"(...) em suma de ser humano, na medida em que a vida de cada um é no fundo divina, mas muito poucas pessoas o sabem"
"(...) Sempre gostei das ilhas. Gostei de Elba, gostei de Egina, gostei de Capri - que é muito menos turística do que se diz quando se vive em um canto perdido. Toda ilha é um pequeno mundo em si, um pequeno universo em miniatura (...) o mar areja. Temos o sentimento de estar numa fronteira entre o universo e o mundo humano"
"(...) é o pintor que tem dons, que inclusive já fez alguma coisa de bastante bom, mas que adota uma técnica de ateliê, que se põe a pintar segundo as regras e que cai no mais tedioso academicismo"
"Cada vez mais me dei conta de que a maneira mais profunda de se penetrar em um ser é ainda escutando sua voz, compreendendo o canto exatamente da forma como é feito"
"Nós dirigimos a realidade, a canalizamos através de palavras, cujo uso nos parece indispensável, pois elas são aplicadas à nossa volta. Mas até que ponto correspondem à realidade, ou a dissimulam, ou a escondem ? É isso o que nós nem chegamos a questionar"
"Este momento presente, de tal forma curto, é também muito vasto e rico em coordenadas que nos escapam, e só através de um retrocesso nos é possível perceber algumas delas"
"(...) Porque eu queria mostrar as coisas por um certo ângulo, uma certa imagem do mundo, uma certa imagem da condição humana que só pode ser mostrada através de um ou de alguns homens"
"Esses grandes escritores do século XIX eram frequentemente refratários, subversivos, em oposição a toda a sua época e todo o seu grupo, contra toda a mediocridade humana. Ibsen, Nietzsche e Tolstoi eram desses, e foi com meu pai, não obstante, que li os três"
"Minha educação foi muito livre, nunca me garantiram que se devia acreditar nesse ou naquele dogma, mas de qualquer modo ficou-me o sentimento do imenso invisível e do imenso incompreensível que nos cerca"
*Marguerite Yourcenar in "De olhos abertos - entrevistas com Matthieu Galey". Ed. Nova Fronteira. RJ. 1983.
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