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Se beber, não dirija. Também não faça declarações* Trinta e cinco mil pessoas por ano perdem a vida em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil. Preste atenção: 35 mil!!! Quase cem pessoas por dia!!! Estes números são alarmantes e a tendência é de crescimento. Segundo o Ministério da Saúde, metade destas mortes está relacionada ao uso de álcool por motoristas. O álcool é um forte depressor do Sistema Nervoso Central. Inicialmente quem bebe perde a inibição e sente-se mais corajoso, mas com a progressão da ingestão, passa a ter reflexos mais lentos, perde a noção de distância e torna-se sonolento, sendo uma vítima e um agressor potencial ao volante. Campanhas educacionais não foram eficazes para estancar esta mortandade alcoólica automotiva. Os números cresciam ano a ano. Quando a sociedade ameaça entrar em colapso devido a determinado comportamento funesto, o governo está autorizado a regulamentar tal conduta criando uma lei para preencher o vazio. A lei invade o territóri
A Arte de Bem-Viver* Muitas questões existenciais percorrem os caminhos de nossa natureza humana. Reféns de um sistema repleto de inúmeras respostas e soluções fáceis aos diversos questionamentos humanos há perguntas que continuarão sem respostas e há respostas que sempre serão tão frágeis como a palha seca que se queima com a primeira faísca de um questionamento mais profundo. Fato é, que o coração muitas vezes precisa de um porto seguro, onde viver seja uma experiência concreta e que traga felicidade plena. Há, no entanto pessoas que não buscam a razão de viver, pois já a descobriram, ou então estão felizes como vivem. Mas e aqueles que buscam a plenitude do viver? Viver uma vida plena implica em aprendizagem. Quando me refiro ao aprendizado estou alicerçado em um conceito que vai além de um sistema educacional alicerçado no saber teórico, pois acredito que viver é sempre a extensão prática da teoria. A teoria nos apresenta conceitos e experiências particulares. Cada ser huma
Porque nada está pronto* Em nenhum lugar está escrito que a vida seria um mar de rosas em tempo integral. O mais provável é que os caminhos sejam, para a grande maioria dos seres mortais, de desafios que alternam as estruturas e surpreendem até a si mesmos, sem prévio aviso e regado com profusão de ritmos. Mas parece que de alguma forma acreditamos nesta possibilidade. Nesta esperança que impulsiona sentires em direção a algo no qual acreditamos. Todo amanhecer pressupõe renovação, até mesmo quando nada se manifesta. É como uma flecha se encaminhando de forma precisa para onde supomos não haver nada. Quantos vazios se escondem na multidão... quantos temores vãos se reconhecem e se proliferam, na tentativa de ganhar espaço nas veias abertas das dores e dos dissabores... quantos enigmas nos perpassam e nos convidam a refletir e penetrar zonas desconhecidas de nossos limites próprios... quantas fronteiras ainda a explorar. E nossos instintos nos pedem apenas que sobrevivamos. Ma
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXII* AS MULTIDÕES Não é dado a todo o mundo tomar um banho de multidão: gozar da presença das massas populares é uma arte. E somente ele pode fazer, às expensas do gênero humano, uma festa de vitalidade, a quem urna fada insuflou em seu berço o gosto da fantasia e da máscara, o ódio ao domicílio e a paixão por viagens. Multidão, solidão: termos iguais e conversíveis pelo poeta ativo e fecundo. Quem não sabe povoar sua solidão também não sabe estar só no meio de uma multidão ocupadíssima. O poeta goza desse incomparável privilégio que é o de ser ele mesmo e um outro. Como essas almas errantes que procuram um corpo, ele entra, quando quer, no personagem de qualquer um. Só para ele tudo está vago; e se certos lugares lhe parecem fechados é que, a seu ver, não valem a pena ser visitados. O passeador solitário e pensativo goza de uma singular embriaguez desta comunhão universal. Aquele que desposa a massa conhece os prazeres febris dos quais se
