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Fragmentos filosóficos delirantes XCV* Não-coisa O que o poeta quer dizer no discurso não cabe e se o diz é pra saber o que ainda não sabe. Uma fruta uma flor um odor que relume... Como dizer o sabor, seu clarão seu perfume? Como enfim traduzir na lógica do ouvido o que na coisa é coisa e que não tem sentido? A linguagem dispõe de conceitos, de nomes mas o gosto da fruta só o sabes se a comes só o sabes no corpo o sabor que assimilas e que na boca é festa de saliva e papilas invadindo-te inteiro tal do mar o marulho e que a fala submerge e reduz a um barulho, um tumulto de vozes de gozos, de espasmos, vertiginoso e pleno como são os orgasmos No entanto, o poeta desafia o impossível e tenta no poema dizer o indizível: subverte a sintaxe implode a fala, ousa incutir na linguagem densidade de coisa sem permitir, porém, que perca a transparência já que a coisa ë fechada à humana consciência. O que o poeta faz mais do que mencioná-la é
O abismo é logo ali Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ As lembranças vão se insinuando pouco a pouco, como se viajassem ao longo de um caminho incerto, impreciso, familiar... mas que aos poucos se desenha obscuro e tenso. O ritmo se traduz intenso e a velocidade se revela em descontrole, imbricando pelas voltas sinuosas de tudo o que não conseguimos compreender. Sentimos a sensação iminente de um vazio, de um vácuo a se formar pela possibilidade do pressentido temor que se aproxima... o temor do desconhecido. Não sabemos ainda se queremos acessar o abismo, embora saibamos que ele permanece logo ali, acompanhando, com seu olhar penetrante, na certeza de que, em breve, e mesmo a contragosto, mais uma partícula se aninhará em seu acolhedor destino. Muitas vezes não sabemos para onde ir ou o que devemos fazer, pois não importa o que se escolha, somos levados talvez para onde não desejássemos estar, pelo menos não ainda... ou jamais. Escolhas talvez não definam sentimento
Sua boca é o céu que eu quero alcançar Jussara Hadadd Terapeuta Sexual, Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG De olhos fechados deixando o pensamento ir, encontrar as nuvens. O frescor e a leveza das nuvens brancas que passam sem sentido fluindo para onde a chuva tem de chegar. De olhos fechados, imaginando e sentindo. Percebendo cada toque dos lábios, os sons e o perfume da respiração do amor que nesta hora vem afagar os anseios por carícias e ensejos que o desejo acendeu. De olhos fechados, caminhando sob o calor do sol que inunda de luz um corpo que pede amor no corpo do outro... De olhos fechados, sonhando com a luz do amor, com o brilho que o desejo acende na alma, trazendo cores a um momento dedicado a vida. Que o sol brilhe apenas neste instante e que a luz pareça eterna. De olhos abertos, olhando nos olhos e confirmando o instante presente e ausente que nasce e morre e que morre feliz se morrer ali. De olhos bem abertos confirmando a presença e a proximidade do amor q
Penúltimas notícias: Experiências sensoriais e abstratas são temas de palestra em Florianópolis Temas que envolvem a psique humana sempre aguçam a curiosidade e despertam indagações. O cérebro é capaz de reproduzir sentimentos, abstrações, pressentir ações futuras e até mesmo, coordenar atitudes e estimular a imaginação. No dia 18 de abril, quarta-feira, o filósofo clínico Bruno Packter coordena a palestra Filosofia Clínica e as experiências sensoriais e abstratas, na Livrarias Catarinense no Beiramar Shopping. O evento, com início às 19h30, terá entrada franca. Para a Filosofia Clínica as chamadas experiências abstratas estão diretamente relacionadas a questões como conceitos e ideias. “As abstrações dizem respeito aos ‘movimentos’ soltos dos conceitos intelectuais e nem sempre possuem fundamentos lógicos”, diz Bruno Packter. Já as experiências sensoriais estão diretamente ligadas aos cinco sentidos humanos – visão, audição, paladar, tato e olfato. “É possível que uma pesso
Apenas um garoto de 26 anos Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica O futuro está lá, não é nítido, será construído pelo caminho. E o caminho é feito de momentos; os bons momentos são os que acontecem com a pessoa certa no lugar certo. É quase um estado de espírito. Casamento e filhos são relacionados a alguém para ficar junto depois dos 30, por aí. Depende, porque o futuro está em aberto. Vida social é importante, contatos, nada a ver com questões de trabalho, de família. A explicação é que contatos são importantes porque são contatos. O capitalismo é bom, o que não é bom é o governo. A política é o problema, não a economia propriamente. A idéia é que a política influencia a economia. Não interessa muito se a pessoa é católica, evangélica, taoísta, o que está em questão é a energia que a pessoa passa. A ênfase é no que a pessoa mentaliza e passa, não a ideologia. Sobre comida, é saudável evitar porcaria e isso está ligado a exercício, a boas idéias, a bons papo
Transgredir Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filósofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Por que? Para que? Como? Por que dormir à noite e não ficar acordado vendo as estrelas, lendo um livro, escrevendo ou amando até o sol nascer? Por que não tomar cerveja ao amanhecer e café ao anoitecer? Por que não almoçar às 18 hs e jantar ás 3 hs da manhã? As regras vão nos engessando e nos emburrecendo. A vida vai passando no sempre tudo igual, certinho e chatinho. Sem perceber vamos nos perdendo no tudo sempre o mesmo. Marasmo. Para que? Servindo a quem? A Apolo? Ao Logos? Quero ser Bacante e seguir Dioniso pelos caminhos de Eros. Quero dormir ao relento em pleno sol do meio dia. Caçar pirilampos e me enrolar no cobertor sob o luar. Não seguir regras e ouvir o canto encantado de minha alma. Posso transgredir como quiser a qualquer tempo. Ser maluco beleza ou Frida khalo ou Picasso ou Chaplin ou.... Muitos. Ser um eu que até então não me deixei ser. Por que? Porque deix
Fragmentos filosóficos delirantes XCIV* "Não gosto de conclusões. Conclusões são chaves que fecham" "Acontece que meu espelho ficou cansado dessa função de só repetir o que vinha de fora e começou a ter ideias próprias" "'A ciência normal', diz T.S. Kuhn, 'não procura nem novidades de fato nem de teoria. Quando é bem-sucedida, ela não encontra novidades'" "'Estou muito curioso sobre aquilo que o senhor irá dizer', alguém comentou a Wilfried Bion, pouco antes de uma de suas conferências. Ao que ele retrucou: 'Eu também..'" "O entendimento esgota o sentido da palavra" "Os místicos e os poetas sabem que o silêncio é nossa morada original" "A verdade é underground, clandestina, subversiva" "Os poetas buscam as palavras que moram no silêncio" "Palavras de ordem não toleram as brumas, pois é lá que moram os sonhos. Luminosidade total para tornar impossível s

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