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Coragem invisível Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Teu café passado, teu toque profundo, teu molho vermelho e esse cheiro que apazigua tudo e mantém minha vida em pedras e mel que nunca deixas faltar. Se as flores morrem, dois meses depois renascem. Morrem novamente, para me obrigar a nunca esquecer. O que consertas não é meu coração, mas tudo o que está pelo caminho para estraçalhar meu corpo ainda mais. Com teu conserto, balde de gelo e champanhe, o que resta inteiro vislumbra, ainda que sob uma pilha de trabalhos a serem desbravados valentemente em pleno recesso, alguma possibilidade de gozo. Esse que desaparece no excessivo responder a cento e setenta no triturar insano de uma máquina que se diz instituição. Algo impossível para teus bem sucedidos arranjos e curadoras operações. Não fosse essa incurável vontade de fazer arte, tudo seria mais simples. E as forças dionisíacas se contentariam com espumantes, cebolinha bem tostada e um negrão bem forte, preto
NEM TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Nos próximos dias vai começar a Copa do Mundo de futebol. O Brasil costuma parar na hora em que a seleção entra em campo, e dependendo do resultado, permanece paralisado ou deslancha em carnaval. Já faz parte de nossa cultura. Quanto mais o Brasil avança na competição, mais os nervos do povo torcedor vão ficando exaltados, até o dia da grande final, quando acontece a catarse. Isto me fez lembrar a história de Gabriel e Sandra, um casal de amigos que economizou dinheiro durante dois anos para assistir a Copa do Mundo na Alemanha em 2006. Não são fanáticos por futebol, mas acharam que seria uma experiência interessante, pois além do turismo, poderiam conviver com uma diversidade cultural e quem sabe até ver a seleção se tornar hexa campeã mundial. Planejaram todos os detalhes: reservaram hotéis, passeios, restaurantes e também compraram antecipadamente ingressos para todos os jogos do Brasil, i
As vivências no arrabalde Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Partes significativas da existência ocorrem por elementos laterais, percorrem vários itens periféricos, são tangenciais aos aspectos decisivos. Assim, estabelecem seus caracteres nas imediações das ações centrais. Muitas vezes isso ocorre quando o caminho para ser economista acaba em técnico em contabilidade, o desejo de morar nas enseadas da praia avança até um condomínio próximo ao mar, o trabalho para ser médico termina na enfermagem. Ocorre que aos poucos tais fatores laterais podem assumir as funções e a pertinência do que se constitui o cerne da vivência, invertendo os vetores. É assim, por exemplo, que ao se casar com a amiga da mulher que Antonio amava ele encontrou “a mulher maravilhosa” de sua vida. De diversas maneiras, vivências que acontecem nos arrabaldes são decisivas pelo que se tornam depois, mas também p
Notas iniciais sobre as categorias e a terapêutica filosófica Prof. MS. Rodrigo Rodrigues Alvim da Silva Especialista em Filosofia Clínica Coordenador da Filosofia na Católica em Juiz de Fora/JF "Os estudos foram a minha salvação; devo agradecer à filosofia se consegui me levantar da cama, se me curei: a ela devo a vida, mesmo que esta seja a menor dívida que tenho com ela". Sêneca 01. A fim de superar todas as pré-condições que incidiram-no em tantos enganos, René Descartes adotou a dúvida hiperbólica como atitude básica do filósofo. Mais do que isto, converteu-a, paradoxalmente, em pré-condição para a sua própria superação, ou melhor, em pré-condição para a certeza, para a construção da ciência calcada na evidência, por ele mesmo traduzida no preceito de “evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção” (destaques nossos). Noutros termos, Descartes adotou o preceito de nada incluir em seus juízos que não se apresentasse tão clara e distintament
Uma realidade inusitada Ana Cristina da Conceição Filósofa Clínica Porto Alegre/RS "Toda forma de espírito verdadeiramente original cria a forma lingüística que lhe é apropriada". Ernest Cassirer O fenômeno ao despontar diante de nós, pode provocar uma sensação de desconforto e pré-juízos, nesses casos, o incômodo fica completo. Diante dele não sabemos como proceder. Desconhecemos sua linguagem e limites. A sensação de impotência toma conta e o medo, às vezes, fala mais alto. Podemos desistir e deixar de lado a possibilidade de experimentar coisas novas. Por outro lado, ao ultrapassar o primeiro impacto, a vida pode proporcionar experiências cheias de originalidade. Eu, por exemplo, cresci ouvindo muitas coisas sobre hospitais psiquiátricos: “lugar onde os loucos estão internados, pois são pessoas perigosas e não devem conviver em sociedade, desatinados e gritam o tempo todo, também não conseguem se comunicar. Sua fala é incompreensível e sem nexo. Se irritad

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