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Alma gêmea, difícil de explicar, fácil de sentir. Ildo Meyer Médico, Filósofo Clínico, Escritor Porto Alegre/RS Sabe aquela situação onde você quebra o braço, precisa engessar e então começa a reparar um monte de gente com braços machucados como o seu? Ou quando quer comprar uma bolsa e de repente começam a desfilar na sua frente pessoas com marcas, cores e modelos diferentes? Parece que ficamos mais ligados e nossos sentidos começam a funcionar como um radar, detectando em qualquer lugar aquilo que estamos procurando. Depois do episódio do cão que me acompanhou na corrida de rua e partiu por falta de despojamento meu em adotá-lo, passei a ficar mais atento. Olho para os lados na esperança de encontrar novamente minha alma gêmea corredora. Talvez esta atenção esteja exercendo algum poder de atração. Depois de uma semana correndo e procurando sem sucesso o cão, uma adolescente começou a me seguir na rua, exatamente como ele fizera. Feliz e sorridente como uma criança brinc
Os sonhos de Andy Pe Flavio Sobreiro Filosofo Clínico, Poeta Cambuí/MG Andy era uma lagarta muito triste. Passava os dias sozinha. Não tinha amigos. Vivia isolada de tudo e de todos. Mas porque Andy vivia desse modo? Vamos ver como tudo começou... Certo dia suas amigas, resolveram participar de um concurso de beleza: Miss Inseto. Para participar do concurso era necessário fazer a inscrição. Mas nem a inscrição Andy conseguiu fazer. Ao chegar ao local, foi logo reprovada. Disseram a ela que para se inscrever era preciso ter pelo menos alguma beleza exterior... O tempo foi passando e Andy se tornou uma velha lagarta. Sua aparência feia não impediu que se tornasse um inseto especial. Ela amava a todos, aprendeu a superar as tristezas, e sempre dava sábios conselhos a quem lhe procurava. Porém, no fundo do seu coração tinha uma pequena tristeza: desejaria que a natureza pudesse ter sido um pouco mais generosa com ela... Certa manhã, Andy não apareceu para irrigar as flores do s