Leituras de Filosofia Clínica III* “Lembro-me, já nos últimos tempos de sua estada conosco, de um conceito dessa natureza, que nem chegou a ser mesmo um conceito, mas antes unicamente um olhar. Foi quando um célebre historiador e crítico de arte, de renome europeu, anunciou uma conferência na universidade local e logrei persuadir o Lobo da Estepe a que fosse assistir a ela, embora não me demonstrasse nenhum prazer em ir. Fomos juntos e nos sentamos um ao lado do outro no auditório. Quando o orador subiu a tribuna e começou a elocução, decepcionou, pela maneira presumida e frívola de seu aspecto, a muitos de seus ouvintes, que o haviam imaginado algo assim como um profeta. E quando então começou a falar e, à guisa de introdução, endereçou aos ouvintes palavras lisonjeiras, agradecendo-lhes por terem comparecido em tão grande número, nesse exato momento o Lobo da Estepe me lançou um olhar instantâneo, um olhar de crítica àquelas palavras e a toda a pessoa do conferencista, oh!, um ol
A busca do que é “íntimo” na minha tela de computador* Nossa necessidade de outras pessoas é paradoxal. Ao mesmo tempo em que nossa cultura se encontra enredada na celebração de uma independência feroz, também ansiamos por intimidade e por uma ligação com um ser amado especial. Voltando um pouco para a raiz da palavra “intimidade”, do latim “intima”, que significa interior ou “mais interior”, para alguns autores como o Dr. Dan McAdams, que trata do tema intimidade, frequentemente a define assim: “O desejo de intimidade é o desejo de compartilhar nosso eu mais profundo com outra pessoa”. O psicanalista Social Erich Fromm afirmou que o medo mais básico da humanidade é a ameaça de ser isolado de outros seres humanos, que está relacionada afirma ele, a experiências humanas na tenra infância de onde se originam o medo, tristeza e mágoa. Levando-se em consideração a importância vital da intimidade, como tratamos de conseguir intimidade na nossa vida diária? Se uma das definições de i
Estranhamente muda! Ando tão calada que posso escutar as batidas do meu coração... Tenho me questionado o motivo de tanto silêncio e não encontro explicação! Será tristeza, apatia ou nada disso? Será que estou precisando ouvir mais? Mas o que? Como saber? Silenciando mais? Não encontro explicação. Talvez esteja enjoada ou cansada de falar para quem não entende determinadas coisas sutis... Talvez seja um silêncio de indignação ou só solidão. Não é vazio não, isso posso afirmar. Pensei que talvez seja porque ando a pensar em escutar com mais atenção. Porém, certeza, não tenho não! Sinto cada vez mais nítido o perfume das coisas, o som das poucas canções... Angústia também não é não! É um sem explicação! Os pensamentos tentam se organizar em meio ao silêncio do dia, as culpas vão se dissipando com leveza! Estou aprendendo a dizer não. Sim é fácil demais, entretanto, estive passando por cima de meu querer e de meu coração. Até, que o ato de escrever, tem me libertado
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXI* "Vagabundo* Eu durmo e vivo no sol como um cigano, Fumando meu cigarro vaporoso, Nas noites de verão namoro estrela; Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso! Ando roto, sem bolsos nem dinheiro; Mas tenho na viola uma riqueza: Canto à lua de noite serenatas, E quem vive de amor não tem pobreza. Não invejo ninguém, nem ouço a raiva Nas cavernas do peito, sufocante, Quando à noite na treva em mim se entornam Os reflexos do baile fascinante. Namoro e sou feliz nos meus amores; Sou garboso e rapaz... Uma criada Abrasada de amor por um soneto Já um beijo me deu subindo a escada... Oito dias lá vão que ando cismado Na donzela que ali defronte mora. Ela ao ver-me sorri tão docemente! Desconfio que a moça me namora! Tenho por meu palácio as longas ruas; Passeio a gosto e durmo sem temores; Quando bebo, sou rei como um poeta, E o vinho faz sonhar com os amores. O degrau das igrejas é meu trono, Minha pátria é o ven
Estamos juntos ?** Haicai * é uma forma extremamente pequena de poesia, surgida no Japão durante o século XVI, que valoriza a concisão e objetividade. A idéia é transcender a limitação imposta pela linguagem usual e pensamento científico-linear e transmitir a percepção da essência de um local, momento, drama em apenas 17 silabas. Tudo precisa estar refletido em poucas palavras. Em seu livro “Shogun”, James Clavell descreve esta forma de expressão como uma parte do ritual onde o guerreiro samurai escreve um Haicai antes de cometer o suicídio. Exemplo: “Barco de papel naufraga na torrente chuva de verão” ou “Estas pimentas! Acrescentai-lhes asas e serão libélulas”. Se já é difícil descrever o significado de uma existência, imagine agora fazer isto em apenas 17 silabas. Palavras impactantes que vão enquadrar o que restou da jornada de alguém neste planeta, neste plano. Um costume ocidental semelhante é colocar frases sobre túmulos e mausoléus (epitáfios) homenageando pessoas ali

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