Pular para o conteúdo principal

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Trata-se de um novo Fausto, no qual o espectador é chamado a intervir, a optar entre versões diferentes das mesmas cenas, que por sua vez comportam desenvolvimentos com possibilidades diversas de desfecho (...)"

"A ciência da natureza não é senão ciência das relações. Todos os progressos de nossos espírito consistem no descobrimento de relações. Ora, além do fato de que a imaginação é a mais fecunda e maravilhosa descobridora de relações e das harmonias mais ocultas (...)"

"A língua da análise científica, esqueletizada pelo uso de abstrações, é rica de termos que definem e determinam as coisas em todos os sentidos, porém é pobre de palavras, criadoras de imagens. O artista da palavra deve reconduzir a língua para o sensível, o particular, o concreto, fazer dela outra vez, tal como era em seus inícios, uma criação original (...)"

"(...) O artista que aspire a pensar originalmente e a dizer coisas próprias de seu tempo deve preparar a língua de que necessita com suas próprias mãos (...)"  

"As regras nascem quando falta quem pense (...)"

"(...) esse desvio da norma, que rompia as expectativas do leitor, explicava o processo da arte, que é um processo de desautomatização mediante um recurso de singularização. O poeta usa o código da língua, em cada obra ou conjunto de obras, como uma espécie de sub código individual, personalíssimo (...)"

"(...) o poeta imagina, a imaginação vê o mundo como não é (...) finge, inventa, não imita (...) criador, inventor, não imitador; eis o caráter essencial do poeta"

*Haroldo de Campos in "A arte no horizonte do provável". Ed. Perspectiva. SP. 1977.

Comentários

Visitas