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Inscrições abertas em nossa página do facebook. Bem vindos!

Bom dia, Convidamos para esse evento já tradicional da Filosofia Clínica. Um colóquio que realizamos pensando em você. Da qualificação dos estudos à possibilidade de encontrar e reencontrar amigos, colegas. Uma ocasião para saber mais sobre Filosofia Clínica, esse novo paradigma que se integra as buscas pelo cuidado e atenção à vida. Dos importantes eventos da abertura até a mesa de construção compartilhada em consultório, você terá uma pluralidade de estilos, fundamentação teórica e prática, uma referência daquilo que vem qualificando e incrementando a primeira versão do método. Isso e muito mais você terá nos dias 02, 03 e 04/05/2014 em Porto Alegre! A programação completa está em nosso facebook. Muito bem vindos! Coordenação dos 'Loucos pela Vida'

A Arte de Encontrar-se*

A vida é uma difícil aventura de viver consigo mesmo. Muito daquilo que vemos no outro são apenas reflexos do que nossa alma insiste em não aceitar. A este sentimento denominamos projeção. O outro, por vezes, se torna um espelho diante de uma realidade que não aceitamos em nós mesmos.  A mais longa viagem que podemos fazer é para dentro do nosso próprio coração. Em territórios desconhecidos, os sentimentos ainda não reconciliados com nosso coração sempre são inimigos a serem combatidos em uma guerra sem fim. Entre o coração e a solidariedade há uma ponte de amor a ser atravessada. Quem não aprende a viver consigo mesmo, dificilmente conseguirá conviver com o próximo. Encontrar-se é uma arte. Somente quando aprendemos a caminhar com leveza, por entre os espinhos de nossa alma, é que conseguimos observar que as flores também se encontram lá, por vezes escondidas entre as ervas daninhas de nossa pressa existencial. O fruto da vida só é doce quando temos a corage

Ah! O Relógios

Amigos, não consultem os relógios quando um dia eu me for de vossas vidas em seus fúteis problemas tão perdidas que até parecem mais uns necrológios... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira. Inteira, sim, porque essa vida eterna somente por si mesma é dividida: não cabe, a cada qual, uma porção. E os Anjos entreolham-se espantados quando alguém - ao voltar a si da vida - acaso lhes indaga que horas são... *Mário Quintana

Intervalos*

No intervalo... A chuva lá fora Linda neblina convida A recolher sobre os lençóis Com ou sem parceiro Ler aquele livro Que te namora faz tempo Ao som de um blues Sem ter que... Não é Londres, mas Um chá de ervas... Não é Paris, porém Madeleines... Porque é sexta e, O outono sussurra ventos E tu estás ai, aqui No Olimpo a Atender aos deuses! *Rosangela Rossi Psicoterapeuta, escritora, filosofa clínica Juiz de Fora/MG

Entradas e saídas*

“Não joga fora não, um dia posso precisar para alguma coisa”. Existem pessoas que juntam tudo o que podem e guardam com a justificativa de que um dia podem precisar. Elas guardam desde pequenos objetos, que realmente podem ter uso até objetos que não terão serventia alguma. Existem casos extremos em que chegam a guardar alimentos, sementes, pedaços de madeira, tecidos, ou qualquer outro objeto.  Os objetos que elas juntam ocupam espaços, precisam de um lugar para serem alocados na casa e pela falta de arrumação acabam por servir de esconderijo para insetos, ratos e outras coisas. Por serem objetos velhos, muitos deles sujos, logo começam a criar mofo e espalhar doenças. Quem convive com pessoas assim logo nota que sua “mania” não é saudável e tentam intervir para mostrar os males que podem decorrer disso. Esse procedimento de juntar recebe o nome de adição em Filosofia Clínica, a pessoa soma uma coisa a outras que já existiam naquele local. Assim como algumas pessoas traze

