Pular para o conteúdo principal

Postagens

Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*

"(...) Estranho entendemos como o que sai e se retira do familiar, isto é, daquilo que nos é caseiro, íntimo habitual, não ameaçado. O estranho não nos deixa estar em casa. Nisso reside o vigor que se impõe e subjuga (...) O homem é o que há de mais estranho, não só porque conduz o seu ser no meio do estranho, assim entendido, mas por afastar-se e sair dos limites, que constituem, em primeiro lugar e às mais das vezes, a sua paisagem caseira e habitual, por transpor como o que instaura vigor, as raias do familiar e se aventurar justamente na direção do estranho no sentido do vigor que se impõe" "(...) Os criadores são banidos da vida do povo e se vêem apenas tolerados, como curiosidades marginais. Como ornamentos de adorno e extravagâncias, alheias à vida (...) mesmo se uma época ainda procurar manter o nível herdado e a dignidade de sua existência, o nível já baixou. Um nível só se mantém num processo contínuo de superação criadora" "O mundo do es

Saber não é poder*

A contemporaneidade se caracteriza pelo volumoso número de métodos de crescimento pessoal. Tanto os métodos psicológicos como o cognitivo-comportamental (TCC), quanto a programação neurolinguística (PNL) ou até livros de autoajuda (AJ), nos “empurram” meios de superar dificuldades, hábitos ou qualquer outro tipo de “problema” em nossas vidas. Mas, quais os limites dessas abordagens? A Filosofia Clínica (FC), uma abordagem terapêutica, traz consigo diversos ganhos. O primeiro deles está no fato de reconhecer que não é a principal, única ou última das possibilidades de viabilização do bem estar de uma pessoa (seja lá o que podemos entender por “bem-estar”). Assim, a FC nos ensina que a religião, os livros, os amigos, as abordagens psicológicas e psicanalíticas, as escolas e tantos outros meios, podem contribuir para determinados fins almejados por uma pessoa. Diante das possibilidades elencadas acima, é importante ressaltar que a diversidade se dá pela singularidade daquele q

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) em suma de ser humano, na medida em que a vida de cada um é no fundo divina, mas muito poucas pessoas o sabem" "(...) Sempre gostei das ilhas. Gostei de Elba, gostei de Egina, gostei de Capri - que é muito menos turística do que se diz quando se vive em um canto perdido. Toda ilha é um pequeno mundo em si, um pequeno universo em miniatura (...) o mar areja. Temos o sentimento de estar numa fronteira entre o universo e o mundo humano" "(...) é o pintor que tem dons, que inclusive já fez alguma coisa de bastante bom, mas que adota uma técnica de ateliê, que se põe a pintar segundo as regras e que cai no mais tedioso academicismo" "Cada vez mais me dei conta de que a maneira mais profunda de se penetrar em um ser é ainda escutando sua voz, compreendendo o canto exatamente da forma como é feito" "Nós dirigimos a realidade, a canalizamos através de palavras, cujo uso nos parece indispensável, pois elas são aplicadas à

Literatura e discurso existencial*

                               A leitura de um livro é sempre singular, muitas vezes até, desmerecendo a intenção do autor. Nas derivações e intervenções do leitor, um novo texto se reflete, multiplica, refaz. As nuances da escrita convida a um olhar de soslaio para com esses segredos do texto literário.       Ao mergulhar nas narrativas da obra, você se depara com um espelho de múltiplas faces. Nele consegue entender, em determinado momento, alguma de suas mensagens, noutro deixa escapar algo mais, refugiado na vertigem do instante. Algo semelhante aos retratos amarelados em busca de eternizar momentos de vida, diferencia-se, no entanto, ao permitir a interação com seus registros multifacetados.      Sua realidade fugaz se desdobra em páginas nem sempre legíveis ao primeiro olhar. Pode-se ter de revisitar esses textos recheados de incógnitas, numa busca para decifrar as fontes dessas ideias, bem assim sua transgressão com o uso.   Um livro presenteado pode ser remédio

Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*

"(...) é preciso saber abrir caminho no espesso matagal das opiniões autorizadas que proliferaram a respeito da coisa humana, e que ocupam o alto das cátedras institucionais" "Defasagem que está na lógica das instituições humanas, que tendem, por lentidão sociológica, a querer sobreviver à efervescência cultural que lhes deu origem" "(...) Já não se trata de ser um adulto sério e tensionado para a perfeição de um 'estado' estável, mas, pelo contrário, uma eterna criança, sempre em devir e ávida pelo que se apresenta" "(...) talvez não passem de uranianos recalcados que, tendo perdido o sentido do prazer, vivem exclusivamente do ressentimento que projetam sobre tudo que os cerca. Não seria esta a origem de todo moralismo ?" "Devo frisar que, desde sempre, o ato de pensamento esteve voltado para os que se fazem perguntas, e não para os que já têm as respostas"  "O sentido para a pessoa é fornecido pel

Visitas