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Fragmentos filosóficos delirantes XLI* "Pergunto aqui se sou louca Quem quer saberá dizer Pergunto mais, se sou sã E ainda mais, se sou eu Que uso o viés pra amar E finjo fingir que finjo Adorar o fingimento Fingindo que sou fingida Pergunto aqui meus senhores quem é a loura donzela que se chama Ana Cristina E que se diz ser alguém É um fenômeno mor Ou é um lapso sutil?" "Tenho uma folha branca e limpa à minha espera: mudo convite tenho uma cama branca e limpa à minha espera: mudo convite tenho uma vida branca e limpa à minha espera:" *Ana Cristina Cesar Poeta carioca - 1952-1983
Fragmentos filosóficos delirantes XL* ""Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."" "Em mim também, que descuidado vistes, Encantado e aumentando o próprio encanto, Tereis notado que outras cousas canto Muito diversas das que outrora ouvistes. Mas amastes, sem dúvida ... Portanto, Meditai nas tristezas que sentistes: Que eu, por mim, não conheço cousas tristes, Que mais aflijam, que torturem tanto. Quem ama inventa as p
Escorrendo! Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Por trás da janela coberta de digitais, o pensamento co-cria. Pingos de chuva mansa correm no fio de luz, teleféricos transparentes, translúcidos, aquosos, frenéticos movimentos. Por mais que pareça estranho há uma maresia no ar, vida escorrendo, ondas sedutoras, cânticos, prazeres de mar.
Sexualidade, uma questão de consciência Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG A vida pulsa por todos os poros nos convidando ao encontro. Somos seres pulsantes desejosos do compartilhar corpo e alma. Para os filósofos pré-socráticos o corpo é alma, para os platônicos e cartesianos o corpo é separado da alma. O foco da sexualidade apenas no corpo e na realização do desejo leva a tornar o corpo e o outro como objeto de uso e de prazer momentâneo, muitas vezes sem vínculo, respeito e pior de tudo, um desprazer no final, um vazio existencial e uma busca compulsiva e ilusória de realização. O corpo almado, pleno em sua inteireza, vive a sexualidade como uma dança, uma poesia, uma celebração, onde o próprio corpo se entrega, sem medo e sem repressão. O outro é respeitado e cuidado com delicadeza e ternura. Sexualidade não se resume ao ato genital, é muito mais que isto, é um movimento onde corpo, alma e espírito vivem a realização plena de um encon
Controle e surpresa Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Repousa sobre nós uma consciência histórica sobre a relevância do controle, especialmente das nossas vidas. É preciso ter um projeto, saber para qual direção a existência avança. O sentido de quem somos, de onde viemos e para onde vamos é rascunhado por metas, sonhos, rotinas, para que não percamos o horizonte, o propósito, o foco... Isso tudo me encanta. Adoro bússolas, agendas, relógios... Com esses instrumentos, e tantos outros concebidos na contemporaneidade dos tempos, conseguimos mensurar tempo, espaço, velocidade, direção, frequencia, intensidade. Conseguimos fazer previsões, avaliar consequências, corrigir rotas. Tudo isso é muito rico quando se trata de promover autogenia e valor em nossas vidas. Navegar, sim, é preciso, como já disse o poeta. Mas viver é impreciso. Por mais que utilizemos instrumentos diversos para mensurar nossos avanços e resultados, sempre existirão os imprevistos. Já reside no

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