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Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*


"Em seu ser atual, as palavras, acumulando sonhos, fazem-se realidades"

"(...) As belas palavras são já espécies de remédios"

"Que benefícios nos proporcionam os novos livros! Gostaria que cada dia me caíssem do céu, a cântaros, os livros que exprimem a juventude das imagens. Esse desejo é natural. Esse prodígio, fácil. Pois lá em cima, no céu, não será o paraíso uma imensa biblioteca ?"  

"O devaneio nos põe em estado de alma nascente (...) o devaneio nos dá o mundo de uma alma, que uma imagem poética testemunha uma alma que descobre o seu mundo, o mundo onde ela gostaria de viver (...)"

"Uma leitura sempre no clímax das imagens, imbuída do desejo de ultrapassar os clímax, dará ao leitor exercícios bem definidos de fenomenologia. O leitor conhecerá a imaginação em sua essência, porque a viverá em seu excesso, no absoluto de uma imagem inacreditável, signo de um ser extraordinário"

"(...) Como está próximos, numa água tranquila, a superfície e a profundidade! Profundidade e superfície encontram-se reconciliadas. Quanto mais profunda é a água, mais claro é o espelho. A luz vem dos abismos. Profundidade e superfície pertencem uma a outra, e o devaneio das águas dormentes vai de uma à outra, interminavelmente. O sonhador sonha sua própria profundeza"

"Um apetite de vida aumenta com o ardor das palavras. O poeta já não descreve - exalta. É preciso compreendê-lo seguindo o dinamismo de sua exaltação. Entra-se então no mundo admirando-o. O mundo é constituído pelo conjunto das nossas admirações. E sempre vamos reencontrar a máxima da nossa crítica admirativa dos poetas: Admira primeiro, depois compreenderás"

"As cosmogonias antigas não organizam pensamentos, são audácias de devaneios, e para devolver-lhes a vida é necessário reaprender a sonhar"

*Gaston Bachelard in "A Poética do Devaneio". Ed. Martins Fontes. SP. 2001.

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