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Projeto resgata identidades por meio da cultura do cineclube Sim: Cinema Paradiso é um dos seus filmes preferidos. A proposta de levar o cinema “aonde o povo está” foi o que motivou a inscrição do projeto de um cineclube com sede em São Tiago, sua cidade natal, em um programa do Ministério da Cultura, que ambiciona implantar salas de cinema pelo interior do país. A formação em Filosofia e a especialização em Filosofia Clínica, ambas na UFSJ, deram substrato à paixão pela imagem como elemento de fruição estética e de transformação social, via resgate de identidades culturais. A matrícula recente no Curso de Comunicação viabilizou o desejo de tornar-se uma documentarista glauberiana, daquelas que trabalhariam bem com uma câmera (digital) na mão e uma ideia (aglutinadora) na cabeça (revolucionária). MARIANA FERNANDES, autora do projeto Cine Mais Cultura de São Tiago, quer resgatar o ritual do cinema, aquele que motiva as pessoas a saírem de casa para assistir a uma história proje
Comentário sobre a poesia: Farpas (Incompletudes) Andréa Kubota Filósofa Clínica São Paulo/SP Cada ser humano é único, singular. Essa frase expressa um dos pressupostos básicos do qual a filosofia clínica se utiliza para realizar o seu trabalho. Não existem duas pessoas que sejam idênticas em seu modo ser, sentir, pensar, enfim sua estrutura. O cheiro do café, o gosto do chocolate, a sensação do mar tocando nossos pés, o olhar de quem amamos, o abraço de um amigo, entre tantas outras situações e sensações tocam o íntimo de cada indivíduo de formas diferentes, belas e surpreendentes. O que machuca o meu interior, o que arranha os meus sentimentos, pode ter sabor de mel para você. As minhas farpas, não são as mesmas que as suas. Mas, o que são essas farpas? Mesmo a filosofia com todo o seu potencial para criar conceitos, compreender e muitas vezes tentar explicar a natureza, o mundo, as pessoas, suas relações e até mesmo o indizível, o transcendente, parece em alguns momentos
Espiritografia a la Miró Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Viver de espiar, espreitar ciclos de intensidades, o adoecimento que resiste à febre, o bater de queixos que se confunde com um riso louco. Vida por vezes famélica, alimentada insana pelos vestígios do dia, por traços letárgicos do que um corpo quer dizer. Fazendo germinar do mais íntimo, brotos que arrastam dedos e mãos, riscos deslizantes que o espírito impõe numa constelação, derramando figuras na superfície disponível de agora, entre gélidas madrugadas. Há um calor de inconformismo, um ar de liberdade, sonho, vida sem freios, como um cão latindo para a lua. Um impulso, uma força que faz inverter figuras, girar entre carnavais, uma réstia de filosofia, pensamentos, ação, entorpecimento, criação suspensa de qualquer controle. Não há exatidão, mas um gerar impreciso dos cabeludos pincéis molhados, misturado numa vertigem de cores, gestação de uma obra fecundada, inominada até nascer. Signos que aco
Eu, tu, Agna Gustavo Bertoche Filósofo Clínico Rio de Janeiro/RJ Bem sabes, leitora, que Agna é o fulcro de nossa união, numa intimidade inominavelmente secreta. Agna é em ti o que é ser-para-si em mim; o ser-em-si de Agna é sendo em mim. Ela fala em mim; grita em mim até seus pulmões explodirem. Suas mãos dizem o que é mágico, e buscam o segredo - mas só o meu segredo. Cara leitora: não há comunicação. É absolutamente impossível comunicar-se com outra mente. A linguagem é um absurdo. Quando lês minha obra, lês a ti mesma. Não há o G. escrito, aquele homem com quem tens uma intimidade intelectual despudorada por intermédio de Agna. Há apenas tu, e, para ti, pareço tal como sou. Sou tal como me vês e lês. Porque sabes que sou uma invenção tua. A impossibilidade da comunicação exige de nós muita criatividade, leitora. O escritor precisa fingir que escrfeve o que alguma doce mulher lerá, e esta finge que entende o que lê - e entende. A comunicação - qualquer comunicação - é
Copa do Mundo- Por que gostamos? Rosângela Rossi Juiz de Fora/MG Acordei cedo neste domingo final de outono. Céu azul de brigadeiro e ansiedade natural de todos que desejam ver a vitória do time do Brasil garantindo a vaga para as finais. Vendo a bandeira do Brasil vibrar em cada esquina e o entusiasmo de muitos, mesmo os que não acompanham o futebol no dia a dia, fico a pensar o que nos leva a este entusiasmo verde amarelo e de todos que vibram por suas bandeiras. Sabemos como filósofos que não existem verdades e que as definições são relativas, mas gostamos de tentar entender o porquê do comportamento humano, ainda mais quando somos psicólogos. O que nos leva a vibrar com 24 homens num campo correndo atrás de uma bola? A competição? A arte de vencer? A inteligência motora dos jogadores? A adrenalina de torcer? A liberação das repressões? Ou tudo isto
Linguagem e singularidade Mariana Flores Filósofa Clínica Rio de Janeiro/RJ A noção de linguagem que Wittgenstein apresenta nas suas Investigações Filosóficas, cuja concepção é a de que o significado das palavras depende de seu uso na linguagem, em Filosofia Clínica se traduz como um dos princípios dos cuidados de que deve ter o filósofo clínico ao exercer-se como terapeuta e cuidador nas acolhidas existenciais a que se dispõe, e que, adversamente às técnicas tradicionais da psiquiatria ou das psicologias tradicionais - que não fazem senão hermenêutica sobre o discurso ou expressividade do indivíduo – permitirá guardar o sentido mais original da palavra no contexto discursivo do sujeito, ou seja, respeitando ou limitando-se a entendê-lo somente a partir e à medida de uma singularidade existencial que, sendo singularidade, permite-se acessar a todo um vocabulário muito próprio, recheado de significados singulares para cada termo da linguagem como semiose. Aquilo a que ch
Adeus Saramago Rosângela Rossi Juiz de Fora/MG Que parta da mesma forma que viveu: Autenticamente. Que deixe em cada um de nós o desejo de escrever sem ponto, nos convidando a respirar do nosso jeito. “O homem é um homem como todos os homens, sonha” nos diz Saramago simplesmente na sua forma complexa e profunda de comunicar as angústias do humano. A cegueira falada nos seus ensaios nos faz aprender a ver o que tanto tentamos fugir. Chegou sua hora do seu fim. Seu ceticismo convida a viver a realidade como ela é. Amou e se encantou, quando muitos ao entrar nos sessenta param de apaixonar. Escreveu seus livros depois dos cinquenta denunciando e resistindo corajosamente. Usou as palavras certas e incertas e fez delas um dizer rasgante. Sua narrativa por vezes de humor satírico e cheias de fantasias nos encanta e assusta no sempre. Colecionador de palavras teceu filosofias do cotidiano: “Para temperamentos nostálgicos, em g

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