O mundo consta da sua
matéria total. Pois, não é possível existir outra terra diferente desta, porque
qualquer outra, onde que se achasse tenderia para o centro desta.
Tomás de Aquino
O movimento permanece ininterrupto, só as
mãos, absoluta do Nada, o poder de manipular as coisas, um comando do cérebro e
a língua brota da tela, um comando dos nervos, a tela se move em imagens. A
imagem úmida não diz nada além daquilo que o desejo de molhar o mundo com
coisas menos imundas é nascedouro do texto.
O texto tem seu movimento, o mover não é
único, como se existisse um apenas, um primeiro movimento, um Deus em sua
unidade da ordem e que todas as coisas pertençam a um só mundo. Aquilo que eu
chamo, às escuras, roubarei a máxima de Tomás de Aquino para sobreviver ao
texto que não chega ao fim.
O fim é sempre um começo, mas ao contrário
do filósofo, a ordem não é legitimada
pelo texto fundador. Hoje o texto é a não unidade das coisas, o
texto é a não unidade de um exemplar único no mundo.
Hoje, o mundo, esse
exemplar é o texto estilhaçado em muitos mundos, o porquê das coisas de não
terem apenas uma unidade, um entra e sai ao mesmo tempo das unidades contrariam
a ordem do criador.
*Prof. Dr. Luis Antonio
Paim Gomes
Filósofo. Editor. Livre
Pensador.
Porto Alegre/RS
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