no devaneio que o homem se mostra mais fiel a si mesmo?" "Um apetite de vida aumenta com o ardor das palavras. O poeta já não descreve - exalta. É preciso compreendê-lo seguindo o dinamismo de sua exaltação. Entra-se então no mundo admirando-o. O mundo é constituído pelo conjunto das nossas admirações. E sempre vamos reencontrar a máxima da nossa crítica admirativa dos poetas: Admira primeiro, depois compreenderás" "(...) o mundo vem respirar em mim, eu participo da boa respiração do mundo, estou mergulhado num mundo que respira" "As cosmogonias antigas não organizam pensamentos, são audácias de devaneios, e para devolver-lhes a vida é necessário reaprender a sonhar" "Quando um sonhador de devaneios afastou todas as preocupações que atravancam a vida cotidiana, quando se apartou da inquietação que lhe advém da inquietação alheia, quando é realmente o autor da sua solidão, quando, enfim, pode contemplar, sem

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