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Insana Jane Difini Kopzinski Fisioterapeuta, quiropraxista, filosofa clínica Porto Alegre/RS Enfim a loucura Dos desarranjos de minha alma Da inércia do tempo Tira-me a estrutura Enfim o tempo De um espaço vazio Louca dor da espera De um nada para lugar algum Enfim me possuo De minha própria alma Perdida na loucura e no tempo Acha-se esquisita Enfim a dor De uma alma corrompida Dilacerada pela dúvida De ser louca ou esquisita Devaneios incessantes Produzindo inquietude Procura centrar a louca delirante Num tempo distante Enfim o espelho Não acho nem perco O centro da alma Nos meus pensamentos
Quase tudo por você Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Há algum tempo, meu filho me pediu para mudar de time (sou Fluminense e ele é Flamengo). Respondi que faria tudo por ele, mas que de time eu não mudava. É claro que ele não apreciou a minha resposta e emendou espantado: “Como assim? Você faria tudo por mim, mas não mudaria seu time por minha causa?” A explicação é simples: seria capaz de tudo por filhos, de exercer mudanças inimagináveis, de realizar sacrifícios que podem ou não valer a pena, de morrer por eles... mas não posso alterar o que sou essencialmente. Isto está além da minha capacidade. Entendo que na própria vida conta a compreensão de tudo o que nos estrutura, de tudo o que confere integridade até mesmo para permissões incondicionais. O que nos valida não se altera, apenas se nossa compreensão assim solicitar. Então, para uma vida que nos foi confiada, deve haver a demanda atenta às portas que se abrem. Não me refiro ao básico, ao óbvio, mas ao que p
CONSOLO Will Goya Filósofo Clínico, Poeta. Goiânia/GO O mundo está de partida. Não me peças agora para ser tão natural, que a morte nunca foi leve. É um amor sem entrega, um abraço ao vento E um difícil agradecimento a Deus. Hoje uma eternidade repousa em mim. Termine minha vida quando terminar, ela aí estará por inteira. Tudo se demorou em estar sempre completo, Como uma formatura à espera do diploma, em qualquer escola da vida. Nenhum tempo ou erro foram desperdiçados, E até meu sono cumpriu o seu destino. Eu sei que todas as pessoas me seguirão na morte... e lá jamais estarei só. Lá. Morrer é voltar pra casa, reaprender a ser eterno. Aqui somos todos imperfeitos, dádivas contidas, sementes completas. Os céus querem tanto a perfeição dos homens que os fazem nascer crianças, Para que a Terra venha brotar maturidade em suas almas. Germinarem o tempo. Só as rugas de amor rejuvenescem o espírito. Soube que uma pessoa desconhecida estava para morrer, com câncer
Viagens* “Vivemos um intervalo e, então, nosso lugar não mais nos reconhece.” Harold Bloom Existe um universo de possibilidades para seguir de um lugar para outro. Você pode ir em frente caminhando, realizar uma introspecção e mergulhar em si mesmo, se deixar levar pelo curso dos deslocamentos multifacetados, sobrevoar tendências de ser estrada sem direção. Muitas vezes se vai longe sem sair do lugar. Noutras é preciso o movimento físico para estacionar. Em alguns a arte de contemplar horizontes se desenvolve como essência do ser viajante. Trajetos de muitas paisagens, cores e sabores, evidenciam presságios de novos roteiros. Em alguns instantes se tem a nítida ideia de já ter estado ali, fazendo parte dos cheiros, sons familiares. Também é possível muita coisa passar despercebida, aprisionada na ilusão do primeiro olhar. Um sentido pessoal vai desenhando, por essas idas e vindas, os cenários por onde a vida se esboça para acolher distâncias. Um vislumbre andarilho a perco
BELEZA ARTIFICIAL Ildo Meyer Médico e Filosofo Clínico Porto Alegre/RS Era apenas mais um lançamento de moda. Estavam preparando a coleção de biquínis para o próximo verão. Durante a sessão de fotos, o diretor de criação da agencia publicitária sugeriu uma montagem onde o umbigo da top model sumisse. A idéia era fazer com que parecesse um ser alienígena com aparência exatamente igual à de uma mulher, porém sem umbigo. Abdome completamente liso. Direção de arte, redação, produção se engajaram na campanha e em poucos dias o projeto estava na mesa do cliente para aprovação. A foto de uma mulher com corpo escultural, passeando em uma praia deserta, vestindo apenas um biquíni e botas até o joelho, carregando em uma das mãos um micro aparelho que sugeria ser um computador de última geração e na outra uma coleira com um belo cão dálmata. Apenas uma frase abaixo da foto: “Mulheres evoluídas sabem o que vestir neste verão”. O cliente achou a modelo maravilhosa, a foto belíssima,
Podemos mudar de ideia Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Quem pensa muda de idéia. Quem escuta aprende e se recicla. Não somos donos da verdade. Vida é mutação. A cada encontro uma nova possibilidade. Vastos horizontes. Vir-a-ser. Liberdade de escolher novos caminhos. Desapegos e experimentos. Penso no que você me disse. Duvido. Reflito. Pondero... Êta vida ! Ficar preso as máscaras me escraviza. Fechar num só pensamento limita. Há pluralidade. Há multiplicidade. Há um mundo lá fora acontecendo. Há um mundo lá fora ensinando. Basta abrir os olhos e coração, Para transformar sempre.
Apenas o essencial Pe. Flávio Sobreiro Poeta e Filósofo Clínico Cambuí/MG Uma das regras fundamentais para quem deseja organizar uma mala de viagem é levar apenas o essencial. Nem sempre conseguimos seguir esta regra. Sempre levamos alguma “coisinha a mais”. O medo do que possa faltar faz-nos exagerar no excesso. E assim partimos... Com muitas malas e excesso de peso. Ao final da viagem nos defrontamos com uma realidade visível: não usamos a metade do que levamos. Voltamos para casa com o excesso daquilo que nos pesa na alma. Nem sempre é fácil decidir o que levar. A principio tudo parece importante. Não queremos deixar nada de fora. Enquanto cabe, vamos dando um jeitinho. Muitos quando estão em viagem ficam tristes porque não encontram entre as malas um lugar para colocarem algo que adquiriram ao longo da viagem. As malas estavam tão cheias que nada mais caberia. Em nossa vida também guardamos em nossa alma sentimentos desnecessários. Acumulamos ódio, raiva, desejo de vin

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