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A insanidade do possível*

Entre diversos momentos ditos “passados em branco”, o esquecimento é futuro. Cada instante traz uma sensação em si, inerente ao próprio momento. As circunstâncias são únicas na sua solidão. Imensidão de vácuos que se interconectam em alguma linguagem, ou talvez, uma des-linguagem que se fecha em seu próprio vazio esperando tradução. Momentos de larga espera permeados de esperança vagam os pensamentos ditos insanos. Cada sorriso de loucura é uma lacuna de possibilidades aguardando o momento de viabilizá-las, traduzir-se em direção ao outro. Expressividades que se abrem na sucessão dos dias, sabendo-se momentâneas, conhecendo-se fugazes no rio sempre renovado das circunstâncias. Retroceder às passagens perdidas no vazio do esquecimento é um deslocar-se decrescente pautado sempre no momento atual. Uma ponte de significados e re-significações que se atualizam à medida que caminhamos para trás. Possibilidade de revisitar-se em papéis antes vividos, atualizando-se em uma re-leitura de
Sonhos e Foucault Cássia Regina da Silva Luz Goiânia/GO Foucault se utiliza de um texto de Artemidoro "A Chave dos sonhos", para averiguação de articulações e métodos utilizados na maneira de conhecer dos gregos. "A análise dos sonhos fazia parte das técnicas de existência. Já que as imagens do sono eram consideradas, pelo menos algumas dessas imagens, como signos de realidade ou mensagens do futuro, decifrá-las tinha um grande valor: uma vida racional não podia poupar-se desta tarefa." [1] Com efeito, o ato de sonhar estava relacionado a um encadeamento político, o homem virtuoso poderia ser reconhecido na constituição própria de seu sonho, ou seja, o indivíduo que jaz conquistado o equilíbrio não havia mais de ter sonhos desequilibrados como falta ou excesso, desejo ou medo. O que queremos acentuar aqui é que o cidadão grego cultivava como hábito essencial para
Filosofia Pop?! Silvia Soares Santana Uberlândia/MG A filosofia não é pop, assim como diz a filósofa do fantástico, Viviane Mosé. Mas ela pode se tornar pop se as pessoas não tiverem um método ao iniciar as leituras e debates filosóficos. De modo bem simples método é a concepção de mundo de um determinado filósofo. Todos nascemos filósofos. Mas filosofamos espontaneamente. O pensar é inato. Pensador é todo homem. Mas pensar por si só não basta, é preciso saber pensar. O pop então seria o filosofar espontâneo, o que também não basta. O essencial é se elevar culturalmente, o que não significa aderir às filosofias prontas. Filosofar, embora seja uma atividade cotidiana, não pode ser tratada como modismo. Ora, se a elevação cultural e intelectual fosse possível através de manuais, muitos já teriam se elevado quando da publicação da obra O Mundo de Sofia. No entanto, o filosofar permanece espontâneo e
A arte de compartilhar Idalina Krause Porto Alegre Filosofia, educação, saúde, arte de compartilhar, filosofia clínica. Fiquei pensando, remoendo, idéias e sentimentos. Pensei no lema do bom terapeuta - “amor e trabalho” - e tudo o que foi construído nessa trajetória. O amor puro de Schopenhauer, onde a compaixão é o conhecimento da dor alheia que é também a dor do mundo. E o trabalho onde não haja a traição da espiritualidade alegre e contemplativa que é o próprio homem, que nos traga “a boa consciência”, como bem nos lembra Nietzsche. Uma das primeiras perguntas que faço nas minhas aulas é: “Vocês gostam de gente?” Sim, porque trabalhar com Filosofia Clínica é ficar diante da humanidade em pessoa, diante de um ser humano, um alguém com todas as suas singularidades. A segunda pergunta: Vocês acham que ser terapeuta, ser um filósofo clínico é possível para toda e qualquer pessoa? Ac
Escuta e reflexões sobre raciocínio desestruturado e amor Elise Nogueira Juiz de Fora Visto que a historicidade é fator determinante da clínica filosófica, o que se faz diante de um partilhante que apresenta o tópico raciocínio desestruturado? A primeira questão a ser respondida é: o que é estrutura? Deverá ser o que é lógico? Se olharmos pelas lentes da Lógica Formal, onde 2+2 é sempre igual a 4, podemos dizer que há uma estrutura. Mas o que acontece quando o partilhante nos diz que “laranja” + ”bola” é igual a “carro”? Do professor Hélio Strassburger, que aborda a lógica da diferença, pude extrair uma pérola filosófica trazida por um de seus partilhantes da clínica psiquiátrica, cujo tópico raciocínio é tido como desestruturado. Segue-se então: “Hélio, o mundo lá fora é pequeno demais para mim!” O que é isso senão uma demonstração clara do que é a Lógica da singularidade ou Lógica Modal? Pode
Rosangela Rossi Juiz de Fora/MG Minha alma convida a: ·Aquietar-me e me silenciar. ·Viver a fruição, na ação do agora. ·Furtar-me dos desejos em prol da vontade soberana e divina. ·Viver o hoje serenamente, momento a momento. ·Domar meus impulsos. ·Observar sem pressa no mergulhar profundo. ·Estar por inteiro na relação com outro. ·Colocar-me a caminhar diante qualquer dificuldade. ·Caminhar docemente sobre a terra, pois ela é sagrada. ·Estar consciente e amorosa mesmo frente às dores. ·Ter compaixão frente ao sofrimento do outro. ·Vaziar os julgamentos. ·Tirar as projeções que me distancia dos outros. ·Ser mansa e prudente, confiante e cheia de ternura. ·Ser grata pelo mínimo. ·Plantar e colher no tempo certo. ·Compartilhar sem competir. ·Deixar o outro ir à frente. ·Respeitar as singularidades. ·Render-me frente ao universo infinito. ·Valorizar as mínimas coisas e acontecimentos. ·Compreender as tragédias e doenças. ·Comungar o pão nosso de cada dia. ·Servir incondicionalmente, amar
Terapia que promove o conhecimento pessoal é tema de palestra em Florianópolis A epistemologia auxilia pacientes que buscam o autoconhecimento Pequenas atitudes podem dizer muito sobre a personalidade e a imagem que se pretende passar ao mundo exterior. Porém, na intenção de transmitir uma mensagem positiva aos outros, algumas pessoas esquecem o quanto é importante se autoconhecer e aprender a lidar com conflitos internos. A segunda parte da palestra Filosofia Clínica, a Educação e o Conhecimento, que será realizada no próximo dia 22 de abril na Livrarias Catarinense no Beiramar Shopping, promoverá um debate entre os participantes e o palestrante Bruno Packter sobre a importância e a eficácia das diferentes formas de se obter conhecimento. “Algumas pessoas precisam ver algo funcionando mecanicamente para a partir daí terem a vontade de conhecer; outras, dão validade apenas aos dados teóricos; e ainda existem as pessoas que em geral conhecem com a vivência emocional, desvalorizando ap

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