A forma da distância*

Distância é uma coisa engraçada né? Tem tantas dimensões, tantos tamanhos, tantas formas… Tamanhos? Formas? É! Hoje em dia a distância pode ter forma de computador, de skype, de msn, de facebook. Forma de câmera com microfone. Ou mais moderno ainda, forma de telefone celular que mostra a pessoa do outro lado, como nos Jetsons (do arco do velha, mas que também sentiam saudade, aposto). Quanto mais o tempo passa, quero dizer, a modernidade chega, mais as distâncias diminuem. Antes era tão difícil falar com alguém. Telefone não existia, carta demorava dias, meses e até anos. Hoje não. A tecnologia melhorou tudo (ou não, pode ter afastado ainda mais as pessoas que agora se escondem atrás da tela de um computador). Hoje existe avião, barco, navio, helicóptero, carro, moto, ônibus… até espaçonave existe. E existe telefone, celular, internet, sedex, sedex 10, skype, Viber e Whatsapp pros mais moderninhos. Tantas formas de chegar… chegar onde quer, do lado de quem deseja, no lugar qu
Ser ou Não Ser Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Questões existenciais, quem não as tem? Pois é, talvez, quem sente é quem sabe. A frase “ser ou não ser eis a questão”, originária da peça A Tragédia de Hamlet – Príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare, é uma prova inconteste que as questões existenciais estão aí, há séculos. A cena que sempre me vem a mente é Hamlet, o personagem principal, com uma caveira na mão questionando se vale a pena continuar vivendo e sofrendo ou tirar-lhe a própria vida. No início do ato III, cena I, Hamlet declama: “Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz ou pegar em armas contra o mar de angústias e combatendo-o, dar-lhe fim?” Shakespeare, ao escolher tal frase, “ser ou não ser eis a questão”, talvez não imaginasse tantas interpretações dessa frase longe daquele contexto. A frase pode ser entendida como uma alegoria qualquer “faço isso ou não faço
Fragmentos filosóficos delirantes LXXXVI* "Fruto de enganos ou de amor, nasço de minha própria contradição. O contorno da boca, a forma da mão, o jeito de andar (sonhos e temores incluídos) virão desses que me formaram. Mas o que eu traçar no espelho há de se armar também segundo o meu desejo. Terei meu par de asas cujo vôo se levanta desses que me dão a sombra onde eu cresço - como, debaixo de árvore, um caule e sua flor" "Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto" "Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada" "Escrever é escutar as águas interiores e espreitar vultos no fundo" "Para ser inteira não preciso me defender erguendo barreiras à minha volta: às vezes só me fragmentando e dilacerando de amor, dor ou perplexidade, terei chance de juntar meus pedaços e me reconstruir mais inteira" &
Anjos e Demônios Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG De anjos e demônios todos temos um pouco! Verdade, temos luz e sombra. É assim que nos acontece. De um lado do ombro, o anjo tem bons pensamentos e é cheio de boas intenções. No outro ombro o diabinho sapeca instiga, critica, dá piruetas e nos confunde. É o maniqueísmo atuante, o bem contra o mal, que bem chamamos de "estar dividido, confuso". Se decidimos previligiar o anjo, com certeza o demônio toma posse de nossos pensamentos. É sempre assim, o que mais negamos nos invade. Sabe por que? Talvez seja porque só pensamos no poder do negativo. Na realidade damos poder ao diabinho. Ele alimenta o medo, a culpa, a raiva,a inveja, a competição, o orgulho... Ri, goza e dá piruetas de nossas tagarelices mentais. E adora nos ver tristes, angustiados e deprimidos. Então, se não podemos previlegiar apenas o anjo, como fazer? Privilegiar o diabinho perverso? Essa não! É mais simples a solução,
Retalhos da Alma Pe. Flávio Sobreiro Filósofo Clínico, Poeta Cambuí/MG Retalhos de velhos tecidos tornam-se bonitas colchas quando costurados com amor. O que era velho se torna novo. Tecidos que um dia marcaram momentos importantes da vida tornam-se um quando juntos unem-se para uma nova realidade. A arte de costurar os velhos retalhos de tecido exige paciência. É preciso se despedir daquela roupa que não mais tem utilidade. Recortar o que de bom ficou. Costurar é dar vida ao que restou. Uma colcha de retalhos ganha aos poucos à sensibilidade de quem a confecciona. Cores, formas, desenhos, esperanças, dores... Muitos momentos unidos para um único objetivo: unir pedaços de velhos tecidos que foram esquecidos no fundo das gavetas do guarda-roupa da alma. Em nosso guarda-roupa encontramos os momentos de nossa vida. Aquela camisa que marcou o primeiro encontro com a pessoa amada. O sapato que acompanhou a despedida de quem um dia conviveu conosco. O lenço que enxugou as lágrimas
Filosofia Clínica e os elementos da inventividade Bruno Packter Filósofo Clínico Florianópolis/SC A característica central do procedimento clínico Atalho é a inventividade, a doxa, a criatividade. Isso em geral é atestado no convívio com a pessoa, mas deve ser respaldado pela compreensão da historicidade desta. A grande característica das pessoas que utilizam este submodo, e que aparece muito, ao longo da historicidade ou em alguns eventos da vida, é ter por hábito o olhar diferente as coisas que para os outros são iguais. Algumas pessoas constroem seus Atalhos, ou seja, criam novas saídas na vida através dos impedimentos, dos obstáculos. Isso quando o submodo Atalho estiver associado ao procedimento clínico Em Direção ao Desfecho, mesmo que ainda tenhamos aqui somente os indícios. Saberemos se o Atalho será ou não producente à pessoa através da história de vida dela. Por exemplo, se a pessoa está inserida em uma instituição dogmática, fechada, provavelmente as questões da

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