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Jairo, o homem conceitual Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica A cada consulta Jairo retornava ao assunto com novo ânimo. Parecia que das vezes anteriores algo fora dito a mais, algo deixara de ser dito, alguma coisa agora pedia reparo. Para ele, muitos homens formulam idéias, armam planos, projetam caminhos com a mente que funciona semelhante a uma fundição de minério de ferro. Cadinho, rampas e cubas, temperaturas alta, peso. Gente que tem na cabeça coisas como calcinações do carvão mineral, coque metalúrgico. Abstrações de cutelaria, cultura que avança pelo corte do aço, batidas repetidas, marretadas de prensas mecânicas. Aço forjado em martelos-pilões. Máquinas de esmerilar. E mais temperaturas altas, acima de mil graus. Enquanto a mente e a vida de gente como Jairo são esquadrinhadas por desenhos sem esquadros, por formas sem peso, densidade zero, várias combinações possíveis, calor e frio juntos, raiz quadrada negativa de um limão, e nada é tanto que necessite fa
Muitos passos em falso são dados ficando-se parado* Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre Depois que os seres humanos conseguiram ficar eretos e andar sobre duas pernas, o mundo passou a ser visto de outra forma. No inicio, em sinal de respeito, os homens curvavam-se somente para os Deuses, que os protegiam. Mais tarde passaram a se curvar também para tiranos, que se julgando semi-deuses, impunham o respeito e a veneração pela força. O tempo foi passando e novas alterações posturais surgiram. Músculos, ossos, articulações tiveram que se adaptar à evolução do intelecto. Os homens inventaram a cadeira e então sentaram. Depois veio a roda e passaram a andar sentados. Confortavelmente em uma poltrona, hoje pode-se voar, conversar via internet e até mesmo governar. O homem busca constantemente seu bem estar e uma melhor qualidade de vida. O habitat humano, sendo essencialmente social, vai exigir relacionamentos, que podem variar da completa rigidez à total flexibilida
Eu amo spam Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Minha relação com a internet é íntima, constante, fiel. Não passo muito tempo sem trocar e-mails, pesquisar sites e conversar através do MSN. Existem informações, inclusive, que prefiro acessar na tela de um computador, bem distante da papelada que se acumula pelas prateleiras e da tinta que mancha os meus dedos e as portas de casa. Posso dizer com garantia que sou quase viciada na rede mundial de computadores, não fosse um pequeno detalhe: quem é viciado deixa de curtir os amigos, dançar, praticar esporte, namorar e outras atividades, pra ficar navegando por horas e horas. E eu, definitivamente, não dispenso um belo passeio, um chimarrão no parque, ou uma sessão de cinema, pra ficar em frente à tela do Sam (é o nome carinhoso do monitor do meu micro). O mundo eletrônico é repleto de maravilhas. O tráfego de informações e produção de conhecimento que ele proporciona eram inimagináveis até alguns anos atrás. Que outr
Existências que se tocam Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Há pessoas que não conseguem ser esquecidas. Por mais que se esforcem não conseguem. São como diamantes raros, belos e multifacetados que concentram em si o sentido da eternidade na qual interferem e transferem ao outro o dom de possuir algo que não deveria nunca ser explicado. Há pessoas que seduzem e impregnam o outro como se fluidos fossem, sem permissão, deixando muitas vezes um legado que se aproxima da perplexidade. Há pessoas que conferem autonomia, poder, reconhecimento pela simples ação da existência, traduzidas pela palavra que se insinua, pela fugaz troca de olhar, pelos sentires intensos. Pessoas assim existem e isso basta! Não há como explicar. E para que explicar o que não se entende? Para que entender o que não se explica? Para que formalizar o que o coração não suporta? Essas pessoas que por serem tão vastas, permanecem um mistério, onde o amor e a admiração muitas vezes se confundem
