Fragmentos filosóficos delirantes LV* "O mundo tem razão, sisudo pensa, E a turba tem um cérebro sublime! De que vale um poeta - um pobre louco Que leva os dias a sonhar - insano Amante de utopias e virtudes E, num tempo sem Deus, ainda crente ?" "A poesia é de certo uma loucura, Sêneca o disse, um homem de renome. É um defeito do cérebro...Que doudos! É um grande favor, é muita esmola Dizer-lhes bravo! à inspiração divina, E, quando tremem de miséria e fome, dar-lhes um leito no hospital dos loucos Quando é gelada a fronte sonhadora, Por que há de o vivo que despreza rimas Cansar os braços arrastando um morto, Ou pagar os salários do coveiro?" "Meu leito juvenil, da minha vida És a página d'oiro. Em teu asilo Eu sonho-me poeta, e sou ditoso, E a mente errante devaneia em mundos Que esmalta a fantasia! Oh! quantas vezes Do levante no sol entre odaliscas Momentos não passei que valem vidas! Quanta música ouvi que me encantava! Q
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