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Leitura da Carne*


Velhos troncos partidos
cascas grossas dispostas em lâminas
camadas de história, lares para vários seres
casa para nossa alma se alojar
no escuro produto da terra
cortiça em decomposição
com todas as marcas de quem viveu ali.
Com todos os sentimentos
que me retiram
ou que percebo
dos que passaram .
Indiferença, consolo da sombra, juras de amor?
Se pudesse eu diria : não me vibre tão forte !

Remóis por dentro
essa carne que pulsa
as mãos tremem
o coração talvez acelere negativo
a respiração se faz susto .
Como ter, dentro do corpo,
respostas para um astral perdido?
Crónicas de décadas lidas num minuto .
Leio com a pele as vibrações dos corpos.
Elas atravessam as esferas para solidificar meu ser.
Corpo fechado
Exista e me respeite.

*Vânia Dantas
Filósofa. Poetisa. Filósofa Clínica
Brasília/DF

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