Cativar Beto Colombo Filósofo Clínico Criciúma/SC O Príncipe encontrou-se com um bichinho em um distante mundo, bichinho esse que ele nunca havia encontrado antes, uma raposa. A raposa lhe disse: - Você quer me cativar? - O que é isso? – Perguntou o menino. - Cativar é assim. – Disse a raposa: - Eu me assento aqui, você se assenta lá, bem longe. Amanhã a gente se assenta mais perto e assim aos poucos, cada vez mais perto... O tempo passou, o Principezinho cativou a raposa e chegou a hora de partir. - Eu vou chorar. – Disse a raposa. - Não é minha culpa. – Desculpou-se a criança. – Eu lhe disse, eu não queria cativá-lo. Não valeu a pena, você percebe? Agora você vai chorar! - Valeu a pena sim. – Respondeu a raposa – Quer saber por quê? Sou uma raposa, não como trigo, só como galinha. O trigo não significa absolutamente nada para mim, mas você me cativou. Seu cabelo é louro e agora, na sua ausência, quando o vento fizer balançar o campo de trigo eu ficarei feliz pens
Fragmentos filosóficos delirantes XXI* "O estilo é o modo de formar, pessoal, irrepetível, característico; a marca reconhecível que a pessoa deixa de si na obra; e coincide com o modo como a obra é formada. A pessoa forma-se, portanto, na obra: compreender a obra é possuir a pessoa do criador feita objeto físico." "Para aquém da ciência está a atitude do primitivo, para quem as distinções não existem e o mundo é um 'continuum' de eventos associados de forma mágica." "(...) na experiência da beleza a alma humana tem a sensação daquilo que a supera, o apelo tangível do além, e na melancolia que sobrevém o testemunho de uma natureza exilada no imperfeito, aspirando ao infinito apenas revelado." "(...) enquanto o alegorismo clássico apresentava para cada figura um referente absolutamente preciso, o simbolismo é simbolismo 'aberto', justamente porque quer ser, antes do mais, comunicação do indefinido ou do ambíguo, do polivalente.&q
Fragmentos filosóficos delirantes XX* "Não há linha reta, nem nas coisas nem na linguagem. A sintaxe é o conjunto dos desvios necessários criados a cada vez para revelar a vida nas coisas." "A saúde como literatura, como escrita, consiste em inventar um povo que falta." "Nesse sentido as coisas são mais perigosas que os seres humanos: eu não as percebo sem que elas me percebam; toda percepção como tal é percepção de percepção." "É como se alguns caminhos virtuais se colassem ao caminho real, que assim recebe deles novos traçados, novas trajetórias. Um mapa de virtualidades, traçado pela arte, se superpõe ao mapa real cujos percursos ela transforma." "Félix Guattari definiu bem, a esse respeito, uma esquizoanálise que se opõe à psicanálise: 'Os lapsos, os atos falhos, os sintomas são como pássaros que batem com o bico na janela. Não se trata de interpretá-los. Trata-se antes de detectar sua trajetória para ver se podem servir de
Saudações! Trago em nome do EMCANTAR boas notícias quanto ao nosso projeto, Palavras que Brincam, que já começou a ser executado em Uberlândia propagando música e literatura nas escolas. Fomos calorosamente recebidos pelas instituições durante as apresentações e pretendemos publicar em nosso site todos os principais acontecimentos relativos às atividades. Por isso, a cada atualização, notificaremos todos por este grupo de e-mails para que possam acompanhar também. Por enquanto, duas notícias já estão no ar. Confiram: Projeto "Palavras que Brincam" é apresentado nas escolas Música e literatura na escola é a base da iniciativa, que se consolidou como Ponto de Cultura. Para ler: http://emcantar.org Começam as oficinas do "Palavras que Brincam" Bate-papo, dinâmicas e reflexões alimentaram as expectativas para o projeto em 2011. Para ler: http://emcantar.org Outras informações tanto sobre o Palavras que Brincam como também sobre outros projetos do EMCANTA
Vida Poesia – Inspiração Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Nossa! Fiquei emocionada com o texto de José Castelo, no Prosa & Verso do jornal 'O Globo': O poeta do nada. Respirei fundo ao ler: “O poema é mensagem que o poeta envia a si mesmo a respeito de algo que desconhece. Ele lacra em um envelope- o poema. Quando chega ao leitor, a mensagem também continua indecifrável; por mais que tente, ele não consegue abri-la. Tudo o que lhe resta são palavras. Ler um poema é tentar rasgar um envelope inviolável. Os poemas escrevem no escuro, mas alguns, além disso, escrevem de olhos vendados. Lacrados em si mesmos, recusam-se a ver. A escrita se torna, então, a luta para inventar um sexto sentido, que substitua a visão mutilada. Eis o que chamam de poesia” Meu lado muitas vezes poeta, então, desliza: O desconhecido em mim, São os gritos da alma Ou da sombra, que Esperam ser ouvidos do outro lado, Nas outras sombras e nas outras alma

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