Embora seja apresentado em cursos que variam entre 18 e 24 meses, o conteúdo da filosofia clínica preencheria tranquilamente uma formação de quatro anos com a carga horária de uma graduação. Ainda assim, continuaria sendo um curso com conteúdos introdutórios.
Um filósofo clínico aprende a
teoria, realiza a formação da prática, mas precisará continuar seus estudos
teóricos e práticos por toda a vida. A alma humana não se esgota em uma
formação.
O certificado que habilita à
clínica é uma autorização e não a comprovação de que não há nada mais a ser
aprendido. A filosofia clínica é um aprendizado para a vida toda.
Hoje, dez anos depois de ter
iniciado minha formação, me vejo tão iniciante quanto meus alunos que estão há
alguns meses na formação. Meus professores são os filósofos clínicos com os
quais converso, os artigos e livros que leio, os áudios e vídeos que acompanho,
e os partilhantes que atendo semanalmente.
Ser filósofo clínico é permanecer
aprendiz, é se ver como iniciante, é saber que não sabe tudo, é cultivar o
espanto e a admiração ante o novo que diariamente se apresenta no relato da
vida de cada partilhante.
*Prof. Dr. Miguel Angelo Caruzo
Filósofo. Escritor. Autor da
obra: “Introdução à Filosofia Clínica”. Publicada na coleção de
Filosofia Clínica da Casa da Filosofia Clínica, numa parceria com a Editora
Vozes/Petrópolis/RJ. 2021.
Teresópolis/RJ
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