Um bilhete em branco*

Digo eu: Oba!!! Hoje escrevi um bilhete em branco. Quem teria que ler, leria o bilhete em branco. Olhos e coração atentos. O que poderia conter um bilhete em branco? Ah, tudo, tudo.... ou nada mais... Em branco, de propósito. Para impressionar mais. Quem teria que ler o bilhete em branco, o leria. Tudo tão claro. Tudo tão nítido. Sem letras e sem palavras, para tudo conter.... Por Deus compreenda-me. Foram tantos outros bilhetes escritos. Rabiscados. Rasurados. Amassados. Manchados. Acabaram-se minhas folhas. Meus cadernos. Meus blocos. Minhas agendas. Os papéis acabaram.... Agora o coração escreve... Não vês as manchas vermelhas? Acabou-se a paciência. A espera cansou. O retorno não vinha. O amor entregou os pontos, vencido, por hora. Sobrou este bilhete em branco. Parecendo nada querer dizer. Pelo contrário: repete tudo o que já foi escrito. E o muito que ainda há para escrever. Olhe bem e verás. Tudo está neste bilhete em branco. Tentativa última e inútil, talvez, d

Penetração do Poema das Sete Faces*

(A Carlos Drummond de Andrade) Ele entrou em mim sem cerimônias Meu amigo seu poema em mim se estabeleceu Na primeira fala eu já falava como se fosse meu O poema só existe quando pode ser do outro Quando cabe na vida do outro Sem serventia não há poesia não há poeta não há nada Há apenas frases e desabafos pessoais Me ouça, Carlos, choro toda vez que minha boca diz A letra que eu sei que você escreveu com lágrimas Te amo porque nunca nos vimos E me impressiono com o estupendo conhecimento Que temos um do outro Carlos, me escuta Você que dizem ter morrido Me ressuscitou ontem à tarde A mim a quem chamam viva Meu coração volta a ser uma remington disposta Aprendi outra vez com você A ouvir o barulho das montanhas A perceber o silêncio dos carros Ontem decorei um poema seu Em cinco minutos Agora dorme, Carlos. *Elisa Lucinda 

Fragmentos de amor, sexo e poesia*

Como você se conecta nos ambientes e nas pessoas para escrever seus contos?  É mais ou menos como sintonizar uma estação de rádio. Você tem uma possibilidade enorme de emissoras e programas, mas você sabe bem o que quer escutar. Vai girando o dial. Escuta uma música que lhe incomoda os ouvidos, passa por um comentarista que não fala nada que lhe interesse, pula a estação que só apresenta desgraças, até que finalmente encontra aquele programa que estava procurando ou algum outro que lhe prendeu a atenção. A partir dali, você pode escolher entre voltar a fazer as outras coisas que estava fazendo (dirigir o carro, cozinhar, escrever, fazer amor) ou ficar prestando atenção à entrevista que está no ar, deixar-se envolver pela música que está tocando, imaginar-se dentro da narrativa que está sendo apresentada...Em outras palavras, você pode escolher sintonizar “o” programa de rádio ou se sintonizar “com” o que está acontecendo no programa de rádio.. Quando entro em um café com

Sobre as palavras*

Andei perdendo palavras por aí. Talvez por falar em excesso elas me faltem agora. As que saíram aos gritos duvido que voltem. Escaparam e deixaram vítimas durante a fuga. Uma pena. Mas em esforço de guerra dizem que perdas são justificáveis. Nunca acreditei muito nisso. Andei perdendo palavras por aí. Talvez por ficar em silêncio elas me sobrem agora. E por serem excesso ocuparam o espaço antes reservado ao agrupamento ordenado delas. O crescimento desordenado de palavras é mais perigoso. Jamais pensei na possibilidade de um motim de palavras. Andei perdendo palavras por aí. Das soltas e guardadas. Algumas entraram por um ouvido e saíram pelo outro. Outras entupiram narinas e muitas desceram pelos olhos. Ainda ontem me olhei no espelho e vi que engordei. Ando comendo palavras saturadas. Um perigo. Preciso perder peso, perder palavras para reencontrá-las. *Sergio Fonseca

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